Se você tem essa habilidade subestimada, você é um chefe melhor do que a maioria

Conversas simples ajudam no engajamento da equipe, diz especialista em ambiente de trabalho

Sãotrês dicas doo especialista
Mais do que bônus ou promoções, são as conversas sinceras que fazem os funcionários se sentirem valorizados. Foto: Freepik

Redação Fast Company 2 minutos de leitura

Muitas pessoas associam um bom ambiente de trabalho com benefícios que oferecem festas, pizzas, bônus de fim de ano ou férias generosas. No entanto, na prática, o que mais impacta o engajamento dos funcionários no dia a dia pode ser algo bem mais simples e menos valorizado: um chefe melhor, que sabe conversar.

O pesquisador Zach Mercurio, especialista em liderança e cultura organizacional, publicou um artigo no CNBC Make It expondo seus cinco anos de estudo sobre diferentes ambientes de trabalho, o qual chegou a uma conclusão surpreendente: o que faz os funcionários se sentirem realmente valorizados não são promoções, aumentos de salário ou placas de "funcionário do mês", mas sim interações humanas autênticas com seus líderes.

Um simples "como você está de verdade?" faz diferença

Para o pesquisador, chefes que sabem puxar uma boa conversa informal, aquela que vai além do “tudo bem?” no elevador, tendem a criar vínculos reais com suas equipes. Perguntas como “Ouvi dizer que seu filho se formou, como foi a comemoração?” ou “Sei que a semana está puxada, como você está segurando as pontas?” ajudam a construir confiança e mostram cuidado genuíno.

E isso é especialmente importante no cenário atual de trabalho remoto e híbrido. Segundo Mercurio, trabalhadores à distância, ou que atuam em funções pouco valorizadas, como, por exemplo, limpeza, transporte e entregas, muitas vezes se sentem invisíveis. Já a tecnologia agilizou a comunicação, mas também a tornou mais fria e transacional.

“Usamos Slack, e-mail, tudo em modo automático. Mas você não resolve por e-mail quando os pais de alguém estão no hospital, ou quando há um conflito na equipe. Isso exige conexão humana, presença, escuta”, afirma.

Como evitar o papo superficial?

Se a ideia é fugir da conversa de elevador, Mercurio sugere perguntas abertas e específicas, como:

  • “Teve alguma ideia bacana na reunião que chamou sua atenção?”
  • “Tem algo que você esteja tocando e precise de ajuda extra?”

A recomendação é evitar aquelas perguntas que geram respostas automáticas e investir no que a especialista Lorraine Lee chama de encadeamento de conversa: perguntar de forma que a resposta traga mais assunto. Por exemplo, em vez de “De onde você é?”, vale dizer: “Ah, é de Malibu? Como era crescer perto da praia?”

Pequenas conversas, grandes lideranças

Para Mercurio, esse tipo de habilidade é valiosa para quem ocupa cargos de liderança. Ele sugere até um exercício: anotar ao longo da semana todas as conversas com a equipe e observar quantas delas foram sobre o trabalho em si, e quantas foram sobre quem aquela pessoa é, suas emoções, histórias e dificuldades.

“Eu incentivo [os líderes] a monitorar suas interações com a equipe, por exemplo, ao longo da semana. Quando você interage com eles? Anote sobre o que vocês conversaram. Quanto desse tempo é gasto falando sobre o que eles fazem ou podem fazer por você e quanto é sobre quem eles são e como estão se sentindo?”, conclui o especialista no artigo para se tornar um chefe melhor.


SOBRE O(A) AUTOR(A)

Redação Fast Company Brasil. saiba mais