3 novas regras para quem vai enfrentar entrevistas virtuais

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Todos já ouvimos conselhos e dicas sobre esse assunto. Durante uma entrevista de emprego, o objetivo é causar uma ótima impressão, convencer o entrevistador do nosso profissionalismo e excelência e, é claro, sair da sala deixando a sensação de que aquela empresa não pode passar mais um dia sem te contratar. 

Até algum tempo atrás, tudo isso dependia de regras rígidas: vista-se de acordo. Chegue com 15 minutos de antecedência. Converse com a recepcionista antes de entrar. Aperte firme a mão das pessoas. Literalmente da noite para o dia, tudo mudou. Só que ninguém avisou qual o novo conjunto de regras vigentes.

De repente, tínhamos que enfrentar as conversas mais importantes da nossa carreira de dentro do quarto, da cozinha e, às vezes, e até de dentro do banheiro, enquanto crianças, familiares, animais de estimação e obras barulhentas disputavam nossa atenção. Não havia mais a recepcionista para cumprimentar. Nenhuma mão para apertar com firmeza. Nem mesmo o conceito de chegar cedo ao local (ok, definitivamente ainda existe o conceito de pontualidade, mas isso é o mínimo).

O que fazemos quando as velhas regras não se aplicam mais? Inventamos novas! Nos últimos dois anos (que parecem quase 15 anos na contagem de tempo da pandemia), depois de mudar de emprego duas vezes e de conversar com inúmeros colegas e amigos sobre suas experiências em entrevistas virtuais, encontrei três “novas regras” com que todos concordam.

REGRA 1: ANIME-SE

Tecnicamente, isso é algo que você deve fazer logo antes da entrevista. Quando está se conectando de casa ou de outro local de sua escolha, você gerencia os momentos antes da entrevista, incluindo o modo como se anima. Encontre sua própria técnica, seu “ritual pré-conversa”, como a autora e especialista em design de apresentações Nancy Duarte os chama – para se animar de uma maneira que libere energia extra e transforme qualquer nervosismo em empolgação.

RESISTA AO DESEJO DE PEGAR O CELULAR E FICAR VIDRADO NAS REDES SOCIAIS.

Essa regra é especialmente útil quando se passa por uma série de entrevistas em um único dia. Tem apenas 30 segundos de intervalo entre as videochamadas? Levante-se da cadeira e se estique. Beba um gole de água. Estudos feitos nos últimos dois anos provam o quão real é a “fadiga do Zoom”. Ela não apenas causa desconforto devido ao cansaço visual, mas também cria uma demanda cognitiva que pode prejudicar seu desempenho em uma entrevista. Resista ao desejo de pegar o celular e ficar vidrado nas redes sociais. Em vez disso, faça algo relaxante ou uma atividade física. Assim, estará mais preparado para lidar com o que quer que seja exigido de você a seguir.

REGRA 2: FAÇA O OUTRO SORRIR

Como definir o tom de uma conversa e controlar a energia da sala virtual, independentemente do que estiver acontecendo com a pessoa do outro lado? Faça com que seu interlocutor sorria! Uma extensa pesquisa, trazida à tona na palestra do TEDx “The Hidden Power of Smiling” (O poder oculto do sorriso), de Ron Gutman, nos lembra dos inúmeros benefícios de sorrir – incluindo o mecanismo de recompensa de nossos próprios cérebros, que realmente reduzem o estresse e melhoram o humor.

Quando adotamos uma postura mais positiva, nos tornamos mais abertos, mais tolerantes e mais curiosos. Isso torna ainda mais importante arrancar um sorriso do entrevistador. O riso derruba as defesas e abre a porta para a construção de uma conexão.

Descobri que a maneira mais poderosa de fazer um entrevistador sorrir de forma autêntica é pedir que compartilhe seu aspecto favorito do trabalho ou da equipe. Quando as pessoas falam sobre algo significativo para elas, se iluminam de dentro para fora. Você não apenas entenderá o que é importante para esse colega ou gerente em potencial, mas também o/a deixará se sentindo bem com sua conversa.

REGRA 3: PERGUNTE SOBRE A CULTURA E O AMBIENTE DE TRABALHO

QUANDO AS PESSOAS FALAM SOBRE ALGO SIGNIFICATIVO PARA ELAS, SE ILUMINAM DE DENTRO PARA FORA.

Faça perguntas sobre a cultura da equipe. Como a empresa gerenciou a transição do escritório para o remoto? Como será a integração virtual? Há oportunidades de conhecer os colegas pessoalmente? Você escolhe quais perguntas quer fazer. O bônus é que aprende um pouco mais sobre o entrevistador e o que ele valoriza, algo importante de saber caso essa pessoa se torne um supervisor ou colega.

Em um artigo publicado na HBR em 2020, chamado “Como descobrir se a cultura de uma empresa é ideal para você”, Kristi DePaul compartilha uma série de perguntas para ajudar a sair do trivial quando se trata de falar sobre a cultura da empresa. Perguntas mais específicas para o mundo virtual – como “de que forma o trabalho remoto melhorou a cultura da empresa ou aproximou as pessoas?” – podem ser muito reveladoras sobre como seu entrevistador percebe a própria organização.

Essas perguntas também podem fazer os olhos do entrevistador brilharem enquanto conta algo emocionante sobre a equipe, ou descreve o quanto está se esforçando. Esses são efeitos incrivelmente úteis, que podem ajudar a decidir se você deve ou não assumir aquela função.

A entrevista virtual pode gerar medo e ansiedade. Para diminuí-los, basta lembrar de usar esse momento e esse formato a seu favor. Descubra um ritual que te deixe energizado e que ajude a colocar a cabeça no lugar. Separe perguntas interessantes e que possam abrir o sorriso do seu entrevistador. Demonstre curiosidade sobre a dinâmica virtual da equipe. Fazendo isso, já tem meio caminho andado para uma entrevista bem-sucedida.


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