Você se sente envergonhado no trabalho? 3 dicas para superar essa dificuldade

Sentir-se constrangido de vez em quando não é algo ruim. Mas essas três estratégias podem ajudar se isso estiver impactando sua vida profissional

Créditos: Robin Schreiner/ Tabitha Turner/ Unsplash

Art Markman 4 minutos de leitura

Imagine o seguinte: você está trabalhando em uma nova empresa e, nas primeiras semanas, ouve muito e fala pouco. Um dia, em uma reunião geral, pedem que diga alguma coisa. Você começa com uma piada curta, só que ninguém ri. Você sente seu rosto corar, olha para o chão de vergonha e acaba tendo dificuldade para continuar falando.

O que você experimenta nesse momento é uma das várias emoções negativas inter-relacionadas que as pessoas sentem após fazer algo errado: vergonha, culpa e constrangimento.

A vergonha e a culpa são emoções mais fortes que o constrangimento e geralmente envolvem ações com um forte componente moral. O constrangimento, geralmente, aparece em situações públicas. Ele reflete a sensação de que você está sendo julgado negativamente.

Embora seja uma sensação ruim no momento, o constrangimento pode ter muito valor. Uma emoção que o torna mais sensível às reações das outras pessoas pode ajudar você a perceber coisas que fez e que podem ter prejudicado sua posição no grupo. Ou seja, se você faz algo de vez em quando que leva ao constrangimento, isso é saudável.

Existem dois sinais de que o constrangimento não está te ajudando. Primeiro, se você se sentir constrangido em muitas situações, precisa recalibrar. Segundo, se você se afasta de contribuir por medo de se sentir constrangido, isso também é um problema.

Para reduzir o perigo de passar por situações constrangedoras, há três coisas que se pode fazer:

1. Fale com um amigo

A sensação de constrangimento é um reflexo do que você acredita que os outros estão pensando a seu respeito. Mas, muitas vezes, você é um mau juiz de como as outras pessoas te veem; acredita que todas as suas inseguranças e limitações são visíveis para todo mundo. Felizmente, não são.

A melhor maneira de saber como os outros estão avaliando suas ações é perguntar. Comece falando com um colega com quem você se dá bem e peça um feedback sobre coisas que você disse em reuniões do grupo.

As chances são de que você descubra que eles pensam que você faz contribuições importantes e que suas ansiedades sobre como você disse algo ou sobre os pequenos erros que cometeu são exageradas.

Aprender a se ver como os outros realmente te veem (em vez de como você teme que eles te vejam) pode dar mais confiança no futuro.

2. Crie uma "casca"

De vez em quando, você pode dizer ou fazer algo que leve a uma reação negativa dos outros. Na verdade, quanto mais alto se sobe na hierarquia corporativa, mais provável é que haja pessoas que simplesmente não gostem de você ou a quem você tenha desagrado com alguma atitude sua.

Uma das cinco grandes características de personalidade é a afabilidade, que reflete sua motivação para ser bem visto pelos outros. Se você for muito afável, então saber que há pessoas que não gostam de você e te julgam duramente pode ser difícil e constrangedor.

É preciso aceitar que, alguma hora, você vai fazer coisas que os outros julgarão de forma negativa. Quando estiver constrangido, vai passar muito tempo pensando no que fez de errado ou vai tentar mudar o modo de pensar dessas pessoas em relação a você.

Se a ação pela qual você se sente constrangido não for algo que realmente justifique isso, então resista ao impulso de procurar os outros. Você também precisa acalmar a tendência de ficar remoendo o caso. Fazer algo saudável e que distraia, como se exercitar, pode ajudar.

3. Calcule o custo-benefício

De maneira geral, quando você deixa de agir por medo de se sentir constrangido, precisa pensar nos benefícios da ação que pretende realizar e comparar com o custo de não agir para evitar o constrangimento. Em algumas situações, o medo do constrangimento vence.

No entanto, muitas vezes, o cálculo favorece a ação. Se você foi convidado a fazer uma apresentação, há muitos benefícios caso se saia bem. Você receberá crédito pelas ideias que apresentar e ficará mais conhecido pelos tomadores de decisão, que podem se lembrar de você para novos projetos ou promoções.

É comum se preocupar com o constrangimento, mas, em geral, as pessoas tendem a esquecer uma apresentação malfeita.

Por fim, mesmo que você consiga superar o constrangimento que te impede de agir, isso não significa que deve parar de aprender com os erros. Com certeza, faça a apresentação. Se ela não correr bem, peça conselhos a um colega e encontre maneiras de fazer melhor no futuro.


SOBRE O AUTOR

Art Markman é PhD e professor de psicologia e marketing na Universidade do Texas e diretor-fundador do Programa nas Dimensões Humanas ... saiba mais