Síndrome do fim do ano: sinais comuns que muita gente ignora

Entenda por que dezembro pesa na saúde mental e quais atitudes ajudam a atravessar esses período

Mulher triste natal
descreve um conjunto real de reações emocionais que se intensificam com o acúmulo de tarefas, expectativas e balanços pessoais. Créditos: Freepik

Guynever Maropo 3 minutos de leitura

A síndrome do fim do ano costuma ganhar força em dezembro, período marcado por encerramentos, cobranças e excesso de estímulos emocionais. Mesmo associada a festas e celebrações, a fase final do ano também concentra estresse, ansiedade e sensação de esgotamento para muitas pessoas.

Segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados, esse fenômeno é conhecido popularmente como dezembrite e não configura um diagnóstico clínico formal. Ainda assim, descreve um conjunto real de reações emocionais que se intensificam com o acúmulo de tarefas, expectativas e balanços pessoais.

O fim do ano funciona como um marco simbólico. Ele estimula comparações, revisões de metas e autocobrança, o que pode fragilizar a saúde mental, sobretudo em pessoas já sobrecarregadas.

Leia mais: “Terapeutas” de IA não se importam com a gente, só com nossos dados.

O que é a síndrome do fim do ano?

A também chamada dezembrite reúne sintomas emocionais ligados ao contexto social e psicológico de dezembro. Ela surge da soma entre pressão profissional, demandas familiares e expectativa de fechamento positivo do ano.

O período também concentra compromissos sociais intensos, eventos obrigatórios e a ideia de que tudo precisa terminar bem. Esse cenário amplia a sobrecarga mental e emocional.

Por que os sintomas se intensificam em dezembro

O fechamento do ano, ativa processos de comparação e avaliação pessoal. Metas não cumpridas, perdas e frustrações tendem a ganhar mais peso nesse momento.

Ao mesmo tempo, existe pressão social para demonstrar felicidade e disposição. Esse contraste aumenta o sofrimento de quem não se sente bem emocionalmente.

Leia mais: Saúde mental em dia está entre os maiores sonhos do brasileiro.

Principais sinais de alerta

Os sintomas mais comuns incluem irritabilidade, alterações no sono, cansaço persistente e dificuldade de concentração. Também podem surgir desânimo, choro fácil e perda de interesse por atividades habituais.

Quando essas manifestações passam a interferir na rotina, nas relações ou no trabalho, o quadro deixa de ser apenas cansaço pontual. Nesses casos, a busca por apoio profissional se torna essencial.

Dezembrite x transtorno afetivo sazonal: qual a diferença?

Embora compartilhem alguns sintomas, a dezembrite e o transtorno afetivo sazonal têm origens diferentes. O transtorno afetivo sazonal está ligado a fatores biológicos, como a redução da luz solar.

Já a dezembrite tem base emocional e social. Ela se relaciona ao contexto cultural do fim do ano, marcado por cobranças, balanços e expectativas elevadas.

O hábito de revisar o ano pode intensificar sentimentos de fracasso ou insuficiência. A sensação de que o tempo acabou amplia a ansiedade e o desânimo.

Além disso, pressões financeiras e familiares típicas de dezembro aumentam a carga emocional, especialmente entre pessoas que acumulam múltiplas responsabilidades.

Como reduzir a sobrecarga emocional

Estabelecer limites é uma das estratégias mais eficazes. Não participar de todos os eventos e respeitar o próprio ritmo ajuda a preservar o equilíbrio emocional.

Outras medidas incluem manter uma rotina de sono adequada, evitar excessos e dividir metas em objetivos menores e mais realistas ao longo do ano.

O suporte de familiares e amigos é fundamental. Escutar sem julgamentos e demonstrar disponibilidade fortalece vínculos e reduz o isolamento emocional.

Em situações de agravamento dos sintomas, incentivar a busca por ajuda psicológica ou psiquiátrica pode fazer diferença no cuidado com a saúde mental.

Leia mais: Nem tudo é quantidade: como pequenas pausas podem salvar sua saúde mental.

Você pode se interessar também:

A síndrome do fim do ano não é um diagnóstico médico, mas seus efeitos são concretos e merecem atenção. Com limites, realismo, apoio e autocuidado contínuo, é possível atravessar dezembro de forma mais leve e saudável.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais