Estas joias são feitas com diamantes de laboratório e ouro e prata reciclados

Os itens da nova coleção da Pandora têm uma pegada de carbono parecida com as de jeans e camisetas

Crédito: Pandora/ ilbusca/ iStock

Morgan Clendaniel 2 minutos de leitura

A mineração de diamantes implica cavar imensos buracos na terra e colocar pessoas para fazer o perigoso trabalho de extraí-los do solo. Por isso, a comercialização de diamantes sintéticos – feitos com carbono, em laboratórios – deveria ser uma benção tanto para o meio ambiente quanto para a segurança dos trabalhadores. Mas isso só vai acontecer se as joalherias adotarem esta nova tecnologia.

No ano passado, apenas 10% dos diamantes vendidos no mundo eram produzidos artificialmente. Mas uma nova linha de produtos da Pandora, a terceira maior varejista de joias do mundo, pode ajudar a mudar esse quadro.

A coleção Diamantes de Pandora – vencedora do prêmio World Changing Ideas 2023, da Fast Company, na categoria produtos de consumo – é feita apenas com diamantes de laboratório.

Crédito: Pandora

“Vimos que o interesse entre os consumidores estava crescendo. Está crescendo rápido a partir de uma base pequena, é claro, mas ainda assim é mais depressa do que a média do mercado de diamantes como um todo”, diz o vice-presidente de comunicação e sustentabilidade da empresa, Mads Twomey-Madsen.

“Este é um bom exemplo de uma tecnologia que vai amadurecendo ao longo dos anos e, de repente, alcança um

O item mais caro da linha tem menos emissões de carbono do que um par de jeans.

ponto de inflexão no qual ela pode, de fato, transformar ou expandir significativamente o mercado.”

Os diamantes da Pandora são produzidos por fornecedores que usam energia renovável e incrustados em joias feitas com ouro ou prata reciclados – um passo a mais em direção ao objetivo da empresa de, até 2025, usar apenas metais reciclados.

Trata-se da maior joalheria do mundo a assumir um compromisso desse tipo. O plano é usar diamantes de laboratório em todos os seus produtos.

Crédito: Pandora

O anel de prata da coleção, com um diamante artificial de 0,15 quilates (US$ 300), é responsável por mais ou menos a mesma quantidade de emissão de carbono que uma camiseta.

Crédito: Pandora

O item mais caro da linha – um diamante de laboratório de 1 quilate em um anel de ouro 14 quilates (por (US$ 1.950) – tem menos emissões de carbono do que um par de jeans comum. A pegada de carbono dos próprios diamantes artificiais é apenas 5% da de um diamante extraído do solo.

A coleção foi desenhada com o intuito de democratizar a ideia do diamante, oferecendo as peças em lojas mais baratas e em meio a anéis de noivado. Mas o objetivo é também mostrar à indústria de joias que existem alternativas à forma como elas tradicionalmente trabalham. “Esperamos ajudar a mostrar a outras empresas que elas também podem fazer o mesmo”, diz o executivo da Pandora.

“É claro que isso também é interessante para nós, pois vai ajudar a melhorar a transparência na cadeia de suprimentos e aprimorar a forma como fazemos negócios nesse setor”.


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