Esta cadeira de escritório super estilosa (e super resistente) é feita de papel

A Arper fechou parceria com a PaperShell em uma versão mais sustentável de sua icônica cadeira Catifa 53

Crédito: Arper

Grace Snelling 3 minutos de leitura

A marca italiana de design Arper acaba de lançar uma nova versão de sua icônica cadeira para escritórios, a Catifa 53. Mas, em vez de couro, metal ou plástico, o mais novo assento da Catifa Carta é composto por 29 camadas de papel e foi criado para capturar carbono.

O material inovador da cadeira foi desenvolvido pela PaperShell, uma startup sueca fundada em 2021 com o objetivo de produzir alternativas para o plástico tradicional. Para fabricar essa madeira artificial, a PaperShell parte de subprodutos, como serragem, lascas e galhos. 

Esses materiais de origem local são processados em papel kraft, que é disposto em camadas e prensado com uma resina natural. O resultado é um material que aguenta o peso e é moldável. Durante o processo, mais carbono é armazenado do que liberado: um quilo de PaperShell corresponde a cerca de 1,58 quilos de CO2 que, caso contrário, seria lançado na atmosfera.

De acordo com o cofundador da PaperShell, Anders Breitholtz, o material pode ser usado para fabricar qualquer coisa, desde skates até componentes de automóveis.

Crédito: Arper

Mas a empresa ainda está em seus estágios iniciais, e o lançamento de um novo material depende "em grande parte da descoberta dos parceiros certos" com os quais trabalhar. A cadeira Catifa Carta da Arper é a primeira experiência em que um fabricante de móveis utiliza o PaperShell em um projeto.

UMA NOVA VISÃO DA SUSTENTABILIDADE

Quando o CEO da Arper, Roberto Monti, entrou na empresa, há dois anos, se deparou com várias iniciativas de sustentabilidade, mas nenhum plano mais abrangente para o futuro. Por isso, ele estabeleceu como prioridade "começar a ligar os pontos".

Agora, a estratégia de sustentabilidade da Arper inclui compromissos para melhorar o bem-estar de funcionários e consumidores, iniciar a transição para uma economia circular e reduzir o impacto ambiental.

Crédito: Arper

Tanto Breitholtz quanto Monti adotam o conceito de "sustentabilidade estética", ou seja, a ideia de que itens bonitos e de boa qualidade evitam a substituição constante de produtos domésticos.

Quando a cadeira chegar ao fim de sua vida útil, o assento PaperShell poderá ser transformado em biochar, uma forma de carvão vegetal que armazena carbono e pode ser usado para melhorar o solo.

CONSTRUINDO A CADEIRA

Para uma startup jovem como a PaperShell, a colaboração com uma marca de móveis de alto padrão em uma nova versão de seu produto mais vendido não foi nada simples. Monti é o primeiro a admitir que a Arper é "muito exigente no que diz respeito à atenção aos detalhes e à qualidade".

Portanto, a versão final do assento feito em parceria com a PaperShell precisava se ajustar ao formato clássico da Catifa 53 e, ao mesmo tempo, atender aos rígidos padrões da marca Arper.

Crédito: Arper

Essas diretrizes significaram que as duas empresas fizeram testes com vários protótipos até chegar a um equilíbrio perfeito. Pernas minimalistas e um encosto suavemente inclinado refletem a silhueta elegante da cadeira original.

Mas, em vez de pintar a cadeira ou cobri-la com tecido depois de pronta, as duas equipes decidiram deixar o material PaperShell visível. É um acabamento escuro, semelhante à madeira, com imperfeições naturais que tornam cada peça única.

"Quero dar crédito a [Breitholtz] e à PaperShell, porque o caminho mais fácil teria sido começar com produtos padronizados – você poderia começar a montar linhas de produção e fazer bons negócios assim", diz Monti. 

"Mas quem realmente deseja fazer a diferença e enfrentar desafios maiores precisa se dedicar a trabalhos mais difíceis. Esse material possibilita que a gente trabalhe em 3D, e é isso que estamos fazendo."


SOBRE A AUTORA

Grace Snelling é colaboradora da Fast Company e escreve sobre design de produto, branding, publicidade e temas relacionados à geração Z. saiba mais