Procura por C-levels as-a-service cresce em startups e pequenas empresas

Tendência se beneficiou de contratos mais flexíveis e pela necessidade de contar com a experiência de executivos de alto escalão

Crédito: Austin Distel/ Unsplash

Redação Fast Company Brasil 3 minutos de leitura

O panteão do C-level conta com várias siglas que representam executivos com diferentes formações e experiências para gerir com eficiência as principais áreas de uma empresa. Nem sempre, porém, o negócio tem capital suficiente para investir em uma contratação nesse nível. Isso gerou uma nova tendência: a dos C-level-as-a-service, ou on demand – traduzindo, lideranças de aluguel.

Funciona assim: empresas oferecem executivos de alto escalão para trabalhar em startups ou pequenos e médios negócios por um tempo determinado, ou por projeto. São mais comuns a contratação de CFOs (especializados em finanças), CTOs (tecnologia) e CEOs (administração).

“Notamos o movimento no mercado de tecnologia, com o surgimento do CTO-as-a-service. Muitas dessas empresas eram fábricas de software que perceberam que poderiam capturar valor a partir da troca de serviços de desenvolvimento por equity. É um modelo bastante difundido e que nos inspirou”, afirma Walter Cavalcante, um dos fundadores da Sinapse, empresa com foco em CFO-as-a-service.

A tendência também ficou conhecida como CTO fracionário, cuja busca acelerou nos últimos meses. Os modelos de contrato e trabalho mais flexíveis incentivaram os executivos a se abrirem à possibilidade de não se prender a apenas uma empresa – sem falar de cobrar mais por projetos mais curtos.

os formatos de trabalho open talent estão sendo mais incorporados pelas empresas e organizações.

“A forma como colaboramos está em plena transição, com a pandemia sendo uma grande divisora de águas no sentido das relações de trabalho. As empresas têm que repensar seus processos, que vão desde como e onde seus colaboradores trabalham até formatos de contratação”, afirma Karina Rehavia, fundadora e CEO da Ollo, empresa de contratação de profissionais independentes.

Karina Rehavia, da Ollo (Crédito: Divulgação)

“Nesse contexto, os formatos de trabalho open talent estão sendo mais incorporados pelas empresas. É cada vez mais comum a composição de times que incluem colaboradores fixos e freelancers”, explica Karina.

O movimento já foi detectado por pesquisas: 60% dos profissionais C-level entrevistados no estudo "Building the On Demand Workforce", realizado pela Harvard Business School, disseram que cada vez mais vão preferir compartilhar talentos com outras empresas.

TEMPO DE ADAPTAÇÃO

Há vários benefícios para quem busca o C-level-as-a-service, como padronização de processos e dados; automação e acesso à inteligência de um time com experiência; contatos e conhecimento técnicos de executivos experientes; além de custo menor do que o de contratar um profissional em tempo integral.

“Profissionais C-level temporários ou fracionais podem trazer pontos de vista diferentes para as empresas, seguindo uma lógica similar à de uma consultoria externa”, complementa a CEO da Ollo.

Profissionais C-level temporários podem trazer pontos de vista diferentes.

Para empresas que procuram esse tipo de serviço, ela recomenda que invistam tempo no onboarding e na imersão desses profissionais e em treinamentos relativos a processos e procedimentos, já que eles não vão ter o mesmo nível de entendimento da cultura organizacional e dos valores da empresa na qual vão atuar.

Walter Cavalcante, da Sinapse (Crédito: Divulgação)

Também é importante, principalmente para aquelas que estão voltando ao trabalho presencial, que a estrutura esteja preparada para trabalhar com esses profissionais de forma remota.

Outro ponto de atenção é fazer uma busca cuidadosa e criteriosa do profissional, para que sua experiência e formação se encaixem com os desafios da empresa. É nessa hora que as consultorias podem ajudar.

“Nosso foco está em resolver as dores de empresas que estão crescendo e buscando estruturar a área financeira. Quase todos os nossos clientes são iniciantes, com faturamento anual de até R$ 300 milhões”, afirma Cavalcante, da Sinapse. “A proposta é aumentar a produtividade dos times por meio do emprego de tecnologia.”


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