É hora de as empresas repensarem como vencer a crise de burnout

O burnout tem inúmeras causas, e é por isso que as empresas devem pensar em soluções que ataquem o problema por todos os lados ao mesmo tempo

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Scott Newman 4 minutos de leitura

O mundo vive hoje uma preocupante epidemia de burnout, em razão do acelerado ritmo de trabalho. Caracterizado por estresse crônico, esgotamento emocional e redução da produtividade, o burnout é uma síndrome silenciosa que afeta o bem-estar e o rendimento dos trabalhadores.

Muitos fatores podem explicar o burnout, desde a sobrecarga de trabalho até a falta de autonomia e problemas de comunicação. No entanto, há estratégias que comprovadamente evitam o esgotamento e garantem um ambiente profissional produtivo e sem evasão de funcionários.

Oferecer benefícios e recompensas por metas de desempenho é uma ótima estratégia para manter as pessoas motivadas e comprometidas com o trabalho – o que, por consequência, reduz o risco de burnout.

ENTENDENDO A SÍNDROME DO BURNOUT

O burnout não ocorre somente por conta de longas jornadas de trabalho. O problema está mais associado ao estresse que acomete funcionários que se sentem desvalorizados, sobrecarregados e alheios ao ambiente profissional.

De acordo com uma pesquisa feita pela Gallup em 2020, quase 76% das pessoas sofrem burnout pelo menos “em algumas ocasiões”, enquanto 28% afirmam que se sentem exaustos no trabalho “com muita frequência” ou “sempre”. Estes dados servem como um alerta para que as empresas reconsiderem sua forma de gerenciar e motivar seus funcionários.

INCENTIVOS COMO MEDIDA DE PREVENÇÃO

Promover programas de incentivo sistemáticos para os funcionários é uma das formas mais eficazes de combater o burnout. Embora tanto o incentivo salarial quanto aquele que não envolve recompensa em dinheiro tenham cada um o seu valor, as duas táticas funcionam melhor quando combinadas.

Se o esforço do funcionário é reconhecido, é mais provável que ele se sinta valorizado e menos provável que ele passe pelo processo de esgotamento emocional que leva ao burnout.

O burnout está mais associado ao estresse que acomete funcionários que se sentem desvalorizados e sobrecarregados.

Incentivos financeiros – como bônus, reajustes salariais e participação nos lucros – estabelecem uma relação direta entre o desempenho do funcionário e seu bem-estar financeiro, sendo estímulos palpáveis. Mas é raro funcionarem isoladamente.

Incentivos de outra natureza – como programas de recompensas não financeiras, jornada de trabalho flexível ou oportunidades de crescimento profissional – podem contribuir ainda mais para aumentar ou garantir a produtividade, além de fortalecer os princípios da empresa e ajudar os funcionários a manter um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal.

CULTIVO DA VALORIZAÇÃO DO FUNCIONÁRIO

Além de oferecer incentivos e recompensas individuais, cultivar o hábito de valorizar o esforço do funcionário é fundamental para a prevenção do burnout. Quando o reconhecimento se torna prática comum na empresa, as pessoas têm mais chances de se sentirem valorizadas tanto pelos colegas quanto pelos chefes. A prática pode ser fator determinante para evitar aquele sentimento de baixa autoestima que muitas vezes acompanha o burnout.

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Feedbacks regulares, a troca de elogios entre os colegas e um diálogo aberto sobre os objetivos da empresa é fundamental para uma dinâmica eficaz de valorização. Quando fica claro para os funcionários em que medida o trabalho deles contribui para o sucesso da empresa de forma geral, eles quase sempre adquirem um senso de propósito e pertencimento.

EQUILÍBRIO E AUTONOMIA ACIMA DE TUDO

Continuar sobrecarregando os funcionários com trabalho só irá aprofundar o burnout, independentemente da quantidade de incentivos oferecidos. Limitá-los com prazos rígidos ou restringir a liberdade de escolha na hora de realizar o trabalho só torna a situação pior.

Se os gestores esperam que seus funcionários realizem as tarefas dentro do prazo e com qualidade, é preciso dar a eles as condições para que saibam sempre o que esperar, recebam tarefas que conseguem realizar e tenham liberdade para decidir como vão cumprir suas metas.

cultivar o hábito de valorizar o esforço dos funcionários é fundamental para a prevenção do burnout.

O senso de autonomia faz com que as pessoas tomem para si a responsabilidade pelas tarefas a elas atribuídas, o que resulta no aumento da satisfação com o trabalho e na redução do estresse. Se elas sentem que têm controle sobre o trabalho e liberdade para fazer escolhas, tendem a ser mais produtivas e comprometidas, correndo menos risco de sofrer um burnout.

Vale lembrar que nenhuma estratégia ou tática isolada é capaz de resolver de vez o problema. O fenômeno ocorre por uma série de razões, motivo pelo qual é fundamental que os empregadores abordem a questão por todos os lados ao mesmo tempo.

Reduzir o burnout não envolve apenas diminuir o estresse, mas também criar um ambiente profissional onde os funcionários se sintam valorizados, motivados e animados com o trabalho.


SOBRE O AUTOR

Scott Newman é presidente e CEO da Quality Incentive Company. saiba mais