Que tal ver a Terra da estratosfera? Esta startup garante que é possível

Iwaya Giken, startup com sede no Japão, quer reduzir o preço do turismo espacial, embora os passageiros tecnicamente não saiam da Terra

Crédito: Eugene Hoshiko/ AP

Mari Yamaguchi 2 minutos de leitura

Uma startup japonesa anunciou planos para lançar voos de balão pela estratosfera com o objetivo de oferecer uma experiência espacial que não seja astronomicamente cara.

O CEO da empresa, Keisuke Iwaya, disse que os passageiros não precisam ser bilionários, passar por treinamento intenso ou ter as habilidades necessárias para pilotar em um foguete. “É seguro, econômico e confortável”, garantiu. “A ideia é oferecer turismo espacial para todos.” Ele quer “democratizar o espaço”.

A empresa, Iwaya Giken, com sede em Sapporo, no norte do Japão, trabalha no projeto desde 2012. Eles afirmam ter desenvolvido uma cabine hermética de dois lugares e um balão capaz de atingir uma altitude de 25 quilômetros, de onde dá para ver a curvatura da Terra.

Embora os passageiros não saiam de fato do planeta – o balão sobe apenas até a metade da estratosfera –, ainda estarão a uma altitude maior do que a de um avião a jato e terão uma ampla visão do espaço sideral.

Keisuke Iwaya, CEO da Iwava Giken (esq.) e Takayuki Hanasaka, executivo sênior (Crédito: Eugene Hoshiko/ AP)

A startup se associou à importante agência de viagens japonesa JTB Corp., que anunciou planos de colaborar no projeto assim que tudo estiver pronto para os primeiros voos comerciais. Inicialmente, o passeio custaria cerca de US$ 180 mil, mas Iwaya pretende reduzir o valor em dezenas de milhares de dólares.

Embora o setor hoje seja liderado por empresas norte-americanas, como a SpaceX, o objetivo principal da startup é tornar o espaço mais acessível.

A ideia é oferecer turismo espacial para todos e “democratizar o espaço”.

A SpaceX enviou um foguete com três empresários para a Estação Espacial Internacional, em abril, por US$ 55 milhões cada – o primeiro voo fretado privado da empresa para o laboratório orbital após dois anos transportando apenas astronautas da NASA.

Mas, ao contrário de um foguete ou balão de ar quente, a cabine em forma de cápsula da Iwaya Giken subirá às alturas por meio de balão de hélio – que pode ser amplamente reutilizado, de acordo com a empresa. Os voos permanecerão sobre o território e espaço aéreo japonês. A primeira viagem está prevista para o final do ano.

O balão, que pode transportar um piloto e um passageiro, vai decolar de um porto em Hokkaido, atingirá a altitude de 25 quilômetros em duas horas e permanecerá lá por uma hora antes da descida. A cabine de plástico tem 1,5 metro de diâmetro e janelas grandes para permitir uma visão do espaço acima ou da Terra abaixo, afirma a empresa.

As inscrições para o passeio estão abertas e poderão ser realizadas até o final de agosto. Funcionários da empresa disseram que os cinco primeiros passageiros serão anunciados em outubro e os voos terão aproximadamente uma semana de intervalo, dependendo do clima.


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