Entre letras e ondas, Tamara Klink encara o imprevisível

Crédito: Fast Company Brasil

Claudia Penteado 1 minutos de leitura

Diariamente, desde 15 de outubro, a paulista Tamara Klink, 24 anos, envia um bom dia para sua equipe. Junto com a mensagem, vão as milhas vencidas em sua trajetória solitária pelo oceano Atlântico. Filha do mais famoso navegador do Brasil, Amyr Klink, ela traça seu percurso em um projeto que construiu com seus esforços. Nem mesmo o dinheiro para comprar o barco em que singra as águas entre Mindelo (Cabo Verde) e Recife, seu destino final, no momento, veio do pai. Quem a ajudou nisso foi um amigo.

Tamara está atravessando o Atlântico em uma viagem que começou com a aquisição do veleiro “Sardinha”, apelidado assim por ser pequeno. Ele tem pouco menos de oito metros e foi construído em 1984, mesmo ano da espetacular travessia de seu pai pelo mesmo oceano, num barco a remo, durante 100 dias. A embarcação foi adquirida há cerca de um ano, com um empréstimo de um seguidor de seu canal no YouTube, Henrique, que virou seu apoiador. Ele aparece no vídeo que conta o início dessa que se tornaria uma longa e literária travessia, pode-se dizer assim. Isso porque Tamara não apenas navega. Ela produz conteúdo audiovisual, reportando sua jornada, porém vem se destacando também por aquilo que escreve.

Antes de avançar sobre seu caminho nas letras, vale relembrar os dias que antecederam a largada de seu projeto, que ela chamou de “Longe Juntas”. Em um vídeo intitulado “Crescer e partir”, Tamara revela a Amyr e à fotógrafa Marina Klink, sua mãe, numa chamada, que tinha adquirido uma “canoa”. Enquanto espera a reação do pai diante dos detalhes – na verdade, uma “canoa com quilha e mastro” –, Tamara abre um sorriso, mas também esboça uma careta típica de quem sabe que está ousando. Talvez até se arriscando.


SOBRE A AUTORA

Claudia Penteado é editora chefe da Fast Company Brasil. saiba mais