‘Ikigai’: o segredo japonês que pode ajudar você a ter mais propósito no trabalho

Filosofia japonesa propõe um novo caminho simples e possível para encontrar sentido no trabalho e na vida cotidiana

Japonês contemplando montanha
Ambos demonstram que o propósito não depende de circunstâncias ideais, mas da conexão entre paixão e contribuição. Crédito: imagem criada com auxílio de IA via ChatGPT.

Guynever Maropo 2 minutos de leitura

Em um cenário profissional cada vez mais automatizado, muitos trabalhadores seguem a rotina no piloto automático, sem refletir sobre o sentido de suas atividades diárias. Essa desconexão tem levado à busca por um propósito mais profundo, especialmente no trabalho. É nesse contexto que surge o conceito japonês Ikigai, uma filosofia que propõe encontrar significado e satisfação naquilo que se faz.  

Pesquisas recentes da Gallup e da Walton Family Foundation, conduzidas pelo especialista em felicidade Arthur C. Brooks, analisaram mais de 2 mil jovens de 12 a 26 anos. O estudo revelou que o principal fator de felicidade entre os integrantes da geração Z é o senso de propósito, sobretudo ligado ao trabalho e à escola

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O termo Ikigai combina as palavras japonesas iki (vida) e gai (valor), representando aquilo que dá sentido à existência. A filosofia parte do princípio de que todos possuem um motivo para acordar pela manhã, uma razão que conecta paixão, talento, contribuição social e recompensa.

De acordo com Positive Psychology, o neurocientista Ken Mogi, autor de Awakening Your Ikigai, explica que essa busca está diretamente associada à alegria de realizar algo significativo.

O conceito também se relaciona com o “fluxo”, estado descrito pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, no qual uma pessoa se envolve totalmente em uma atividade prazerosa e desafiadora.  

Encontrar o Ikigai envolve autoconhecimento e reflexão. A filosofia propõe quatro dimensões, o que se ama, o que se faz bem, o que o mundo precisa e o que pode gerar sustento. A intersecção desses elementos representa o ponto de equilíbrio entre propósito e realização.  

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Embora algumas interpretações ocidentais associem o Ikigai ao sucesso profissional, a visão tradicional japonesa valoriza também os pequenos prazeres do cotidiano. Trata-se de estar presente, cultivar o equilíbrio e enxergar significado nas atividades simples, como preparar uma refeição, cuidar de plantas ou ajudar alguém.  

Exemplos de pessoas que aplicam esse princípio incluem o chef de sushi Jiro Ono, que dedicou a vida ao aperfeiçoamento de sua arte, e a primatologista Jane Goodall, que encontrou sentido em estudar e proteger os animais. Ambos demonstram que o propósito não depende de circunstâncias ideais, mas da conexão entre paixão e contribuição.  

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Encontrar o próprio Ikigai é uma jornada pessoal e contínua. Mesmo que o emprego atual não seja o ideal, a filosofia demonstra que é possível ressignificar o trabalho, identificar o que traz satisfação e alinhar pequenas ações diárias a um propósito maior. 


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais