O que separa líderes brilhantes dos comuns, segundo Brené Brown e Adam Grant

Você é um “aprendiz” ou um “sabe-tudo”?

líderança carismática
Crédito: Ivan Pantic/ Getty Images

Minda Zetlin 2 minutos de leitura

Como reconhecer um grande líder? Grandes líderes estão sempre querendo aprender mais. Buscam dominar novos temas e habilidades. Fazem perguntas que realmente importam. E, quando descobrem algo novo, não têm problema em mudar de opinião. São “aprendizes”.

Hoje, no entanto, muitos CEOs e líderes seguem o caminho oposto. Preferem se colocar como “sabe-tudos”, agindo como se tivessem todas as respostas. Essa postura prejudica não só eles próprios, mas também suas equipes e as organizações que comandam.

É o que afirmaram a pesquisadora e autora Brené Brown e o professor e escritor Adam Grant, enquanto discutiam o que significa liderar com coragem em um episódio recente do podcast “ReThinking”, apresentado por Grant. Segundo Brown, o perfil de aprendiz perdeu espaço nos últimos anos.

“Isso é muito ruim. Quando converso com líderes sêniores no mundo todo, eles comentam: ‘é complicado quando alguém chega achando que sabe tudo. O que eu busco são pessoas que façam perguntas inteligentes e que tenham vontade real de resolver problemas’. Precisamos urgentemente mudar essa mentalidade”, alertou Brown.

GRANDES LÍDERES FAZEM GRANDES PERGUNTAS

Brown e Grant acreditam que saber fazer as perguntas certas é uma habilidade de liderança valiosa e muito mais útil do que tentar parecer que tem todas as respostas.

“Quando começo um trabalho em uma organização, passo três semanas só fazendo perguntas”, contou Brown. “Olho para um CEO e pergunto: ‘o que está pesando no seu coração e na sua mente? Quando você acorda às 4h da manhã, o que está tirando seu sono?’”

Grant ressalta que esse tipo de pergunta vale tanto para funcionários quanto para clientes, investidores e também para os líderes da empresa. “Muita gente tenta motivar os outros com base no que motiva a si mesma. Mas, se eu quero te motivar, preciso primeiro entender o que você valoriza”, disse ele.

Depois de ouvir as respostas, o passo mais importante é o que Brown chama de “playback”: repetir o que você entendeu e confirmar se está certo. Isso é fundamental por dois motivos. Primeiro, porque você pode ter entendido algo errado – e isso permite esclarecer.

saber fazer as perguntas certas é uma habilidade de liderança valiosa.

Segundo, porque esse gesto cria uma conexão real. Brown lembra que estudos sobre negociação com sequestradores mostram que, muitas vezes, a diferença entre viver e morrer depende de duas palavras. O objetivo do negociador é repetir o que ouviu e fazer com que o sequestrador responda: “isso mesmo.”

Quando essa conexão é criada, as chances de sobrevivência – tanto dos reféns quanto do próprio sequestrador – aumentam, como explicou Brown. “Como seres humanos, somos neurologicamente programados para querer ser vistos e ouvidos.”

É por isso que fazer as perguntas certas, ouvir de verdade, aprender com novas informações e até mudar de ideia são algumas das habilidades mais importantes que um líder pode ter.

Este artigo foi publicado originalmente na “Inc.”, publicação parceira da Fast Company.


SOBRE A AUTORA

Minda Zetlin é editora associada da Inc. (publicação da mesma empresa que edita a Fast Company) e escreve sobre produtividade e carreira. saiba mais