Esta cadeira de escritório super estilosa (e super resistente) é feita de papel
A Arper fechou parceria com a PaperShell em uma versão mais sustentável de sua icônica cadeira Catifa 53
A marca italiana de design Arper acaba de lançar uma nova versão de sua icônica cadeira para escritórios, a Catifa 53. Mas, em vez de couro, metal ou plástico, o mais novo assento da Catifa Carta é composto por 29 camadas de papel e foi criado para capturar carbono.
O material inovador da cadeira foi desenvolvido pela PaperShell, uma startup sueca fundada em 2021 com o objetivo de produzir alternativas para o plástico tradicional. Para fabricar essa madeira artificial, a PaperShell parte de subprodutos, como serragem, lascas e galhos.
Esses materiais de origem local são processados em papel kraft, que é disposto em camadas e prensado com uma resina natural. O resultado é um material que aguenta o peso e é moldável. Durante o processo, mais carbono é armazenado do que liberado: um quilo de PaperShell corresponde a cerca de 1,58 quilos de CO2 que, caso contrário, seria lançado na atmosfera.
De acordo com o cofundador da PaperShell, Anders Breitholtz, o material pode ser usado para fabricar qualquer coisa, desde skates até componentes de automóveis.
Mas a empresa ainda está em seus estágios iniciais, e o lançamento de um novo material depende "em grande parte da descoberta dos parceiros certos" com os quais trabalhar. A cadeira Catifa Carta da Arper é a primeira experiência em que um fabricante de móveis utiliza o PaperShell em um projeto.
UMA NOVA VISÃO DA SUSTENTABILIDADE
Quando o CEO da Arper, Roberto Monti, entrou na empresa, há dois anos, se deparou com várias iniciativas de sustentabilidade, mas nenhum plano mais abrangente para o futuro. Por isso, ele estabeleceu como prioridade "começar a ligar os pontos".
Agora, a estratégia de sustentabilidade da Arper inclui compromissos para melhorar o bem-estar de funcionários e consumidores, iniciar a transição para uma economia circular e reduzir o impacto ambiental.
Tanto Breitholtz quanto Monti adotam o conceito de "sustentabilidade estética", ou seja, a ideia de que itens bonitos e de boa qualidade evitam a substituição constante de produtos domésticos.
Quando a cadeira chegar ao fim de sua vida útil, o assento PaperShell poderá ser transformado em biochar, uma forma de carvão vegetal que armazena carbono e pode ser usado para melhorar o solo.
CONSTRUINDO A CADEIRA
Para uma startup jovem como a PaperShell, a colaboração com uma marca de móveis de alto padrão em uma nova versão de seu produto mais vendido não foi nada simples. Monti é o primeiro a admitir que a Arper é "muito exigente no que diz respeito à atenção aos detalhes e à qualidade".
Portanto, a versão final do assento feito em parceria com a PaperShell precisava se ajustar ao formato clássico da Catifa 53 e, ao mesmo tempo, atender aos rígidos padrões da marca Arper.
Essas diretrizes significaram que as duas empresas fizeram testes com vários protótipos até chegar a um equilíbrio perfeito. Pernas minimalistas e um encosto suavemente inclinado refletem a silhueta elegante da cadeira original.
Mas, em vez de pintar a cadeira ou cobri-la com tecido depois de pronta, as duas equipes decidiram deixar o material PaperShell visível. É um acabamento escuro, semelhante à madeira, com imperfeições naturais que tornam cada peça única.
"Quero dar crédito a [Breitholtz] e à PaperShell, porque o caminho mais fácil teria sido começar com produtos padronizados – você poderia começar a montar linhas de produção e fazer bons negócios assim", diz Monti.
"Mas quem realmente deseja fazer a diferença e enfrentar desafios maiores precisa se dedicar a trabalhos mais difíceis. Esse material possibilita que a gente trabalhe em 3D, e é isso que estamos fazendo."