Seis erros para evitar quando estiver construindo sua marca (inclusive a pessoal)

Ao evitar essas armadilhas frequentes e adotar estratégias proativas, as marcas podem traçar um caminho para o sucesso duradouro

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Kelly Conkright 4 minutos de leitura

Hoje em dia, parece que todo mundo está lançando a sua própria marca. De grandes corporações a celebridades e jovens empreendedores, o cenário digital e as redes sociais democratizaram o lançamento de novas marcas. E, embora o capital inicial seja útil, ele não é o fator decisivo para a longevidade de uma marca.

Nos últimos 25 anos, venho ajudando a fortalecer marcas em todo o mundo, atuando tanto nas transformações de grandes marcas quanto em startups que estão dando seus primeiros passos. Acredito no poder de uma marca para incorporar ideias, inspirar mudanças e, às vezes, até moldar normas sociais.

Mas como se constrói uma marca poderosa, duradoura e marcante? Seja um produto, serviço, espaço, aplicativo, evento ou até mesmo sua marca pessoal, você precisa de uma base sólida e de uma conexão emocional com seu público. 

Com todo mundo lançando suas marcas pessoais, fica mais difícil se destacar. Por isso, encontrar seu “espaço em branco” diferenciado é crucial. É nesse espaço que a sua marca vai ter chances de fazer sucesso e de alcançar plenamente sua meta.

Confira a seguir os seis erros mais comuns que costumo observar na criação de marcas e como lidar com eles para conseguir sucesso duradouro:

1. A marca não é apenas um guia de estilo

Embora eu seja louca por um belo guia de estilo com um logotipo inteligente, cores inspiradoras e estrutura significativa, o guia de estilo não é a sua marca!

Branding é a criação de um estilo de vida que engloba o propósito, os valores e a identidade da sua empresa em todos os pontos de interação. Mas as pessoas mais fascinantes e as marcas mais cobiçadas têm nuances e profundidade.

2. Mensagens genéricas e complicadas

Um dos maiores diferenciais das marcas é sua voz e suas mensagens. O tom de voz, que deve ser sintetizado em três a cinco palavras, baseia-se na personalidade e no caráter da sua marca. Uma vez que você tenha estabelecido sua personalidade e seu tom, isso não vai mudar. 

O que vai mudar é a mensagem, dependendo do meio, do objetivo e do público-alvo. Isso se estende à forma como você escreve para o seu site, redes sociais e anúncios, e até mesmo ao som da sua voz em áudio.

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3. Afastar-se do seu plano estratégico

Você pode até sentir a tentação de acelerar a estratégia a cada ano, mas, se fizer tudo com calma e bem-feito, vai economizar muito dinheiro no longo prazo. No marketing digital, é uma ótima ideia “testar, aprender, ajustar e repetir”, porque você coletará dados em tempo real sobre o que está repercutindo. 

Mas, na construção de sua marca, trata-se mais de insight e clareza sobre como você pode ser fiel ao DNA dela, diferente da concorrência, relevante para o seu público e alinhado com a cultura. 

4. Vender um produto versus uma promessa

Obviamente, você quer vender seus produtos e serviços. Mas o branding eficaz é crucial, pois diferencia você da concorrência, gera confiança e pode influenciar o preço. O branding deve se originar de ideias fundamentais que melhorem a sociedade ou resolvam problemas, e não apenas vender.

Foque em vender uma solução, um sentimento, uma experiência. Um exemplo fácil e inspirador é a Patagônia, com seu ativismo ambiental, ou a Starbucks, que oferece mais do que apenas café, mas uma experiência centrada na comunidade.

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5. Operar em um vácuo

Muitas marcas caem na armadilha de operar em um vácuo, isolando-se do pulso dinâmico da cultura e do comportamento do consumidor. É fundamental escapar dessa mentalidade fechada, questionando sempre a relevância e o impacto do conteúdo e das iniciativas de sua marca.

As marcas bem-sucedidas participam ativamente da cultura e evoluem com as mudanças sociais, mantendo-se fiéis a seus valores e visão essenciais, como visto na adaptação da Nike e da Lululemon às mudanças nas preferências dos consumidores e na expansão de suas ofertas.

6. Subestimar o poder da cultura da sua empresa

A cultura é sua arma secreta. Não é apenas sobre vantagens e benefícios, trata-se de ativar sua marca internamente, dando vida aos seus valores em cada interação e decisão. Conforme a marca for crescendo, é fundamental cultivar a equipe e o ambiente certos. 

Com a atual demanda por transparência e uma presença digital constante, a cultura dentro da empresa vai refletir sua marca para o mundo externo. Promova a transparência, capacite a equipe e crie um ambiente que incentive a criatividade, a inovação e a autenticidade. 

Ao evitar essas armadilhas comuns e adotar estratégias proativas, as marcas têm tudo para traçar um caminho rumo ao sucesso duradouro.


SOBRE A AUTORA

Kelly Conkright é fundadora e diretora de estratégia de marca da agência de branding The Brand Terminal. saiba mais