Se arrepender não é o fim do mundo. Aprenda a lidar com esse sentimento

Não há como evitar algum grau de arrependimento na vida. Mas essas técnicas podem ajudá-lo a seguir em frente da melhor forma

Crédito: Fast Company Brasil

Kathleen Davis 2 minutos de leitura

Costumo encarar o arrependimento como uma espécie de outro lado da moeda da preocupação. Preocupação é a ansiedade com o que pode dar errado e arrependimento é a preocupação com o que já deu errado.

Na verdade, não há como evitar um certo grau de preocupação nem de arrependimento. Senti-los significa que você é simplesmente um ser humano vivendo as experiências normais da vida. 

Art Markman, colaborador da Fast Company e cientista cognitivo, afirma que há dois tipos de arrependimento: o tipo que você sente quando pensa sobre as ações que tomou e que não deram certo e o arrependimento que você sente quando pensa sobre tudo aquilo que não fez (e poderia ter feito). 

“Conforme envelhecemos, as coisas que deixamos de fazer tendem a ser maiores do que o arrependimento das coisas idiotas que fizemos", diz ele. "Por exemplo, você pode se arrepender de não ter aceitado um determinado emprego que lhe foi oferecido ou de ter decidido não voltar a estudar."

Sem dúvida, sinto que quanto mais velha fico, menos me envergonho de pequenas coisas que costumavam ficar voltando em minha mente. É um clichê, mas sempre me lembro de que ninguém pensa em mim tanto quanto eu. 

Só temos uma vida. Em vez de viver com arrependimento, tome a iniciativa de mudar o que você não gosta.

Provavelmente, seus erros parecem muito maiores para você do que para qualquer outra pessoa. Se você se arrepende de ter dito algo idiota em uma reunião, convém lembrar a si mesmo que as outras pessoas na sala não perceberam ou já esqueceram.

A exceção é se você disse algo que magoou ou ofendeu alguém. Esse é o tipo de coisa que fica na mente das pessoas e só piora se não for resolvida. É preciso se desculpar.

A primeira parte (e a mais importante) de qualquer pedido de desculpas é assumir a responsabilidade pelo que você fez de errado – sem ressalvas, desculpas ou explicações.

A próxima etapa é oferecer uma solução – que pode ser tão simples quanto prometer que você não repetirá o erro. A etapa final é fazer um pedido sincero de desculpas no trabalho ou a qualquer pessoa afetada por suas ações.

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Quanto aos arrependimentos maiores da vida, como desejar ter seguido uma carreira diferente, Markman tem dois bons conselhos. Primeiro: reflita se não se trata apenas de um momento de achar que "a grama do vizinho é mais verde".

Quando falamos de trabalho, todo emprego tem suas desvantagens. Quando você está tendo uma semana ruim, isso não significa necessariamente que você seria mais feliz em um emprego diferente. 

"É muito fácil pensar apenas nas coisas maravilhosas que poderiam ter acontecido se você tivesse feito outra coisa. Mas todo trabalho tem suas dificuldades. Não importa o que faça, você terá alguns períodos de dúvida", diz Markman.

EM segundo lugar, nunca é tarde demais para fazer uma mudança. Se os sentimentos de arrependimento persistirem, talvez valha a pena investigar o que implicaria fazer uma mudança e se você está disposto a arriscar.

Sempre penso em uma frase de um poema de Mary Oliver: "o que você planeja fazer com sua única vida aberta e preciosa?". Só temos uma vida. Em vez de viver com arrependimento, tome a iniciativa de mudar o que você não gosta.


SOBRE A AUTORA

Kathleen Davis é editora adjunta da Fast Company. saiba mais