É isto que realmente melhora a colaboração da equipe no trabalho híbrido
Entenda porque a proximidade física não garante colaboração

A resistência ao modelo remoto costuma ser justificada por líderes com termos como serendipidade, cultura e colaboração. No entanto, essas expressões frequentemente servem como pretexto para manter o controle presencial, ignorando que a simples divisão de um espaço físico não garante colaboração no trabalho.
De acordo com a Inc. Magazine, estudos mostram que a colaboração entre colegas diminui significativamente quando estão alocados em andares diferentes. No Asana Work Innovation Lab, uma equipe liderada por Mark Hoffman e Kristy Schmidt investigou como a proximidade física afeta a dinâmica de equipes híbridas.
Em maio, a Asana reorganizou seu escritório em São Francisco, fechando dois andares e reunindo times em um espaço mais compacto. A mudança, não planejada como experimento, acabou funcionando como um teste natural, sem alterar o tempo de permanência presencial, a empresa avaliou se a nova disposição influenciaria a colaboração entre funcionários.
Os dados indicaram uma queda de 4% na colaboração não estratégica, interações rápidas e informais, durante os dias presenciais. A redução ocorreu porque os profissionais passaram a resolver questões diretamente com colegas ao lado, reduzindo o uso das plataformas digitais.
Mais significativo foi o aumento de 11% na colaboração estratégica, que envolve definição de metas, alinhamento entre áreas e revisão de prioridades.
Esse crescimento também se refletiu nos dias de trabalho remoto. A redistribuição física eliminou obstáculos simples, como a necessidade de mudar de andar para tirar dúvidas, tornando a colaboração de alto valor mais acessível por meio de um design intencional.
O estudo concluiu que o insucesso do modelo híbrido não está na modalidade em si, mas na ausência de planejamento. A presença física, isoladamente, não garante resultados. Ambientes mal estruturados apenas elevam o custo fixo sem oferecer retorno colaborativo.
A experiência da Asana mostra que, ao remover barreiras e aproximar equipes de forma estratégica, é possível melhorar o desempenho organizacional sem ampliar o tempo no escritório. O caso reforça que o êxito do modelo híbrido depende menos da localização e mais da forma como se estrutura o ambiente de trabalho.