Corra que a Web3 vem por aí


Adriana Knackfuss 2 minutos de leitura

A Web3 representa a próxima geração da internet, e apresenta uma mudança de paradigmas importante em relação ao que conhecemos hoje como ambiente digital. Mais do que a ¨transferência de poder de grandes plataformas para os usuários¨, a Web3 pode ser entendida como uma nova lógica de geração de valor para marcas.

A Web3 combina a natureza descentralizada da web 1.0 com a interatividade e mobilidade da web 2.0 – juntamente com dois novos elementos críticos: propriedade verificável de bens digitais (NFTs) e ambientes digitais imersivos (metaversos).

Mas como chegamos até aqui?

A primeira geração da web, conhecida como web “estática”, era composta por sites descentralizados, e existiam basicamente para prover informações aos visitantes. Este foi o formato de site predominante desde o início dos anos 1990 até o início dos anos 2000. A partir de então, uma combinação de avanços tecnológicos e da adoção da internet de banda larga nos levaram à era da Web 2.0. A Web 2.0 nos trouxe basicamente as mídias sociais e conteúdo gerado pelo usuário, e foi amplamente representado pelo surgimento e crescimento de plataformas como Facebook, Youtube e Twitter.

A Web3 está começando agora e combina a natureza descentralizada da web 1.0 com a interatividade e mobilidade da web 2.0 – juntamente com dois novos elementos críticos: propriedade verificável de bens digitais (NFTs) e ambientes digitais imersivos (metaversos).

Em sua essência, a web3 muda a forma como definimos propriedade, identidade e comunidade em ambientes digitais, criando grandes oportunidades para as marcas que queiram aprofundar seu relacionamento com consumidores.

Propriedade

Construído no blockchain, a web3 oferece aos usuários a capacidade de possuir bens digitais exclusivos (não fungíveis) que podem ser comprados, vendidos e revendidos exatamente como produtos físicos. Eles podem vir na forma de roupas virtuais, arte, objetos de jogos, música e imóveis, todos podendo ser usados em várias plataformas. 

Identidade

À medida que passamos mais tempo em ambientes digitais, nossas necessidades de auto-expressão e status social começam a se transformar. 

Cada vez mais, vemos usuários reinventando sua identidade a partir da criação de avatares 3D e skins que são usados em metaversos como Roblox.

O hub de criação de avatar personalizado Ready Player Me , por exemplo, está crescendo 40% mensalmente, adicionando continuamente marcas parceiras. Uma bolsa virtual da Gucci foi revendida recentemente por 350.000 Robux (a moeda virtual do Roblox), totalizando  4 mil dólares do mundo real.

Comunidade

Talvez uma das oportunidades mais atraentes que a web3 oferece seja a capacidade de as marcas aprofundarem os relacionamentos com os clientes no ambiente virtual. Empresas estão criando comunidades de super fãs no Discord ou construindo suas próprias, usando plataformas como Mighty Networks, onde podem alcançar 100% de seus seguidores 100% do tempo. Essas comunidades podem fidelizar seus consumidores e estimular a inovação por meio de iniciativas de cocriação. 

Mais do que isso, marcas começam a criar seus ambientes virtuais no metaverso e desenvolver uma relação mais direta com seu público.

Não há dúvida de que estamos no início da próxima era da internet e da economia digital. Isso afetará as marcas em praticamente todos os níveis, e quanto mais cedo elas começarem a experimentar neste novo universo, mais cedo entenderão como melhor tomar partido desta nova lógica de criação de valor.

Este texto é de responsabilidade de seu autor e não reflete, necessariamente, a opinião da Fast Company Brasil


SOBRE A AUTORA

Head de integrated marketing experiences (IMX) da Coca-Cola para a América Latina e eleita Women to Watch. Designer de formação, ingre... saiba mais