Medo de perder o emprego para uma IA? Pense como um futurista para se tornar indispensável

Crédito: Conny Schneider/ Unsplash

Stephanie Vozza 4 minutos de leitura

Seis em cada 10 norte-americanos têm medo de que a automação coloque em risco seus empregos e 39% acreditam que sua função ficará obsoleta em cinco anos, de acordo com a pesquisa Hopes and Fears (Esperanças e Medos), da PwC.

Novos cargos que não existem hoje, no entanto, substituirão alguns dos empregos perdidos para a inteligência artificial (IA). Mas, se o seu trabalho estiver em risco, talvez seja uma boa estratégia criar um plano B desde já, para que mais tarde você possa fazer a transição sem problemas, permanecendo um profissional relevante.

“A única coisa que podemos prever é o imprevisível”, reflete Scott Steinberg, autor de "Think Like a Futurist 2022: The Next Normal" (Pense como um Futurista: O Novo Normal, em tradução livre). “Nesse momento, as coisas tendem a mudar repentinamente, de uma semana para a outra, e haverá muitos próximos ‘normais’. Mas mesmo quando os eventos globais estão fora do seu controle, você sempre pode orientar suas atitudes para um resultado mais favorável.”

O primeiro passo é ganhar consciência situacional. Fique alerta caso seu trabalho seja facilmente resumido a algo que qualquer pessoa poderia fazer. Ou caso consista em tarefas rotineiras, que poderiam ser feitas por alguma tecnologia. Se algum desses for o seu caso, prepare-se para o futuro com as seguintes estratégias:

SEJA INSUBSTITUÍVEL

Nem todo trabalho está em risco, e as empresas sempre precisarão de solucionadores de problemas proativos, de pensadores dinâmicos e de inovadores criativos, diz Steinberg.

se o seu trabalho estiver em risco, talvez seja uma boa estratégia criar um plano B desde já.

“Para certas tarefas se pode contar com um computador, mas a maioria delas são rotineiras, chatas e previsíveis”, diz ele. “É quando as variáveis ​​aparecem que os elementos humanos entram em ação e se destacam. Se você quiser se preparar para o futuro, precisa pensar em como adicionar algo essencial e insubstituível a essa mistura.”

Steinberg diz que é preciso se destacar de forma muito visível no trabalho, e que as pessoas ao seu redor precisam entender o valor que você traz para a empresa. Seu valor pode estar em um sentido mais amplo do que a descrição do seu trabalho.

“Talvez você seja aquele que todos no escritório procuram em busca de inspiração, de criatividade e de novas ideias”, exemplifica. “Ou, quando surge um problema, talvez seja o mais disposto a assumir o comando e conduzir à solução. Trata-se de encontrar oportunidades para mostrar seus talentos de uma maneira que não pareça arrogante, mas que ajude a apoiar e motivar a equipe.”

APRIMORE SUAS HABILIDADES

Considere-se alguém sempre em processo de aprendizagem e pense em quais habilidades serão exigidas amanhã. Agarre aquilo que Steinberg chama de “habilidades elásticas”, que podem se traduzir em uma variedade de diferentes contextos e indústrias.

as pessoas ao seu redor precisam entender o valor que você traz para a empresa.

Por exemplo: se seu trabalho em comunicação usa habilidades de pesquisa, pensamento crítico e resolução de problemas, então você poderia se tornar um analista de negócios.

Uma maneira de saber o que as empresas precisarão no futuro é olhando os anúncios de emprego. Você também pode aprender habilidades sob demanda, observando atividades de startups, pesquisas acadêmicas e assuntos que estão em alta em conferências e eventos. Faça aulas para expandir suas habilidades ou saia para comer uma pizza com alguém de uma equipe diferente.

“Se você trabalha com marketing, pergunte a si mesmo: 'como posso me conectar com alguém da equipe de desenvolvimento de softwares para descobrir quais problemas os clientes estão relatando?'”, exemplifica Steinberg. “Trata-se de obter o máximo de informações possível e, em seguida, pensar em como misturar, combinar e recombinar esses talentos para pavimentar seu caminho profissional.”

ANDAR PARA OS LADOS OU ATÉ PARA TRÁS

Os indivíduos mais bem-sucedidos não estão tentando subir a escada rolante corporativa até o topo. Segundo o especialista, a escada está quebrada e os degraus estão começando a parecer frágeis.

Considere-se alguém sempre em processo de aprendizagem e pense em quais habilidades serão exigidas amanhã.

Em vez disso, esteja aberto a dar passos para os lados, para uma posição de igual classificação ou remuneração em uma empresa que ofereça mais oportunidades de aprendizado e crescimento. Você pode até precisar dar um passo para trás, diminuindo o salário ou a classificação, para conseguir novas oportunidades.

Preparar seu currículo significa sempre pensar dois ou três passos à frente. “O engraçado sobre o futuro é que, muitas vezes, parece que as mudanças acontecem de uma hora para outra. “Mas elas parecem vir rápido apenas ignoramos os sinais", reflete Steinberg.

Para ele, o problema é que as pessoas estão programadas para gostar de abordagens e rotinas confortáveis ​​e familiares, mas que ficam defasadas muito rapidamente. "Ou surfamos nas ondas das mudanças ou seremos arrastados e vamos engolir muita água. Pessoalmente, defendo que as pessoas preparem suas pranchas e vistam seus calções de banho.”


SOBRE A AUTORA

Stephanie Vozza escreve sobre produtividade e carreira na Fast Company. saiba mais