Cuidado: estes 3 tipos de CEO são os mais propensos a tomar más decisões
As decisões ruins não acontecem da noite para o dia. Aqui estão os sinais de alerta a serem observados
Criou-se um mito de que os CEOs tomam suas maiores decisões em um piscar de olhos, sejam elas brilhantes ou péssimas. Esse mito pode até funcionar bem em um filme e na construção do clímax de uma história, mas raramente é o que acontece na realidade. A tomada de decisões ruins geralmente acontece lentamente, ao longo do tempo – e são o resultado de sementes plantadas muito antes.
Em minha experiência prestando consultoria a empresas e governos em suas decisões mais difíceis em mais de 30 países em todo o mundo, descobri que existem três tipos de CEOs que correm o maior risco de tomar decisões ruins. Há três situações frequentes em que vejo CEOs correndo um risco considerável de cometerem erros que, mais tarde, vão cobrar seu preço.
O CEO FRUSTRADO
Ele luta contra a incapacidade de sua equipe de fazer mais, ver mais e criar mais. Esse tipo de CEO acredita que a empresa pode crescer se a equipe atingir um nível mais alto de desempenho. O problema central, no entanto, muitas vezes não está na equipe. Na verdade, é a forma como a tomada de decisões ocorre dentro da empresa.
Quando ouço um CEO frustrado criticar sua equipe, sei que o que geralmente está acontecendo é que todas as decisões estão sendo tomadas por um único líder. Nesses ambientes, a equipe está em conformidade com a arquitetura de tomada de decisões em vigor, estruturando sua lógica, linguagem e resultados mensuráveis para lidar melhor com o padrão já estabelecido.
A má tomada de decisões gera sementes dentro de uma organização de maneiras sutis, mas profundas.
O que eles não fazem é trazer novas estruturas que alinhem melhor a tomada de decisões às condições de mercado em constante mudança – sejam elas impulsionadas por mudanças nas preferências dos consumidores, inovações tecnológicas ou um ecossistema de cadeia de suprimentos em evolução.
O remédio para o CEO frustrado não é criticar a equipe, mas sim remodelar a arquitetura de tomada de decisões para capitalizar melhor as oportunidades ou ameaças que surgem.
O CEO AMBICIOSO
Os CEOs de alta performance alcançam altos níveis de sucesso ao levar suas empresas a patamares mais elevados a cada trimestre e a cada ano. Aparentemente, eles alavancaram a receita, tomando decisões consistentes que levam a um maior crescimento, participação de mercado e elogios.
O risco é que seus modelos de tomada de decisão foram aperfeiçoados para atender a um conjunto determinado de condições. Quando essas condições mudam – por exemplo, uma mudança na taxa de juros ou uma quebra na cadeia de suprimentos –, os modelos de tomada de decisão estabelecidos falham.
A tomada de decisões ruins geralmente acontece lentamente, ao longo do tempo e são o resultado de sementes plantadas muito antes.
Quando isso acontece, as vulnerabilidades são expostas. Novas curvas de aprendizado precisam ser percorridas rapidamente. O crescimento diminui, as críticas se multiplicam e erros são cometidos.
Por exemplo, Greg Becker, CEO do Silicon Valley Bank, desfrutou de vários anos de crescimento rápido. Mas, quando as taxas de juros começaram a subir, em 2022 e 2023, o contexto da série de sucesso do SVB mudou totalmente.
Os modelos de decisão anteriores se mostraram inadequados para gerenciar o novo momento. As apostas erradas de Becker – evidenciadas por um balanço patrimonial com ativos e passivos incompatíveis no novo ambiente econômico – ficaram logo evidentes. O SVB foi à falência. De fenômeno de performance, Becker se tornou um exemplo de fracasso.
Eu diria que o equívoco na tomada de decisões de Becker não começou no início de 2023, pouco antes da falência do banco. As sementes do erro já vinham sendo plantado desde 2018.
O CEO MARIA VAI COM AS OUTRAS
Acredito que, em 2024, veremos muitos CEOs com medo de ficar de fora (ou FOMO, do inglês fear of missing out). A percepção atual é que o ano que vem será marcado por um enorme aumento na atividade de fusões e aquisições.
Isso cria uma janela única para os acionistas colherem boas recompensas pelos investimentos que fizeram em empresas privadas muito tempo atrás. Essas podem ser oportunidades únicas de criação de riqueza e os CEOs FOMO vão estar ansiosos para entrar também no jogo de fusões e aquisições de 2024.
Quaisquer que sejam as condições enfrentadas pelos CEOs nos últimos anos, provavelmente elas sofrerão mudanças em 2024.
Infelizmente, muitos não estão preparados para jogar esse jogo. Não otimizaram as finanças da empresas para a venda, não criaram manuais para gerenciar o processo. Suas equipes não se prepararam para o imenso fardo que um processo de venda pode representar para a empresa, ao mesmo tempo em que continuam a gerenciar as atividades diárias do negócio.
A má tomada de decisões gera sementes dentro de uma organização de maneiras sutis, mas profundas. Os processos e métodos de tomada de decisão precisam ser ajustados para atender às oportunidades e ameaças específicas que nos aguardam no próximo ano.
Quaisquer que sejam as condições enfrentadas pelos CEOs nos últimos anos, provavelmente elas sofrerão mudanças em 2024 – e as escolhas feitas serão mais decisivas do que nunca.