O preconceito sobre saúde mental continua firme e forte no LinkedIn

Apesar do movimento que busca normalizar a discussão sobre o tema, pesquisa mostra que ele ainda pode prejudicar quem procura emprego

Crédito: Cottonbro Studio/ Pexels

Brittany Loggins 2 minutos de leitura

A saúde mental pode ser a principal preocupação para a maioria dos trabalhadores na hora de procurar emprego, mas um novo estudo mostra que mencionar essa questão nas redes sociais pode desagradar os recrutadores e gerentes de RH.

Após notar um aumento nos posts em redes sociais sobre experiências pessoais com depressão e ansiedade, pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte conduziram um estudo para avaliar as respostas dos recrutadores a essas postagens.

Eles descobriram que, independentemente da idade ou do gênero do candidato, essas publicações afetaram a impressão dos empregadores sobre a estabilidade emocional e a consciência do potencial funcionário.

Embora as postagens não tenham afetado as expectativas em relação ao desempenho futuro do candidato, os resultados do estudo mostram que revelar mais informações pessoais no LinkedIn pode ter efeitos adversos.

Os pesquisadores recrutaram 405 profissionais de contratação e registraram suas reações aos candidatos a emprego. Cerca de 25% dos participantes do estudo viram a página do LinkedIn de um candidato que não fazia menção à saúde mental.

as pessoas que estão considerando falar sobre esses problemas em redes sociais devem estar cientes de que isso pode alterar as percepções de futuros empregadores sobre elas.

Outros 25% viram o mesmo perfil, mas com uma postagem mencionando as experiências da pessoa com ansiedade e depressão. Outros 25% viram o perfil e ouviram uma entrevista em áudio com o candidato. E os últimos 25% viram o perfil do candidato com a postagem sobre ansiedade e depressão e também ouviram a entrevista em áudio.

“Descobrimos que os participantes do estudo que viram a postagem no LinkedIn sobre desafios de saúde mental consideraram o candidato menos estável emocionalmente e menos consciente," disse Jenna McChesney, primeira autora do estudo, em um comunicado.

"Ouvir a entrevista reduziu um pouco as dúvidas sobre a estabilidade emocional do candidato, mas apenas ligeiramente. E ouvir a entrevista não afetou a opinião dos participantes sobre a consciência do candidato em relação ao trabalho. Em outras palavras, as percepções dos avaliadores após ver o perfil no LinkedIn em grande parte se mantiveram ao longo da entrevista.”

Os pesquisadores consideram importante reduzir o estigma associado à saúde mental, mas os resultados da pesquisa mostraram um grau de cautela por parte dos recrutadores quando expostos a relatos de lutas pessoais com a saúde mental em uma plataforma pública.

"Nossas descobertas não significam que as pessoas devam deixar de postar sobre ansiedade e depressão no LinkedIn", disse McChesney. "No entanto, as que estão considerando falar sobre esses problemas em redes sociais devem estar cientes de que isso pode alterar as percepções de futuros empregadores sobre elas.”


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