Geração Z é a menos feliz no trabalho e os chefes querem entender por quê

Nova pesquisa revela diferenças significativas entre os trabalhadores quando se trata do que os deixa felizes no local de trabalho

Crédito: Diego Cervo/ iStock

Sarah Bregel 3 minutos de leitura

Primeiro, houve uma pressão generalizada por uma semana de trabalho mais curta. Depois, as tais “demissões silenciosas” (quiet quiting) viraram o assunto da vez. Agora, o conceito de “segundas-feiras mínimas” está tomando conta das mídias sociais.

Todas as últimas tendências na força de trabalho enfatizam a importância do autocuidado e do equilíbrio entre vida profissional e pessoal para as gerações mais jovens. Mas, para que os líderes consigam gerenciar com eficiência suas equipes, eles precisam entender melhor o que impulsiona a felicidade no local de trabalho para todas as faixas etárias – dos baby boomers até a geração Z.

Foi justamente esse o objetivo de um novo estudo da Cangrade, empresa que oferece soluções de contratação e de gerenciamento de talentos baseada em inteligência artificial. Nesse estudo, feito nos Estados Unidos, eles apuraram como como cada geração se sente realizada no trabalho e por quê.

é crucial entender os valores que guiam a felicidade de cada geração no campo profissional e como esses valores diferem.

Ao todo, 608 pessoas de quatro gerações – boomers, geração X, millennials e geração Z – responderam a uma série de perguntas em uma pesquisa online. O objetivo era ajudar a avaliar atitudes e valores pessoais no trabalho. Descobriu-se que, embora as taxas de felicidade sejam semelhantes nas três gerações mais antigas, a geração Z é de longe a mais infeliz no trabalho.

Um em cada quatro entrevistados da geração Z se disseram infelizes em seus empregos e um em cada cinco disse pensar seriamente em pedir demissão.

Isso talvez tenha a ver com o fato de que a geração mais jovem acabou de começar a vida profissional e, portanto, é mais provável que esteja ocupando cargos de nível básico.

Mas aspectos de saúde mental também podem estar em jogo. De acordo com o projeto Mental Health Million, a geração Z apresenta as taxas mais baixas de bem-estar mental.

GERAÇÕES DIFERENTES, VISÕES DIFERENTES

O estudo mostra que é crucial entender os valores que guiam a felicidade de cada geração no campo profissional e como esses valores diferem. Por exemplo, sentir orgulho do que faz é crucial para a felicidade no trabalho da geração X e dos millennials.

Já os baby boomers são mais propensos do que outras gerações a dizer que seu trabalho é profundamente importante para formar a própria identidade. Eles também valorizam o sentimento de serem ouvidos no ambiente de trabalho.

Enquanto isso, para a geração Z, a questão está mais ligada ao quanto eles se sentem apaixonados pelo que fazem. “Meu ambiente de trabalho tira o melhor de mim” foi a afirmação que mais se correlacionou com a felicidade no trabalho para a geração mais jovem.

Aqui estão alguns dos principais destaques da pesquisa:

- 17% da geração Z concordaram totalmente com a afirmação “Penso em largar meu emprego” (percentual maior do que os de todas as outras gerações).

- 42% dos millennials concordaram totalmente com a afirmação “Tenho orgulho do trabalho que faço”.

- 91% da geração X concordaram com a afirmação “Meu chefe confia em mim”.

- 50% dos baby boomers concordaram com a afirmação “Gosto de contar às pessoas o que faço para viver”.

É claro que os ideais e valores mudam de uma geração para outra. A grande diferença entre esses pontos de vista torna difícil para os empregadores manter todo mundo contente. E isso parece especialmente problemático quando se trata da geração Z.

De acordo com o estudo, a geração mais nova espera mais de seus empregos. Eles anseiam por desenvolvimento profissional e não ficarão satisfeitos sem novas oportunidades de aprendizado, de orientação e de crescimento. E, se precisam do trabalho para despertar o melhor deles, então isso também tem que ser levado em consideração.


SOBRE A AUTORA

Sarah Bregel é uma escritora, editora e mãe solteira que mora em Baltimore, Maryland. Ela contribuiu para a nymag, The Washington Post... saiba mais