Estas capas de laptop são feitas da pele de peixes invasores

O peixe-leão destrói ecossistemas do oceano Atlântico. Mas uma marca de luxo transforma sua pele em acessórios de moda funcionais

Crédito: Inversa/ Giordano Cipriani/ Getty Images

Elizabeth Segran 2 minutos de leitura

A indústria da moda está se esforçando para se tornar mais sustentável. Mas, e se preservar o planeta não for suficiente? E se precisarmos ativamente reparar os ecossistemas danificados?

Essa é a preocupação que motiva a Inversa, startup com sede na Flórida que cria couros a partir de espécies invasoras. A empresa paga pescadores e caçadores pelas peles de alguns predadores, incluindo peixes-leões, pítons dragonfin e bagres americanos, que ameaçam os ecossistemas naturais porque não têm predadores naturais. Depois, trata essas peles, transformando-as em couros que podem ser usados ​​para fabricar acessórios de moda.

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Em seu lançamento mais recente, a Inversa fechou uma parceria com a marca de luxo feminina Oleada, que cria acessórios funcionais projetados para facilitar a vida das mulheres.

Juntas, as empresas incorporaram o couro de peixe-leão em uma capa elegante para laptop que custa US$ 245 e que se converte em um suporte portátil para sustentar o computador, tornando-o mais ergonômico para digitar. A capa também usa couro vegano feito de 34 garrafas plásticas retiradas do oceano.

Crédito: Inversa/ Divulgação

Os cientistas acreditam que, na década de 1980, um grupo de peixes-leões foi solto de um aquário direto no oceano Atlântico, na costa da Flórida. Sem predadores, se multiplicaram exponencialmente, tornando-se uma espécie dominante em muitos lugares, desde a costa do Brasil até Barcelona e Boston. Eles destroem toda a cadeia alimentar oceânica, incluindo os recifes de corais.

Crédito: Giordano Cipriani/ Getty Images

O peixe-leão tem uma aparência marcante, com listras brancas brilhantes cobrindo seu corpo de cor marrom e um longo espinho venenoso que precisa ser manuseado com cuidado. A Inversa retira a pele, mergulha em um cromo atóxico para que se torne durável ​​e depois a tinge em uma ampla gama de cores.

Os couros foram submetidos a testes de qualidade feitos por terceiros, para garantir que fossem resistentes. O couro final tem uma textura escamosa, que lembra uma pele de cobra. A bolsa para laptop Oleada tem uma logomarca no centro que destaca a pele de peixe-leão.

Crédito: Inversa/ Divulgação

No passado, não havia mercado para o peixe-leão, uma vez que geralmente ele não era consumido como alimento. Aarav Chavda, cofundador e CEO da Inversa, diz que a parte mais desafiadora da criação desse couro foi educar os pescadores sobre a crise ecológica e incentivá-los a capturar o peixe-leão, em vez de outros frutos do mar.

“Procuramos pescadores que trabalham com isso há 10 gerações”, diz Chavda. “Pagamos a eles um alto preço para caçar a criatura que está matando as garoupas e pargos de que eles dependem para se alimentar. Mas às vezes, demora um pouco para compreenderem a nossa missão.”


SOBRE A AUTORA

Elizabeth Segran, Ph.D., é colunista na Fast Company. Ela mora em Cambridge, Massachusetts. saiba mais