5 perguntas para Artur Pereira, vp do Web Summit e country manager do Brasil e Portugal

Crédito: Fast Company Brasil

Mariana Castro 5 minutos de leitura

O Web Summit Rio 2024 começou nesta segunda-feira (dia 15) com uma série de apresentações distribuídas em 18 trilhas, entre elas inteligência artificial e suas implicações, futuro do trabalho, finanças, saúde, liderança, mídia, publicidade e marketing, sustentabilidade, games, realidade virtual e aumentada (RV e RA), energia, educação, design e empreendedorismo.

O evento faz parte da estratégia da prefeitura do Rio de Janeiro de transformar a cidade na capital da inovação da América Latina.

Nesta entrevista à Fast Company Brasil, o vice-presidente do Web Summit e country manager do Brasil e de Portugal, Artur Pereira, conta quem são as pessoas que estarão no evento deste ano que todo mundo deveria conhecer.

Ele também fala da importância do evento para o ecossistema global de inovação e empreendedorismo e cita as ações para tornar o Web Summit Rio mais diverso e inclusivo. Confira!

FC Brasil – Você poderia citar alguns novos empreendedores que estarão presentes neste Web Summit Rio que as pessoas deveriam conhecer?

Artur Pereira – Eu citaria, entre outros,

Juan Pablo Ortega, empreendedor em série, fundador da Rappi e da Yuno;

Marco Stefanini, fundador e CEO global da Stefanini. Ele adquiriu várias empresas de IA e integrou seus produtos a muitos grandes clientes;

Clint Graumann, CEO e co-fundador da Nuview, que recentemente levantou uma rodada de investimento e é apoiado por Leonardo di Caprio. Seu produto usa tecnologia no combate às  mudanças climáticas;

Ariel Grunkraut, CEO e presidente na ZAMP (ex- Burger King do Brasil).  Quando Ariel assumiu o controle, o grupo tinha uma presença moderada no Brasil. Ele aumentou a presença para mais de 900 lojas em todos os estados;

Emily Chiu, COO da TBD, empresa de blockchain e finanças descentralizadas, é apoiada por Jack Dorsey, um dos fundadores do Twitter;

Sergio Chaia, CEO da Unico, um unicórnio, e um novo CEO.

FC Brasil – Ao fazer a curadoria da programação do Web Summit, há uma preocupação em dar visibilidade à perspectiva de inovação do Sul Global?

Artur Pereira – Incorporamos a cultura de cada uma de nossas cidades-sede ao nosso evento de várias maneiras. Nos palcos, haverá discussões relacionadas a oportunidades de investimento na América do Sul com alguns dos principais VCs da região. Fundadores, CEOs, investidores e a mídia de todo o mundo estão vindo para explorar o Web Summit Rio e conhecer essas histórias de sucesso em rápido crescimento.

Juan Pablo Ortega é um ótimo exemplo disso. Ele fundou a Rappi, o primeiro unicórnio da Colômbia, e agora está em uma nova jornada com a Yuno, uma plataforma de fintech que permite que empresas de todo o mundo escalem com sua tecnologia. Ele falará sobre isso no Web Summit. Assim como ele, há outros empreendedores em série da região que irão se apresentar no Web Summit Rio.

Também trabalhamos com parceiros comunitários e organizações locais para envolver o ecossistema e incluir membros da comunidade, especialmente aqueles que estão sub-representados na tecnologia e que, de outra forma, não poderiam participar de nossos eventos. No Web Summit Rio, alguns desses parceiros da comunidade brasileira são Casablack, o Grupo Transfero, a Rede Mulher Empreendedora (RME) e a Rede Djassi, que está trazendo 25 startups brasileiras de origem africana para o evento. Demos ênfase à diversidade. Em nosso grupo de startups deste ano, 22% são fundadas por negros e 45%, por mulheres.

FC Brasil – Há mais sessões em português em relação  ao ano passado. Apesar do aplicativo de tradução simultânea, essa é uma tendência do Web Summit Rio para tornar o conteúdo mais acessível?

Artur Pereira – Nós aproveitamos o feedback do ano passado e agora temos traduções ao vivo em todos os palcos, pela primeira vez, de inglês para português e de português para inglês - para garantir que todos os participantes se sintam confortáveis no evento.

FC Brasil – Há críticas ao fato de o Web Summit ser realizado no Riocentro, onde não acontece uma integração do evento com a cidade do Rio de Janeiro, o que muda a experiência dos participantes. Vocês pensam em mudar o Web Summit para outro local?

O Web Summit Rio utiliza a cidade inteira. Realizamos muitos eventos em toda a cidade, onde acontecem jantares e eventos paralelos. Esses locais incluem o Museu do Amanhã, a Casa Camolese e o Palácio da Cidade.

Nosso evento não termina às 17h. Realizamos o Night Summit para todos os participantes em locais deslumbrantes, como o Bosque Bar, o Rio Scenarium e o Rock Bar do Jockey Club, para incentivar nossos participantes a conhecer mais o Rio, fazer novas conexões e descobrir o patrimônio e a cultura do Brasil.

O Web Summit Rio fará uma parceria com a AS Brasil para fornecer um serviço de ônibus de ida e volta para o evento. O terminal de ônibus estará localizado no Riocentro e haverá 25 pontos de encontro na cidade.

FC Brasil – Qual é o impacto do evento para o ecossistema de inovação e empreendedorismo global e do Brasil?

Artur Pereira – As cidades querem sediar eventos do Web Summit para reforçar seu ecossistema tecnológico a longo prazo, não apenas para turismo de negócios a curto prazo. Vimos isso com o Web Summit em Lisboa, onde o ecossistema de startups cresceu incrivelmente nos últimos 7 anos e empresas internacionais, incluindo Mercedes Benz, Google, Revolut, Cisco e Uber, investiram em Portugal.

A Unbable é uma incrível história de sucesso de uma startup portuguesa e seu cofundador, Vasco Perdo, fará uma palestra no Web Summit Rio. Os ecossistemas de nossos eventos em todo o mundo podem se cruzar ao longo do ano. A Inspira, uma startup brasileira de tecnologia jurídica, venceu o PITCH no Web Summit em Lisboa em novembro de 2023.

O Web Summit trará mais de 30 mil participantes ao Rio de Janeiro este ano. Trabalhamos para possibilitar conexões significativas que permitam que esses ecossistemas em todo o mundo prosperem.

Por exemplo, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, está inaugurando o polo de educação e tecnologia do Porto Maravalley este mês e tem como objetivo atrair empresas de tecnologia, oferecendo oportunidades de trabalho e educação em segmentos ligados à inovação e à tecnologia na região.

Isso ajudará a impulsionar e fazer com que o Rio se torne o principal polo tecnológico da América Latina.


SOBRE A AUTORA

Mariana Castro é editora executiva da Fast Company Brasil. saiba mais