Gerando Falcões aposta em metaverso social para educar jovens

Crédito: Fast Company Brasil

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O conceito de metaverso divide opiniões. Pode revolucionar a internet e ser um ambiente onde a vida humana acontece em desdobramentos virtuais, como defende Mark Zuckerberg, CEO da Meta, ou pode nos distanciar e fazer com que tenhamos menos relações interpessoais, alerta Scott Galloway, escritor e professor de marketing na Stern School of Business da New York University (NYU). Já para o empreendedor social Edu Lyra, fundador e CEO da ONG Gerando Falcões, o metaverso pode ser uma ferramenta social, capaz de erradicar a pobreza das favelas.

A questão está em como usar esse conceito para oferecer algo que realmente transforme a vida das pessoas que vivem em comunidades. O desafio não é fácil, mas os primeiros passos para dar um sentido social ao metaverso estão sendo dados agora. 

No dia 05 de maio, a Gerando Falcões vai lançar o game Missão Favela X, sendo a primeira ONG a trabalhar nesse ambiente virtual com impacto social. Ele será apresentado na Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos (na região metropolitana de São Paulo). Computadores serão disponibilizados no evento para que crianças e jovens comecem a jogar e testar o game.

Realizado no Roblox, o projeto tem a parceria da Accenture e traz como objetivos educar crianças e jovens sobre os desafios fundamentais para a erradicação da pobreza (infraestrutura, saneamento básico, educação, cultura e tecnologia), conscientizar a geração futura e arrecadar fundos para acelerar a transformação das favelas. A ONG busca também atrair grandes marcas para atuarem como parceiras.

A novidade faz parte do programa Favela X, campanha institucional para a captação de doadores recorrentes. A iniciativa visa arrecadar recursos financeiros para levar tecnologia de ponta e inovação do mundo para a favela e fazer da pobreza nas comunidades uma peça de museu. 

A ação joga com a ideia de estarmos vendo bilionários como Elon Musk, Jeff Bezos e Richard Branson em uma corrida para dominar o espaço. A ONG aponta que está numa corrida social para garantir o fim da desigualdade e colocar a pobreza no museu. Por isso, defende, a missão é aqui. Ou seja, antes de o planeta Marte ser colonizado, é melhor investir para modificar a vida nas comunidades.

Edu Lyra, da Gerando Falcões (Crédito: Divulgação)

No lançamento do game, Lyra falará mais sobre a iniciativa Favela X, abordará o conceito de metaverso social e explicará os objetivos da Gerando Falcões. Leonardo Framil, CEO da Accenture, e Eco Moliterno, Chief Creative Officer da Accenture Interactive, vão explicar mais sobre o projeto.

Na visão da Gerando Falcões, inovação social e tecnologia de ponta são elementos centrais para transformar o futuro das favelas. É nesse contexto que o metaverso entra na mira da ONG.  

DESAFIO PARA ELON MUSK

Em março, Lyra esteve em painel no festival SXSW, junto com Eco Moliterno. Eles mostraram como a tecnologia faz parte dos projetos da Gerando Falcões. Dentre as iniciativas, um dos destaques é a Favela 3D, o moonshot da ONG. A proposta é transformar as moradias em ambientes dignos, digitais e desenvolvidos. Esses pilares dão nome ao projeto.

Uma das ideias é fazer com que a favela (no caso, uma comunidade de São José do Rio Preto) posso gerar sua própria eletricidade, com o uso de placas solares.

No SXSW, Lyra aproveitou a visibilidade da conferência para desafiar Elon Musk, fundador da Tesla e da Space X. O brasileiro propôs ao bilionário que fizesse investimentos nos projetos para transformar as favelas do país. 


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