Viciado em ChatGPT? Veja como recuperar seu cérebro
As próximas gerações se desenvolverão em meio à onda do ChatGPT; confira cuidados para não deixar a sua própria criatividade de lado

Há alguns anos, quando alguém se encontrava sem criatividade para alguma demanda do trabalho ou da vida pessoal, a principal alternativa era deixar a atividade em segundo plano e mudar o foco, para que uma boa ideia surgisse enquanto a mente estivesse pensando em outra coisa. Apesar de ainda ser uma dica muito útil, esses momentos agora foram substituídos por soluções rápidas com a ajuda da IA, especialmente do ChatGPT.
A maioria das tarefas que costumavam levar muito tempo ou se tornavam exaustivas passaram a ser mais simples com o uso das ferramentas de inteligência artificial. No entanto, é importante ressaltar que essa onda de uso de IAs pode trazer consequências a longo prazo, como a dependência da tecnologia.
Na prática, isso dificulta o caminho para a senioridade, minando sua autoconfiança e intensificando a síndrome do impostor, de acordo com Edison Earl, pós-graduando na Universidade de Artes Bournemouth, na Inglaterra, segundo matéria da Bloomberg.
Enquanto os indivíduos da geração anterior tendem a confiar muito em seu trabalho, a nova geração delega a maioria de suas demandas para a IA, tornando-se altamente dependente dela.
Um exemplo disso foi dado por uma recrutadora da área de recursos humanos. Ela contou que teve contato com uma pessoa que simplesmente desaprendeu a fazer contribuições em reuniões.
Isso porque ela entrou no mercado de trabalho durante a pandemia, no universo das vídeochamadas. Na época, caso essa pessoa quisesse se posicionar, bastava reagir com algum emoji. Na vida real, no entanto, não existem emojis.
Em suma, para evitar situações como esta de dependência da inteligência artificial, Cheryl Einhorn, fundadora da consultoria Decision Services e professora adjunta da Universidade Cornell, traz duas dicas. “Tente você mesmo pensar em uma decisão e faça um ‘teste’ (depois disso) com IA”, diz ela. Ou seja, chegue você mesmo a uma solução antes de apelar para a IA.
A outra dica é ser mais questionador diante das respostas de um chatbot. “Você pode perguntar a ele ‘de onde vem essa recomendação?’”. Na prática, a ideia é não aceitar de maneira automática tudo o que o ChatGPT diz, por exemplo, e entender como aquela resposta foi formulada.