Cannes Lions 2024 | Ariel Nobre

Ariel Nobre é Diretor Executivo do Observatório da Diversidade na Propaganda

Crédito: Fast Company Brasil

Redação Fast Company Brasil 1 minutos de leitura

As marcas sempre ditaram conversas e criaram tendências. Agora, também respondem às demandas da sociedade, principalmente em relação a uma pauta ESG. Como você enxerga o papel da sua agência/empresa na promoção de uma sociedade mais justa e sustentável?

O ODP é uma associação de agências que existe para acelerar a inclusão de grupos sub-representados no nosso setor. A cultura masculina que valoriza a competição exagerada nos trouxe até aqui. Valorizando carreiras de profissionais diversos, contribuímos para uma sociedade mais justa. Não seremos salvos por homens brancos; precisamos de uma diversidade de vozes e experiências para criar um futuro sustentável.

Como você mede o impacto de uma campanha em termos de sustentabilidade e justiça social? Quais são os maiores desafios que as marcas enfrentam ao tentar alinhar suas operações com objetivos socioambientais?

Estamos diante de um cenário que exige mudanças e fazer as coisas de forma diferente é o maior desafio. Nossas campanhas não têm o objetivo primário de promover justiça social, mas sim objetivos comerciais específicos para nossos clientes. O desafio é executar nosso trabalho considerando os resíduos materiais e simbólicos que deixamos para as próximas gerações. Além dos quilos de lixo produzidos em nossas produções, nossas narrativas são afro e trans afirmativas? Que mensagens estamos transmitindo sobre o que é ser homem, mulher e brasileiro? Precisamos refletir sobre essas questões continuamente.

Como você vê o futuro da publicidade em um contexto de maior demanda por práticas socioambientais?

Em momentos de crise, como a crise climática, a comunicação é essencial para apoiar a ciência e a democracia. Durante a pandemia, vimos como a comunicação correta foi crucial, como no caso da Eletromídia que divulgou apenas informações sobre a vacinação, aumentando a confiança na mídia out of home. Precisamos de mais atitudes assim em nossa indústria, atitudes que gerem mais confiança nas instituições. No ODP, fazemos isso ao unir 30 agências para, por exemplo, cumprir a lei brasileira de empregabilidade de pessoas com deficiência, que prevê cotas para empresas com mais de 100 colaboradores. Queremos gerar confiança e resultados em diversidade com metas públicas e factíveis.


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