Como proteger nossas crianças das ameaças e dos perigos da internet

Algumas ações fundamentais para preservar as crianças dos riscos on-line

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Andrew Newman 5 minutos de leitura

A média de idade dos usuários da internet e dos donos de dispositivos móveis está ficando cada vez menor. Nos EUA, pelo menos 33% das crianças de 12 anos já possuem um celular com acesso à rede. No Brasil, essa proporção chega a 44%, segundo pesquisa da Opinion Box.

Provavelmente vão surgir diversas teorias sociológicas para explicar o comportamento dessa geração de pequenos tecnófilos. Conforme os aparelhos evoluem, as versões antigas se tornam mais acessíveis, de modo que está se tornando cada vez mais comum as famílias possuírem vários dispositivos em uso na mesma casa. E, para os pais mais ocupados, é quase inevitável que as telas cumpram o papel de "babás". 

Considerando tudo isso, é urgente priorizar a segurança online e a segurança cibernética para os mais jovens.

LEIS PARA PROTEÇÃO DAS CRIANÇAS

Para reduzir as preocupações com questões de segurança online, inclusive com o cyberbullying, a automutilação e os abusadores, cada vez mais as agências governamentais norte-americanas estão restringindo sites e aplicativos que podem causar danos potenciais.

De fato, há muitos aplicativos que pais, educadores e legisladores torcem para que sejam banidos. Entretanto, proibir não é a resposta. Precisamos tornar seguro o uso de tudo aquilo que estiver disponível no mercado.

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Recentemente, nos EUA, o governador Newsom, da Califórnia, assinou o primeiro projeto de lei do país que protege os dados e a privacidade online das crianças. As agências governamentais também estão tomando medidas.

Um ano depois que a Meta supostamente ocultou pesquisas que comprovavam os danos mentais e emocionais que o Instagram estava causando nas crianças, a Comissão Federal de Comércio (FTC) reagiu para implementar mudanças.

As famílias devem ser capazes de tomar decisões bem-informadas sobre quais aplicativos e sites são adequados a cada idade.

No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que trata da coleta, armazenamento e distribuição de informações pessoais, prevê a proteção da privacidade de crianças e adolescentes no ambiente digital. Além disso, o tratamento desses dados deve ser realizado de acordo com o melhor interesse dos menores e com o consentimento de pelo menos um dos pais ou do responsável legal.

Mas embora muitos países estejam começando a aprovar leis para proteger as crianças e responsabilizar as empresas de mídia social pelo conteúdo de suas plataformas, isso não é suficiente.

Ainda são frequentes as manchetes sobre cyberbullying, suicídio ou sobre novas tendências de comportamento perigosas que estão sendo seguidas pelas crianças e adolescentes. São necessárias mais ações, e elas precisam ocorrer o quanto antes. 

EDUCAÇÃO SOBRE SEGURANÇA ONLINE

Antes de começar a usar a internet, os jovens precisam entender qual é a etiqueta adequada e quais as regras de segurança nas mais diversas situações. Eles precisam estar cientes dos possíveis riscos, para que não se envolvam em atividades ou interações perigosas.

Alguns dos riscos são mais óbvios, como o envolvimento de abusadores com crianças online. Mas outros são mais sutis, como o cyberbullying ou problemas de imagem corporal derivados da mídia social.

aprovar leis para proteger as crianças e responsabilizar as empresas de mídia social pelo conteúdo de suas plataformas não é suficiente.

Algumas empresas e organizações sem fins lucrativos começaram a usar a tecnologia para ajudar as crianças a entender esses riscos, como o programa Be Internet Awesome, do Google.

Além disso, as empresas acrescentaram suas próprias variações. O TikTok anunciou que está criando uma ferramenta para que os pais possam impedir que seus filhos acessem conteúdo com hashtags ou palavras-chave específicas.

Já o Instagram expandiu seus recursos de controle dos pais e incluiu um de "modo silencioso", para incentivar os usuários a fazer uma pausa no tempo de tela.

APLICATIVOS DE CONTROLE DOS PAIS

Essas são uma das melhores ferramentas de segurança online para os jovens. Um bom aplicativo de controle parental trata de todas as preocupações mencionadas. A maioria permite bloquear o acesso de contatos desconhecidos, impedir o uso de aplicativos perigosos e monitorar se alguma linguagem ofensiva ou inadequada está sendo usada.

Alguns riscos são mais óbvios, outros, mais sutis, como o cyberbullying ou problemas de imagem corporal por conta das redes sociais.

A ideia por trás de um app de controle dos pais é fornecer às crianças e adolescentes as ferramentas para navegar com segurança no mundo digital. São como as rodinhas de bicicleta: a premissa é que eles possam aprender o que é e o que não é aceitável em termos de fala, comportamento, etiqueta e atividades até que tenham experiência suficiente para navegar em segurança, sem precisar dessa proteção.

É claro que as necessidades de uma criança pequena não correspondem às de um adolescente. Mas as configurações de privacidade, o monitoramento do tempo de tela, os alertas de geolocalização e o bloqueio de aplicativos podem ser adaptados à idade e às necessidades do jovem usuário.

As famílias devem ser capazes de tomar decisões bem-informadas sobre quais aplicativos e sites são adequados a cada idade e quais podem melhorar o bem-estar, a vida social ou os horizontes educacionais das crianças. Também devem ser capazes de tomar decisões fundamentadas sobre quais programas, jogos ou redes sociais devem ser evitados a todo custo. 

Mantenha-se atualizado com as mais recomendações de segurança online de órgãos governamentais, instituições educacionais e líderes em tecnologia digital. Trabalhando juntas, essas vertentes da sociedade podem ajudar a garantir a segurança cibernética para as gerações futuras.

Com informações da redação da Fast Company Brasil.


SOBRE O AUTOR

Andrew Newman é fundador e CTO da ReasonLabs. saiba mais