4 coisas que todo líder deve saber sobre seus funcionários da GenZ

É hora de abandonar os estereótipos sobre essa geração e focar em como é ingressar no mercado de trabalho da perspectiva de um jovem

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Dorie Clark e Alexis Redding 4 minutos de leitura

Muito já foi escrito sobre os trabalhadores da geração Z. Eles têm sido acusados de tudo, desde dependência digital até agressividade na hora de exigir seus direitos.

 Os membros mais velhos da geração Z (aqueles nascidos em 1997) já passaram dos vinte e poucos anos e, na próxima década, seus colegas um pouco mais jovens entrarão no mercado de trabalho.

Embora as particularidades da GenZ, como seu status de “nativos digitais”, tenham recebido muita atenção, acreditamos que uma lente mais favorável está ajudando os líderes a entender aquilo que sempre foi – e sempre será – verdade sobre todos os profissionais mais jovens que entram na força de trabalho. Para tal, podemos nos basear em princípios estabelecidos de psicologia do desenvolvimento.

Identificamos quatro princípios-chave que, acreditamos, os chefes precisam conhecer sobre seus funcionários na faixa dos vinte e poucos anos, que estão em um estágio de desenvolvimento cognitivo distinto, repleto de oportunidades e armadilhas.

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APROVEITE A NEUROPLASTICIDADE

O córtex pré-frontal do cérebro, que comanda as habilidades de funcionamento executivo (como resolução de problemas e busca de objetivos de longo prazo), normalmente atinge o pico de maturidade aos vinte e poucos anos.

É uma verdade absoluta que pessoas de qualquer idade são capazes de aprender novas habilidades. Mas, uma vez que a plasticidade do cérebro começa a se consolidar (por volta dos 25 anos), é mais difícil fazê-lo.

Para líderes que gostariam de estimular e desenvolver seus funcionários mais jovens, dar-lhes novas tarefas e desafios (seja aprender uma nova linguagem de programação ou transferi-los para uma atribuição no exterior) é benéfico para seu crescimento profissional e uma vitória para a empresa, pois eles estão naturalmente predispostos a aceitar de cara novas tarefas.

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APROVEITE O POTENCIAL DE INOVAÇÃO

O desenvolvimento do córtex pré-frontal tem outro benefício: o aprimoramento das habilidades de pensamento abstrato e a capacidade de visualizar múltiplas realidades. Esse emparelhamento permite às pessoa atuar como solucionadora de problemas, à medida que imagina possibilidades, respostas e soluções que ainda não existem.

Ao abraçar “áreas cinzentas”, em vez de apenas pensar em preto e branco, podemos imaginar formas alternativas de responder a problemas urgentes e apresentar soluções criativas. Por volta dos 20 e poucos anos, também paramos de experimentar com intensidade a sensação de “audiência imaginária”, que nos torna especialmente sintonizados com o que as outras pessoas pensam sobre nós.

À medida que essa plateia imaginária se acalma, nos sentimos mais dispostos a nos desviar do pensamento de grupo ou mesmo a nos destacar da multidão inovando e assumindo riscos estratégicos. Esse pivô pode permitir que os GenZs aproveitem seu potencial criativo e gerem ideias novas ou negligenciadas.

ABRACE AS NOVAS PERSPECTIVAS ÉTICAS

Outra mudança entre os vinte e poucos anos é o crescimento das habilidades de raciocínio moral e o desenvolvimento de sua própria bússola moral, que pode ser usada para avaliar e orientar a tomada de decisões e incentivar o desenvolvimento do senso de propósito político.

A geração Z está especialmente sintonizada com questões de racismo estrutural, violência e mudança climática. Para empresas que compartilham esses valores (e desejam permanecer na mesma página que os consumidores da geração Z), as perspectivas de seus próprios funcionários podem ser um guia valioso.

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RECONHEÇA SEUS INSIGHTS ESTRATÉGICOS

A estratégia é quase sempre considerada domínio dos líderes mais veteranos. Mas talvez devêssemos repensar essa dicotomia. Pesquisas cognitivas mostram que profissionais com cerca de 25 anos podem ser especialmente bons em pensamento estratégico e planejamento de longo prazo.

Como muitas outras habilidades cognitivas, as habilidades de pensamento estratégico declinam com a idade, embora sutil e lentamente. É claro que isso varia muito de indivíduo para indivíduo. Mas o fato de que os vinte e poucos anos são uma época tão fértil (no aspecto cognitivo) sugere que devemos repensar alguns dos preconceitos padrão sobre quem tem o direito de ser estrategista.

Os membros de uma geração têm alguns traços compartilhados advindos de semelhanças culturais. Por exemplo, embora nem todos os da geração Z estejam nas redes sociais o tempo todo, eles certamente foram afetados por sua presença na sociedade.

Mas ainda mais importante do que as diferenças entre as gerações é aquilo que permanece sempre o mesmo. É entender como os processos de desenvolvimento cognitivo se desenrolam conforme envelhecemos e o que isso significa para nossas chances de sucesso no trabalho.

Ao manter esses princípios fundamentais em mente, os líderes conseguirão entender melhor seus funcionários e garantir que eles estejam aproveitando ao máximo os seus talentos.


SOBRE A AUTORA

Dorie Clark é consultora de estratégia de marketing e leciona na Fuqua School of Business da Duke University. Alexis Redding é copresi... saiba mais