Microsoft se mantém à frente do Google na guerra da IA generativa

Empresa adiciona o poder de seus modelos de IA generativa em seus principais programas e aplicativos de produtividade

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Mark Sullivan 3 minutos de leitura

No que podemos chamar de “fase dois” de anúncios de IA generativa, o Google e a Microsoft divulgaram planos para integrar a tecnologia em seus produtos de produtividade.

Recentemente, foi anunciado o Microsoft 365 Copilot e a empresa parece estar conseguindo manter sua vantagem sobre o Google – tanto pela força de sua parceria com a OpenAI quanto pela velocidade com que está dando a seus modelos de IA generativa acesso mais profundo aos dados de negócios das organizações de seus usuários corporativos.

Jared Spataro, vice-presidente executivo da Microsoft, disse em uma postagem no blog da empresa: “o Microsoft 365 Copilot (...) gera respostas baseadas no conteúdo da sua organização – documentos, e-mails, calendário, chats, reuniões, contatos e outros dados corporativos – e as combina com o seu contexto de trabalho – a reunião em que está agora, trocas de e-mail que teve sobre um tópico, conversas que teve na semana passada – para oferecer respostas precisas, relevantes e contextualizadas”.

A Microsoft está adicionando o poder de seus modelos de IA generativa em seus principais aplicativos de produtividade – Word, Excel, PowerPoint, Outlook, Teams –, que são usados por milhões de pessoas todos os dias.

Os modelos GPT-4, da OpenAI, e sua profunda compreensão da linguagem têm diversos potenciais benéficos para as empresas.

No Word, o Copilot pode ser usado para gerar um rascunho inicial de um novo documento, que pode ser editado e personalizado para que cumpra sua finalidade. Funciona como um ponto de partida, uma forma de evitar a “síndrome da página em branco”, segundo a Microsoft.

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No PowerPoint, a ferramenta pode ajudar a criar apresentações dinâmicas, que combinam os diversos recursos disponíveis no aplicativo, a partir das informações que o usuário fornece. 

No Outlook, pode ser usado para resumir e-mails longos e os principais pontos de discussão, incluindo quem disse o quê, divergências e alinhamentos; e sugerir ações – tudo em tempo real, durante uma reunião.

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A empresa também lançou um novo chatbot de IA generativa chamado Business Chat, que atua como um assistente inteligente. Os usuários podem, por exemplo, escrever um prompt como “diga à minha equipe como atualizamos a estratégia do produto” e ele vai gerar uma atualização com base nas reuniões, e-mails e tópicos abordados no chat.

A Microsoft afirma que os novos recursos de IA podem realizar grande parte do trabalho exaustivo envolvido nas tarefas cotidianas, para que as pessoas possam se concentrar no que é importante.

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Se tudo funcionar como anunciado, eles poderão economizar uma quantidade significativa de tempo. A Microsoft está aproveitando o poder do mais novo modelo de linguagem da OpenAI, o GPT-4, para fazer grandes mudanças no fluxo de trabalho em um de seus principais produtos, o pacote de ferramentas de produtividade corporativa. A empresa diz que lançará novos recursos para o Microsoft 365 “nos próximos meses”.

Apesar de o Google ter sido rápido em anunciar o projeto para incorporar IA generativa nos aplicativos de produtividade do Workspace, seus planos parecem menos ousados do que os da concorrente pelo simples fato de não envolverem o uso de dados corporativos.

A Microsoft tem anos de experiência nesse tipo de ambiente e está aproveitando sua posição privilegiada para tornar a IA generativa realmente útil, não apenas uma ferramenta que conversa e escreve poemas.

“Todo esse movimento visa ajudar a tornar as pessoas mais produtivas e eficientes e até superar algumas limitações humanas”, escreveu Ben Bajarin, analista da Creative Strategies.

“É por isso que, quando a poeira baixar... aplicativos e serviços que aprimoram e priorizam fluxos de trabalho mais rápidos e eficientes terão maior adesão e impacto.”


SOBRE O AUTOR

Mark Sullivan é redator sênior da Fast Company e escreve sobre tecnologia emergente, política, inteligência artificial, grandes empres... saiba mais