O que a “tender offer” de Elon Musk significaria para os acionistas do Twitter

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No último dia 16 de abril, logo após sua tentativa de comprar o Twitter, Elon Musk fez uma postagem que remetia a uma famosa canção de Elvis Presley: “Love Me Tender”. Apenas essas três palavras (e alguns emojis de notas musicais) foram o suficiente para internet se dividir, especulando se aquilo se tratava de uma mensagem cifrada ou se o bilionário simplesmente estava partilhando sua música favorita. Agora, as coisas estão ficando mais claras. Aquele era um prenúncio da nova estratégia de Musk: tatear uma potencial oferta pública para assumir o controle do Twitter. E o que Elvis Presley tem a ver com tudo isso? Em inglês, uma oferta pública para assumir o controle de outra empresa é conhecida como “Tender Offer”. 

Um novo documento da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) informa que Musk já tem US$ 46,5 bilhões comprometidos para ajudar a garantir um acordo – o que corrobora a intenção de realizar a aquisição de forma mais hostil. Uma oferta pública é uma ampla solicitação feita por um licitante (Musk, nesse caso) aos acionistas para comprar suas ações, a um preço especificado e dentro de um determinado prazo. Essas ofertas “devem cumprir as regras e regulamentos da SEC, que incluem certos requisitos de divulgação, períodos mínimos de oferta, direitos de retirada, forma de publicação e outros requisitos”. Musk já é o segundo maior acionista do Twitter e, ao comprar mais ações por meio de uma oferta pública de aquisição, ele pode se tornar o maior deles, ao mesmo tempo em que ganharia o controle da empresa. 

Em inglês, uma oferta pública para assumir o controle de outra empresa é conhecida como “Tender Offer”

Mas o que tudo isso significa para os acionistas do Twitter? De acordo com o registro da SEC, Musk está disposto a comprar suas ações a um preço de US$ 54,20 por ação. Os investidores terão algum tempo para aceitar ou recusar a oferta e, se forem ofertadas ações suficientes, a estratégia de aquisição de Musk pode ser bem-sucedida. Afinal, alguns acionistas veriam um retorno sólido se aceitassem: na semana passada, as ações do Twitter foram negociadas entre US$ 44,50 e US$ 48,50 por ação. Antes de Musk adquirir uma participação de 9,2%, no início de abril, ela estava sendo negociada a menos de US$ 40 por ação. 

Por outro lado, caso poucos acionistas aceitem e caso Musk não consiga acumular ações suficientes para adquirir o controle acionário, seu plano pode acabar fracassando. Além disso, mesmo que Musk assuma o controle acionário, o Twitter está fazendo de tudo para frustrar suas tentativas e adotou uma cláusula estratégica conhecida como “pílula venenosa”, para dificultar a aquisição. Isso pode complicar as coisas para Musk, já que ações com desconto seriam oferecidas a outros investidores para diluir sua propriedade. De todo jeito, como relata o The Wall Street Journal, os passos de Musk são no sentido de pressionar os diretores do Twitter – dois dos quais serão reeleitos no próximo mês.

(com base em reportagem de Sam Becker, da Fast Company)


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