Trabalho remoto pode ser tão prejudicial à saúde quanto o do chão da fábrica

Veja o que os líderes de equipes remotas podem aprender com os programas de segurança industrial

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Stephanie Gifford 5 minutos de leitura

Normalmente, ninguém associa o home office à necessidade de programas de segurança no trabalho. Afinal de contas, os funcionários ficam sentados em suas salas de estar ou escritórios, em vez de circular pelos andares de produção de uma fábrica ou de centros de distribuição.

Mas a verdade é uma só: os trabalhadores remotos correm tanto risco de desenvolver doenças musculoesqueléticas debilitantes quanto os trabalhadores industriais. Má postura, posição sustentada por períodos longos demais e movimentos repetitivos causarão lesões, independentemente de a pessoa estar operando máquinas pesadas ou debruçada sobre um laptop na mesa da cozinha.

muitas das teorias ergonômicas e práticas de segurança recomendadas nas fábricas são relevantes para quem trabalha em escritório.

Um estudo de 2020 descobriu que 40% das pessoas desenvolveram DOR (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) novos ou agravados depois que começaram a trabalhar em casa durante a pandemia.

Síndrome do túnel do carpo, tendinite, síndrome do desfiladeiro torácico e síndrome do pescoço tensionado são comuns entre os trabalhadores em funções administrativas.

As soluções de ponta habilitadas para segurança usadas no chão de fábrica – algumas delas com uso de IA – podem não ser práticas na mesma escala para trabalhadores remotos. Mas muitas das teorias ergonômicas fundamentais e práticas recomendadas de segurança nas quais essa tecnologia se baseia são muito relevantes.

Veja o que os líderes de equipes remotas podem aprender com os programas de segurança industrial.

MOVIMENTO REPETITIVO E MÁ POSTURA CAUSAM LESÕES

As empresas industriais lutam há muito tempo contra lesões musculoesqueléticas entre trabalhadores. O problema não é necessariamente levantar peso ou fazer esforço físico intenso. Lesões resultantes de tarefas repetitivas, como trabalho manual intensivo, custam às empresas nos EUA mais de US$ 2 bilhões por ano.

Para quem trabalha em escritório, o problema é tipicamente de postura. Para aproximar os olhos das tela do laptop, a pessoa tende a se encurvar: ombros para a frente, pescoço curvado, cotovelos apoiados na mesa. Quando mantida por longos períodos, essa posição pode limitar o sistema circulatório, interrompendo o fluxo sanguíneo e linfático.

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O sangue traz oxigênio e nutrientes, enquanto a linfa transporta resíduos e toxinas. Sem esses processos vitais, as áreas do corpo parcialmente cortadas da circulação começam a funcionar mal. A síndrome do desfiladeiro torácico, por exemplo, ocorre quando um pequeno espaço entre o músculo e o osso na base do pescoço é condensado, apertando o nervo do plexo braquial.

A síndrome do túnel do carpo, que afeta cerca de 10% dos trabalhadores de escritório, pode ser causada por certos tipos de compressões mais altas no braço e pescoço ou por movimentos repetitivos do punho para frente e para trás. Esses movimentos comprimem o pulso, o que aperta os nervos que vão para a mão. As consequências são dormência, formigamento e dor.

ERGONOMIA E ALONGAMENTO

Então, como as instalações do tipo industrial lutam contra os DOR e LERS? Compreendendo e aplicando os princípios de ergonomia que mantêm os trabalhadores seguros.

Isso começa com o treinamento. Os funcionários que executam tarefas intensivas com as mãos geralmente são ensinados a manter as mãos e os pulsos em uma posição neutra, para manter a circulação saudável.

Os trabalhadores de escritório devem ser ensinados a manter uma postura ereta por meio do fortalecimento e ativação dos músculos abdominais e toráxicos, com os ombros distantes do pescoço, as omoplatas levemente para trás e os cotovelos fora da mesa e abaixo das mãos.

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Também devem adotar a prática de intervalos de alongamento rápido, que são usados pelos programas de segurança do trabalho industrial para combater posturas prolongadas e posições prejudiciais às mãos.

Recentemente, trabalhei com uma grande empresa de engenharia elétrica para implementar esse programa com os funcionários da linha de frente. Estabelecemos pausas programadas regularmente ao longo do dia, para que eles fizessem uma série de exercícios respiratórios e alongamentos no pescoço, peito e mãos.

Em quatro semanas, não só o nível percebido de rigidez e dor foi reduzido em 38% como os participantes também notaram melhora na amplitude de movimento em todas as articulações.

Os trabalhadores remotos podem colher os mesmos benefícios. Fazer intervalos de alongamento rápido, de apenas cinco minutos ao longo do dia, reverte os efeitos da má postura.

TECNOLOGIA HABILITADA PARA IA

As indústrias estão usando dispositivos vestíveis habilitados para inteligência artificial para identificar movimentos nocivos e manter os trabalhadores seguros. Uma luva ou envoltório de mão com um sensor vestível, por exemplo, pode emitir um zumbido suave para notificar o usuário sempre que ele comprometer a posição de mão neutra recomendada.

Fazer intervalos de alongamento rápido ao longo do dia, de apenas cinco minutos, reverte os efeitos da má postura.

Existem produtos semelhantes para trabalhadores de escritório. Essa tecnologia permite que a pessoa entenda quando está relaxada ou lembra a ela de fazer intervalos curtos de alongamento. O melhor de tudo é que, como o dispositivo mede os movimentos de cada indivíduo, essas recomendações são personalizadas para a fisiologia e circunstância exclusivas de cada um.

Os chefes de equipes remotas podem não ter orçamento para investir nessas ferramentas para todos, mas a aplicação estratégica pode reduzir os custos enquanto aprimora os cuidados com segurança do local de trabalho.

Com o trabalho remoto firmemente estabelecido como nova norma, as empresas precisam levar a sério a proteção dessa categoria de funcionários.


SOBRE A AUTORA

Stephanie Gifford é gerente sênior de desenvolvimento de negócios na Ansell Inteliforz. saiba mais