A geração Alpha vai começar a entrar no mercado de trabalho. O que esperar dela?
Empresas e recrutadores devem se antecipar às novas exigências de uma geração digital e exigente

A força de trabalho global está prestes a passar por uma nova transição geracional. Enquanto empresas ainda se ajustam aos profissionais da geração Z, a geração Alpha (dos nascidos entre 2010 e 2025) vai se preparando para entrar no mercado de trabalho.
Essa geração é a primeira considerada totalmente nativa digital, pois nasceu e cresceu em um ambiente marcado por avanços tecnológicos acelerados, conectividade constante e transformações sociais.
Segundo o Burnett Specialists, até 2030, os membros mais velhos da geração Alpha devem ingressar no mercado, trazendo habilidades, valores e expectativas que prometem redefinir as relações de trabalho. Segundo a consultoria, agências de recrutamento que anteciparem esse movimento terão vantagem competitiva na atração de talentos.
Criada em um ambiente digitalizado, a geração Alpha demonstra familiaridade com inteligência artificial, automação e educação online. Entre suas principais características estão:
- Aptidão tecnológica – cresceram cercados por dispositivos inteligentes e plataformas digitais.
- Educação avançada – devem se tornar a geração mais escolarizada da história, com forte base em aprendizado imersivo.
- Propósito e ética – valorizam empregadores alinhados com responsabilidade social, sustentabilidade e justiça.
- Preferência por personalização – esperam experiências adaptadas, inclusive no ambiente corporativo.
- Espírito empreendedor – tendem a preferir trabalhos flexíveis, por projetos ou autônomos, em vez de empregos formais tradicionais.
Com isso, práticas tradicionais de recrutamento precisarão se transformar. As agências devem adotar estratégias como:
1. Recrutamento digital e automatizado

A geração Alfa espera processos ágeis e digitais. Ferramentas com IA, chatbots e algoritmos de correspondência de vagas serão fundamentais. Portais interativos e recomendações personalizadas vão ajudar a capturar sua atenção.
2. Modelos de trabalho flexíveis

O expediente das 9h às 17h pode não funcionar para essa geração. Eles valorizam liberdade para produzir com autonomia e foco em resultados. Trabalho remoto, híbrido ou por projeto serão cada vez mais atrativos.
3. Seleção com experiências interativas

Gamificação, testes em realidade virtual e simulações tornam o processo mais envolvente. Essa geração cresceu em ambientes digitais imersivos. Incorporar essas práticas torna a seleção mais compatível com seu perfil.
4. Educação contínua como diferencial

A geração Alfa valoriza o aprendizado ao longo da vida. Agências devem priorizar empregadores que ofereçam mentoria e requalificação. Parcerias com plataformas de cursos online e programas de desenvolvimento serão essenciais.
5. Alinhamento com valores éticos e sociais

Essa geração prioriza empresas com responsabilidade social e ambiental. A transparência nas práticas corporativas será decisiva. Organizações com propósito claro terão mais chance de atrair esses talentos.
6. Fortalecimento da marca empregadora

Antes de se candidatarem, os jovens pesquisam empresas nas redes. A presença digital, especialmente em TikTok, Instagram, X e LinkedIn, deve ser estratégica. Mostrar a cultura da empresa e os benefícios oferecidos gera conexão imediata.
7. Cultura colaborativa e ambiente inclusivo

Eles buscam espaços em que possam ser ouvidos e valorizados. Empresas devem promover lideranças acessíveis e relações horizontais. A inclusão e o trabalho em equipe fortalecem o vínculo com esses profissionais.
8. Carreiras personalizadas e não convencionais

Trajetórias flexíveis são mais valorizadas do que promoções lineares. Mobilidade lateral, diversificação de habilidades e crescimento não tradicional ganham força. É preciso oferecer opções personalizadas de desenvolvimento.
A entrada da geração Alpha no mercado de trabalho ainda está em fase inicial, mas as empresas que se adaptarem desde já estarão preparadas para atrair talentos altamente qualificados e exigentes.
Entender suas motivações e oferecer ambientes coerentes com seus valores será decisivo para a construção do futuro das organizações.