Precisando de mais felicidade na vida? Reprograme o cérebro para chegar lá
Pequenas mudanças podem deixar sua vida mais leve e positiva

De acordo com o último World Happiness Report, o Brasil ocupa a 36ª posição entre os 100 países mais felizes do mundo. Estar entre os 40 primeiros até faz sentido, considerando tudo o que está acontecendo no mundo.
“A verdade é que estamos mais pró-sociais do que nunca”, afirma Jennifer Moss, autora de “Unlocking Happiness at Work” (Desbloqueando a felicidade no trabalho).
Para ela, a felicidade é, no fim das contas, uma escolha. Se você anda se sentindo para baixo, saiba que é possível “reprogramar” o cérebro e enxergar a vida de forma mais positiva. Aqui estão cinco pequenas mudanças que podem ajudar:
1. Cerque-se de pessoas felizes
Sabe quando você entra em um ambiente onde acabou de acontecer uma briga e sente o clima pesado? Ou, ao contrário, quando ouve uma risada e logo se pega sorrindo também?
Esse fenômeno é conhecido como “efeito de contágio emocional” – e pode ser um ótimo aliado. Um estudo publicado no “British Medical Journal” mostra que conviver com pessoas felizes – sejam amigos, parentes, vizinhos ou colegas – pode aumentar em até 34% a sua própria felicidade.
“Existe uma troca de energia entre as pessoas”, explica Moss. “Podemos usar isso a nosso favor, nos aproximando de quem está bem consigo mesmo.”
2. Pratique a mentalidade de abundância
Henry Ford costumava dizer: “se você acha que pode ou que não pode, você está certo”. Em outras palavras: o que você acredita influencia diretamente os resultados – inclusive quando o assunto é felicidade.
Em vez de focar no que está faltando, preste atenção no que você já tem. Segundo Moss, essa mudança de foco – da escassez para a abundância – é uma forma eficaz de recondicionar o cérebro.
“É uma espécie de treino de atenção que ativa o córtex pré-frontal. Quanto mais você o exercita, mais forte ele fica. Esse exercício é especialmente útil nos momentos em que parece que tudo está perdido.”
Uma boa dica é fazer um diário de gratidão: todos os dias, escreva três coisas pelas quais você se sente grato. Felicidade e gratidão andam juntas – reconhecer as pequenas coisas boas pode melhorar seu humor e aumentar sua sensação de bem-estar.

3. Faça o bem para os outros
Uma forma simples de se sentir melhor é alegrar o dia de alguém. Pode ser levar de surpresa um café para um colega ou fazer um elogio sincero. Gestos de gentileza liberam serotonina e ocitocina – os famosos hormônios do bem-estar.
“Esses gestos também fortalecem nossos vínculos com as pessoas”, diz Moss. “Eles aumentam a confiança e diminuem os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.”
Uma pesquisa publicada na “Review of General Psychology” mostra que fazer cinco atos de gentileza em um único dia tem efeitos positivos duradouros. “É como se tivesse uma meia-vida”, diz Moss. “Funciona como um remédio cujo efeito continua por dias.”
4. Valorize pequenos momentos de conexão
Pequenas interações com desconhecidos também fazem a diferença. A pesquisadora Barbara Fredrickson, da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, mostra que interações breves – como um sorriso ou um olhar amigável – ativam o nervo vago, que influencia diretamente o sistema nervoso. “Esses estímulos ativam áreas do cérebro ligadas à sensação de calma”, diz Moss.
Lembre disso quando cruzar com alguém no corredor, no elevador ou na fila do mercado. Esses breves momentos de conexão, mesmo com estranhos, podem ajudar a aumentar a sensação de bem-estar e reduzir a solidão.
5. Diminua o ritmo
Por fim, desacelere. Permita-se aproveitar mais os momentos bons. “Vivemos em um estado constante de distração digital, e isso enfraquece o córtex pré-frontal – justamente a área do cérebro que regula as emoções”, alerta Moss.
TORNANDO A FELICIDADE UM HÁBITO
Entender como reprogramar o cérebro é só o primeiro passo. O verdadeiro desafio é colocar esse conhecimento em prática – especialmente nos dias mais difíceis.
A sugestão de Moss é simples: use alarmes no celular ou marque na agenda atividades que te façam bem, como um passeio ao ar livre, um momento para escrever no diário de gratidão ou um encontro com alguém que sempre melhora o seu astral.
“Crie rituais”, ela sugere. “Só de saber que tem algo bom para acontecer, o cérebro já começa a liberar os hormônios do bem-estar – mesmo antes de a atividade começar.”
E se, depois de um mês, você não sentir uma grande mudança, não desanime. “Reprogramar o cérebro leva tempo, prática e repetição”, lembra Moss. “Comemorar as pequenas conquistas já é um reforço positivo poderoso. Quanto mais você pratica, mais natural isso se torna.”