5 tipos de personalidades de IA no ambiente de trabalho
“As pessoas que usam IA vão substituir as pessoas que não usam IA”, prevê a presidente de pesquisas da Slack
A recente ascensão da inteligência artificial à linha de frente dos negócios deixou a maioria dos funcionários de escritório com muitas dúvidas. Com que frequência devem usar essa tecnologia? Será que um computador vai acabar tomando o lugar deles?
Esses foram alguns dos destaques de um estudo recente realizado pela plataforma de comunicação Slack. Depois de realizar entrevistas aprofundadas com cinco mil funcionários, o Slack concluiu que existem cinco tipos de personalidades relacionadas à IA no ambiente de trabalho.
- O Adepto: alguém que usa regularmente a IA no trabalho
- O Discreto: usa IA, mas sem contar para ninguém
- O Resistente: aquele que detesta IA
- O Superfã: está entusiasmado com a IA, mas ainda não a utiliza
- O Observador: aquele que está esperando para ver
Apenas 50% dos entrevistados se enquadraram nas categorias Adepto ou Discreto, o que representa um desafio para as empresas que desejam que seus funcionários adotem a tecnologia. Christina Janzer, vice-presidente sênior de pesquisa e análise do Slack. fala sobre o entusiasmo e a tensão em torno da IA no trabalho.
O que acha da grande variedade de percepções sobre a IA no trabalho?
Isso mostra que as pessoas estão experimentando a IA de maneiras muito diferentes e, portanto, têm emoções muito diferentes em relação a ela. Compreender essas emoções ajudará a entender o que impulsionará o uso da tecnologia.
Se as pessoas estiverem se sentindo culpadas ou nervosas em relação à IA, elas não vão usá-la. Portanto, temos que entender em que ponto as pessoas estão e orientá-las para que aprendam a valorizar essa nova tecnologia.
Tanto o Adepto quanto o Discreto parecem ser os primeiros a adotar a IA no trabalho, mas o que há de diferente em suas atitudes?
Os Adeptos são totalmente a favor da IA. Eles estão tirando proveito da IA, estão entusiasmados com ela e divulgam abertamente que a utilizam, o que é um grande impulsionador do uso entre outros.
O Discreto é a categoria realmente interessante para mim, porque eles estão usando a IA, mas a escondem. Há diferentes motivos para isso. Eles temem ser vistos como incompetentes. Estão preocupados que a IA seja vista como uma espécie de trapaça.
As mulheres relutam em adotar uma tecnologia que possa ser vista como um substituto para elas.
Temos a oportunidade de fornecer diretrizes claras para que eles saibam que o uso da IA é celebrado e incentivado. Mas, no momento, eles não têm orientações por parte da empresa e não se sentem muito encorajados a fazer uso dela.
De modo geral, há mais entusiasmo em relação à IA do que insatisfação, e acho isso ótimo.
E quanto aos 19% dos trabalhadores que se enquadram na descrição de Resistentes?
Os Resistentes tendem a ser mulheres, o que é muito interessante. Três em cada cinco Resistentes são mulheres, o que obviamente não me agrada. Além disso, a postura de resistência tende a vir dos mais velhos. Em um nível mais alto, os homens estão adotando a tecnologia em taxas mais altas do que as mulheres.
Por que mais mulheres do que homens resistem à IA?
É mais provável que as mulheres vejam a IA como uma ameaça, mais provável que se preocupem com a possibilidade de ela tomar seus empregos. Para mim, isso indica que as mulheres não se sentem tão seguras no ambiente de trabalho quanto os homens. Se seu gerente confia em você, é mais provável que você faça experiências com IA.
As mulheres relutam em adotar uma tecnologia que possa ser vista como um substituto para elas, enquanto os homens podem ter mais confiança de que isso não acontecerá porque se sentem mais confiantes.
O que os empregadores devem fazer se quiserem que seus funcionários adotem a IA no trabalho?
Três em cada cinco funcionários nem sequer têm diretrizes claras sobre IA, porque as empresas simplesmente não estão informando nada a eles. Por isso, essa é uma grande oportunidade.
Outra oportunidade é incentivar o uso da IA abertamente. Se pudermos criar uma cultura em que ela seja elogiada, em que as pessoas possam ver como os outros a estão utilizando, elas saberão que ela é aceita e celebrada. Assim, elas poderão se inspirar.
A terceira coisa é que temos que criar uma cultura na qual as pessoas se sintam à vontade para experimentar, testar e se familiarizar com as novidades, porque muita gente simplesmente não sabe por onde começar.
A realidade é que é possível começar aos poucos, não precisa mudar completamente seu trabalho. Fazer com que a IA escreva um e-mail ou resuma um conteúdo é um ótimo ponto de partida para que a pessoa comece a entender o que essa tecnologia pode fazer.
O medo de que as pessoas percam seus empregos por causa da IA é justificado?
As pessoas que usam IA vão substituir as pessoas que não usam IA.