Entenda porque você não pode (nem deve) trabalhar 24 horas por dia

Estudos mostram que pausas estratégicas potencializam o aprendizado

Mulher trabalhando no notebook
A abordagem pode favorecer ainda a reabilitação de pacientes que sofreram derrame. Monitorar o momento exato em que o cérebro consolida habilidades permite ajustar o ritmo das sessões de terapia e potencializar a recuperação. Créditos: Pixabay.

Guynever Maropo 1 minutos de leitura

Estudos científicos mostram que o cérebro precisa de pausas para transformar memórias temporárias em memórias duradouras. Pequenos intervalos durante o treino de novas habilidades podem potencializar o aprendizado.

De acordo com pesquisas conduzidas pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) indicam que, durante essas pausas, o cérebro realiza um “replay” mental acelerado do que acabou de aprender. Esse processo reforça conexões neuronais e consolida a memória recém-adquirida.

Em um experimento, 33 voluntários destros treinaram digitar sequências numéricas com a mão esquerda. Entre cada dez segundos de prática, faziam uma pausa de igual duração. Após os intervalos, apresentavam mais velocidade e precisão. Exames de magnetoencefalografia registraram repetições mentais até 50 vezes mais rápidas que o movimento real.

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Cérebro precisa de descanso 

Os cientistas já sabiam que o descanso, especialmente o sono, favorece a consolidação da memória. As novas evidências indicam que isso também ocorre quase simultaneamente à prática, e não apenas durante o sono. 

Ainda não há consenso sobre a duração ideal dessas pausas, mas no estudo os melhores resultados surgiram quando treino e descanso tiveram tempos semelhantes.

A aplicação prática dessa técnica pode beneficiar atletas, músicos e estudantes. Em vez de treinar até a exaustão, é mais eficiente alternar períodos de prática e descanso. Esse modelo também pode ser incorporado a métodos pedagógicos, prevendo momentos de pausa ativa para que o cérebro consolide o conteúdo.

A abordagem pode favorecer ainda a reabilitação de pacientes que sofreram derrame. Monitorar o momento exato em que o cérebro consolida habilidades permite ajustar o ritmo das sessões de terapia e potencializar a recuperação.

Pesquisas indicam que, mesmo em repouso, o cérebro continua ativo, reorganizando informações e fortalecendo memórias. Entender e aplicar esse mecanismo pode revolucionar o aprendizado.

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SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais