Mercado digital brasileiro pode ser a próxima fronteira de expansão do Social+

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Estamos todos acostumados a redes sociais como o Facebook, Instagram e Twitter, ambientes nos quais reinventamos relações do mundo offline e criamos comunidades com base em gostos e interesses em comum, que nos permitem trocar informações e experiências. Há, porém, uma revolução em curso no mercado, no sentido de incorporar a lógica dessas redes sociais às empresas de produtos e serviços.

O modelo recebeu o nome de Social+, ou Social Plus, e suas bases são aplicáveis a companhias dos mais variados ramos – do varejo aos apps de esporte, de empresas de games às fintechs. Em uma estratégia de Social+, o engajamento e a interação dos usuários são parte indissociável do bem comercializado, o que abre uma série de vantagens.

Uma das principais é a retenção de usuários, que passam a ter uma experiência mais completa e conveniente. Usuários socialmente ativos são também mais engajados. Assim, se o cliente de uma empresa realiza uma transação, por exemplo, e utiliza o mesmo aplicativo para enviar um comprovante, trocar mensagens diretas com um vendedor, ou ainda lembrar um amigo a respeito de um pagamento, sem recorrer a outras redes sociais ou apps de mensagens, sua experiência completa, pré e pós compra, é resolvida em um único ambiente digital.

“O Social+ se apresenta não como um ‘modismo’ passageiro, mas como uma nova maneira de organizar os negócios em uma economia mundial cada vez mais tecnológica.”

Isso gera vantagens correlatas. Empresas que aderem ao modelo Social+ têm acesso a informações muito mais completas sobre o comportamento dos clientes e suas preferências de consumo, o que ajuda na construção de estratégias de negócios mais precisas e fortalece a confiabilidade e reputação da marca. O consumidor, por outro lado, se beneficia do valor agregado à experiência, que se torna mais simples e fluida, e com a oferta de produtos e serviços relevantes ao seu perfil.

Isso significa que qualquer produto com um componente de rede social pode ser considerado Social+? Não exatamente. O que diferencia essa tendência é o fato de que o ingrediente “social” é imprescindível ao próprio funcionamento do serviço.

A chinesa Xiaohongshu, mais conhecida como Little Red Book, uma das companhias que lançou a tendência do Social+, é um bom exemplo. Seu serviço inovou ao mesclar atributos do Instagram com a Amazon, permitindo que os usuários postassem fotos usando roupas, sapatos, maquiagens etc. com links remetendo a esses produtos – função hoje incorporada pelo próprio Instagram. Ou seja, o elemento de interação social é necessário para que a plataforma de vendas funcione.

O modelo, surgido na Ásia por volta de 2018, já se popularizou entre Big Techs e fintechs norte-americanas. No Brasil, porém, a tendência caminha a passos lentos, apesar de contarmos com um mercado particularmente atraente para o Social+. Um levantamento recente baseado em dados da Hootsuite e da WeAreSocial, nos colocou em 3º lugar no ranking de nações que mais passam tempo nas redes sociais. São aproximadamente 150 milhões de brasileiros usuários dessas plataformas, o que indica um potencial enorme de crescimento para empresas que apostarem em estratégias de Social+.

É tempo, portanto, de aproveitar esse ambiente cultural favorável e essa gigantesca demanda que o mercado nacional oferece. O Social+ se apresenta não como um “modismo” passageiro, mas como uma nova maneira de organizar os negócios em uma economia mundial cada vez mais tecnológica. O Brasil demonstrou, especialmente nos últimos anos, enorme potencial de crescimento nesse sentido. Logo, o investimento em estratégias de Social+, permitindo engajar mais ainda os usuários, representa o próximo passo nessa evolução progressiva e sem volta do mercado digital brasileiro.


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