Estes são os empregos que devem sumir mais rápido até 2030 por conta da IA
Caixas, funcionários dos correios e atendentes de banco estão entre as profissões mais ameaçadas; profissionais de tecnologia estão em alta
Empregos como os de caixas de banco, de supermercados e lojas, trabalhadores dos correios e assistentes administrativos estão entre os que mais devem desaparecer até 2030, segundo o Relatório sobre o Futuro dos Empregos, do Fórum Econômico Mundial. O documento foi divulgado antes da reunião anual do grupo em Davos, na Suíça, que acontece agora em janeiro.
De acordo com a entidade, um em cada cinco postos de trabalho atuais serão criados ou eliminados nos próximos cinco anos. Em números absolutos, 170 milhões de novos empregos serão gerados, o equivalente a 14% da força de trabalho global. Por outro lado, 92 milhões de vagas devem ser eliminadas, resultando em um crescimento líquido de 78 milhões de empregos até o final da década.
O relatório se baseia em informações de mais de mil grandes empregadores globais, que representam cerca de 14 milhões de trabalhadores em mais de 20 setores de 55 países. O estudo analisa como as macrotendências impactam profissões e habilidades e quais estratégias as empresas planejam adotar para atender às necessidades do mercado de trabalho em 2030.
Avanços tecnológicos, mudanças demográficas, tensões geopolíticas, incertezas econômicas e a transição para uma economia de baixo carbono são os principais fatores que impulsionam essas mudanças, redesenhando indústrias e profissões no mundo todo. Entre os principais destaques do relatório estão:
- Funções em declínio: funções administrativas e de escritório, como caixas, balconistas, assistentes administrativos e secretários, devem sofrer a maior redução em números absolutos. Entre os empregos que devem desaparecer mais rapidamente estão funcionários dos correios, atendentes de banco e operadores de entrada de dados.
- Funções em crescimento: o relatório aponta crescimento expressivo em funções de linha de frente, como trabalhadores rurais, entregadores, operários da construção civil, vendedores e profissionais da indústria alimentícia. Além disso, profissões ligadas à economia do cuidado, como enfermeiros, assistentes sociais, conselheiros e cuidadores, devem registrar um aumento significativo nos próximos cinco anos, junto com professores.
- Profissionais de tecnologia em alta: os empregos relacionados à tecnologia (como especialistas em big data, engenheiros de fintechs, profissionais de IA e aprendizado de máquina, além de desenvolvedores de software e aplicativos) são os que mais devem crescer em termos percentuais. Também haverá uma grande demanda por profissionais ligados à transição energética, como especialistas em veículos autônomos e elétricos, engenheiros ambientais e de energias renováveis.
HABILIDADES MAIS REQUISITADAS PELOS EMPREGADORES
O relatório aponta que as habilidades mais requisitadas estão ligadas à tecnologia, especialmente nas áreas de inteligência artificial, big data e cibersegurança. Ao mesmo tempo, 41% dos empregadores afirmam que planejam reduzir o número de funcionários à medida que a IA assume tarefas hoje realizadas por pessoas.
170 milhões de novos empregos serão gerados, o equivalente a 14% da força de trabalho global.
Ainda assim, habilidades humanas, como pensamento crítico, criatividade, resiliência, flexibilidade e agilidade, continuam sendo altamente valorizadas. O pensamento analítico é a habilidade mais buscada, sendo considerada essencial por sete em cada 10 empresas.
Em média, 39% das habilidades dos trabalhadores serão transformadas ou ficarão obsoletas nos próximos cinco anos. A boa notícia é que o ritmo dessa transformação diminuiu, caindo de 44% em 2023, segundo o relatório anterior do Fórum Econômico Mundial. Isso provavelmente se deve ao fato de que muitos estão se requalificando e recebendo treinamento adicional.