Creators serão poupados pela inteligência artificial?
Em um mundo no qual a competição por atenção só aumenta, a IA vem como uma grande aliada para ganhar agilidade e escala
Já faz nove meses que a inteligência artificial domina as discussões no mundo da tecnologia, do trabalho e dos investimentos. O lançamento do Cha GPT tornou o que era um tema técnico em algo não apenas acessível, mas também útil para todos. Algo quase mágico, que conversa “naturalmente” com humanos e que, também por isso, irá revolucionar a humanidade.
Para a creator economy (economia criativa), na qual o produto é a conexão entre pessoas por meio de textos, imagens e vídeos, o potencial é quase infinito, e as transformações estão sendo ainda mais rápidas.
Segundo pesquisa da The Influencer Marketing Factory deste ano, cerca de 95% dos criadores de conteúdo afirmam já usar ferramentas de IA para, pelo menos, uma tarefa. A maioria o utiliza para editar conteúdo (21%), gerar imagens e vídeos (20%) ou gerar textos e legendas para acessibilidade (19%).
Outro levantamento, da Salesforce, descobriu que mais da metade dos líderes de marketing estão utilizando IA em suas estratégias, enquanto 27% planejam incorporá-la nos próximos dois anos. Portanto, se você é um criador ou algum profissional envolvido na creator economy e ainda não experimentou seu uso, deveria começá-lo agora.
Ao mesmo tempo, é muito importante refletirmos que novidades de alto potencial também trazem transformações desconfortáveis e novos riscos, assim como foi com o fogo, o carro, o celular e a internet. E é inevitável que muita gente se questione se uma máquina vai roubar seu lugar.
Em todos esses casos, houve muita experimentação, erros e correções para chegarmos ao estado atual. Com a inteligência artificial não será diferente, pois ela ainda tem limitações e imperfeições. Estamos longe de atingir seu ponto ótimo. Por isso, a IA na criação de conteúdo não deve ser vista como uma substituição do creator, mas, sim, como uma parceira de criação.
TECNOLOGIA DISRUPTIVA
Na Hotmart, já adotamos a inteligência artificial há muito tempo, em nossos processos internos, de segurança e até no atendimento. No começo deste ano, lançamos soluções otimizadas e seguras para gerar valor aos criadores de conteúdo. Com ela, por exemplo, é possível gerar, em poucos segundos, uma estrutura base, estratégia de vendas e precificação para um curso online.
Colocamos a IA também na ferramenta de e-mail marketing, ajudando os criadores em suas campanhas. Em ambos os casos, a ideia não é que o curso esteja 100% pronto ou a campanha de e-mail seja um ctrl+C e ctrl+V sem revisão.
Mas, em um mundo no qual a competição por atenção só aumenta e que empreendedores digitais começam, em 99% dos casos, sozinhos, a inteligência artificial vem como uma grande aliada para ganhar agilidade e poder escalar.
De acordo com o Goldman Sachs, o tamanho total do mercado da economia criativa pode quase dobrar nos próximos cinco anos, atingindo US$ 480 bilhões até 2027, em comparação aos atuais US$ 250 bilhões.
Imagine agora o quanto destes US$ 480 bilhões podem vir de estratégias de automação de tarefas repetitivas, liberando tempo para que os criadores se dediquem à inovação e à criação de conteúdo de alta qualidade?
a IA na criação de conteúdo não deve ser vista como uma substituição do creator, mas, sim, como uma parceira de criação.
A velocidade com que uma ideia vai se transformar em um conteúdo editado, formatado e publicado vai diminuir drasticamente. Vamos ser capazes de gerir vídeos, imagens, textos e músicas com muito mais facilidade.
Por enquanto, a única certeza é de que estamos sob o impacto de uma tecnologia disruptiva, que chegou com potencial para mudar tudo – e não só na creator economy, mas também na saúde, na ciência e em outros setores. Mas em setor no qual o principal produto é a própria personalidade do criador, sua criatividade e a interação com a audiência, acredito que os benefícios vão superar largamente os riscos.
Essa tecnologia vai tornar a creator economy ainda maior, mais democrática e diminuir ainda mais as barreiras de entrada ao facilitar as tarefas mais complexas e repetitivas. Em alguns anos, possivelmente, olharemos para trás e perguntaremos “como conseguíamos fazer isso antes?”.