O presente de Natal chegou atrasado? Não se preocupe, ninguém se importa
Novas pesquisas dizem que dar um presente atrasado não é tão prejudicial para um relacionamento quanto você está pensando

É época de dar presentes, o que significa fazer listas e listas de compras, se perguntar se alguém realmente vai gostar de receber velas aromáticas pelo segundo ano consecutivo e entrar em pânico com as longas filas nos caixas das lojas.
Mas este ano, um novo estudo publicado no "Journal of Consumer Psychology" traz boas notícias para quem vive deixando tudo para a última hora. Embora ainda não se saiba como os destinatários vão reagir às velas aromáticas, a pesquisa mostra que enviar presentes segue a velha expressão “antes tarde do que nunca”.
Os pesquisadores realizaram diversos estudos, entrevistando centenas de participantes em diferentes cenários.
No primeiro estudo, os participantes foram convidados a imaginar que um amigo lhes deu um presente de aniversário no prazo ou com duas semanas de atraso, ou a imaginar que eles deram um presente para o amigo no prazo ou com duas semanas de atraso.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas que imaginaram dar um presente atrasado estimaram que isso causaria mais danos ao relacionamento do que as pessoas que imaginaram receber um presente atrasado.
No segundo estudo, os participantes foram convidados a se imaginar dando ou recebendo um presente atrasado e como isso influenciaria sua percepção de cuidado no relacionamento. As pessoas que deram presentes depois da data superestimaram os danos desse atraso, porque acreditavam que isso indicava falta de cuidado com o relacionamento.
No terceiro estudo, os participantes foram convidados a se imaginar dando ou recebendo um presente atrasado. No entanto, em algumas situações, o presente exigia um esforço significativo para ser preparado e, em outras, era de baixo esforço.
As pessoas que imaginaram colocar mais esforço no presente esperavam uma reação menos negativa ao atraso. Embora isso tenha se mostrado verdadeiro para os destinatários, os que deram presentes novamente superestimaram quanto dano um presente atrasado causaria.
ANTES TARDE DO QUE NUNCA
No quarto estudo, os pesquisadores testaram o quanto o grau de atraso importa, pedindo às pessoas para se imaginarem dando e recebendo um presente no prazo, com dois dias de atraso, com duas semanas de atraso ou com dois meses de atraso.
De maneira geral, os destinatários disseram que o dano ao relacionamento seria mais ou menos o mesmo, fosse o presente dois dias ou duas semanas atrasado, mas seria um pouco maior se fosse dois meses atrasado.
Mas as pessoas que se imaginaram comprando os presentes estimaram um dano muito maior em todas as condições de atraso. Esse receio aumentava bastante conforme o presente se atrasava mais.

No último estudo, os pesquisadores testaram se era melhor enviar um presente atrasado ou não enviá-lo em momento algum. Os participantes foram convidados a imaginar que estavam dando um presente no prazo, com dois meses de atraso ou não dando presente nenhum, ou a imaginar que estavam recebendo um presente sob uma dessas três condições.
Mais uma vez, as pessoas que deram presentes superestimaram os efeitos negativos de estar atrasado ou de não enviar um presente. No entanto, os destinatários sentiram que era mais prejudicial para o relacionamento não receber presente algum do que receber um presente atrasado.
“O que a nossa pesquisa sugere... é que enviar um presente atrasado deveria despertar menos preocupações sobre o estado do relacionamento do que não enviar nenhum presente só porque ele vai se atrasar,” escreveram os pesquisadores.