4 lições aprendidas por um empreendedor de primeira viagem

Tudo o que eu gostaria de saber quando comecei minha jornada na tecnologia, há 10 anos

Crédito: Mel Poole/ Unsplash/ rawpixel.com

Sam Pillar 4 minutos de leitura

Quando alguém abre um negócio, está se comprometendo a dedicar boa parte de sua vida a ele. Iniciar e fazer prosperar um negócio de tecnologia é complicado. Especialmente agora, com os problemas de correções técnicas (diminuições no preço de mercado), inflação, contratação e na cadeia de suprimentos. Mas ninguém faz ideia do quanto empreender pode ser uma montanha-russa – até abrir sua própria empresa. 

A verdade é que não tem como alguém se preparar totalmente para as dificuldades de abrir uma empresa. Algumas lições só se aprendem com a experiência, e existem muitos problemas impossíveis de antecipar (como, por exemplo, uma pandemia global).

Mas há alguns conselhos básicos que acho que se aplicam a todos os empreendedores. A seguir, destaquei quatro dicas que eu gostaria de ter recebido antes de ter começado minha caminhada, há mais de uma década.

ARRANJE UM SÓCIO

Você pode discordar de mim a esse respeito – e talvez você esteja certo. Nem todo mundo funciona bem trabalhando com um cofundador, mas, para mim, essa foi a melhor sacada. Fundei a Jobber, uma plataforma de gerenciamento de operações para pequenas empresas de serviços domésticos, junto com Forrest Zeisler, nosso CTO.

ninguém faz ideia do quanto empreender pode ser uma montanha-russa até abrir sua própria empresa. 

A relação com um cofundador é única e ter alguém a meu lado nessa caminhada tem sido inestimável. Como fundador, você precisa equilibrar muitos pratinhos. Ter um parceiro ajuda a dividir o trabalho que precisa ser feito, especialmente se vocês tiverem habilidades complementares ou se gostarem de fazer diferentes tarefas. 

Além disso, com um sócio você pode ter conversas sinceras sobre os negócios​​ e se mostrar vulnerável. Pode compartilhar fardos e desafios de um jeito que seria difícil, até impossível, com qualquer outra pessoa. E isso vale muito.

NÃO CEDA À PRESSÃO DIANTE DO PRIMEIRO OBSTÁCULO

O mundo das startups é atormentado pela “cultura do plano B”. No momento em que as coisas ficam muito difíceis, ou quando não acontecem do jeito que você esperava, surge a pressão para tomar um novo rumo.

Na Jobber, desde cedo entendemos que nosso espaço seria desenvolvendo programas para pequenas e médias empresas. Na verdade, ainda estamos trabalhando com empresas muito pequenas, a maioria entre uma e 30 pessoas.

Ter um parceiro ajuda a dividir o trabalho, especialmente se vocês tiverem habilidades complementares.

Tivemos dificuldade em arrecadar dinheiro desde o início. Muitos investidores achavam que nosso segmento de clientes não era atraente o suficiente. Precisamos nos esforçar por anos até que ficasse claro que nossa ideia seria bem-sucedida e que poderíamos prosperar.

Continuamos insistindo na proposta inicial porque, embora as coisas não tenham saído do jeito que pensávamos, tínhamos a validação do nosso mercado. É importante estar sempre conversando com seus usuários.

Passei centenas de horas me conectando com os clientes e a experiência gerou novas ideias, que não teríamos descoberto de outra forma. Isso teve um impacto profundo em como construímos (e continuamos a construir) nosso produto e nosso negócio.

Se você acredita em sua ideia e se a validou por meio de pesquisas e de conversas com usuários finais, não tenha pressa de abandoná-la.

CONTRATE QUEM ACREDITA NA MISSÃO

Não se trata apenas de contratar os mais inteligentes ou aqueles de quem você gostaria de ser amigo. Especialmente no início, as pessoas que você contratar moldarão a cultura e os valores da empresa.

Portanto, procure pessoas construtivas e colaborativas, que estejam ansiosas para contribuir com o que você está construindo. São elas que terão o maior impacto na direção que se estabelece desde o início.

Isso é especialmente importante quando a equipe de liderança começa a aumentar. Essas são as pessoas com as quais você trabalhará mais de perto, e elas terão grande influência à medida que a empresa crescer. Portanto, gaste tempo construindo confiança.

Teste sua dinâmica de trabalho com candidatos à liderança resolvendo um pequeno problema juntos, como uma forma de testar a compatibilidade. Se conseguirem resolver a questão de forma amigável e eficiente, é um bom sinal para construir um relacionamento comercial de longo prazo.

Durante os primeiros dias de contratação na Jobber, já

Se você acredita em sua ideia e a validou com pesquisas e junto aos usuários, não tenha pressa de abandoná-la.

tínhamos o instinto de contratar pessoas realmente engajadas com nossos clientes – alguns deles empreendedores com negócios próprios – e que estavam empolgadas em tornar a vida deles mais fácil.

Não estávamos procurando conscientemente por essas qualidades quando começamos. Mas, no final das contas, isso nos ajudou a estabelecer um forte propósito, uma cultura e valores fundamentais para crescermos.

SELECIONE OS INVESTIDORES NO ESTÁGIO INICIAL

Os primeiros investidores podem ter um impacto desproporcional no negócio. Por isso, é preciso garantir que, além de contribuir com capital, eles se alinhem à sua visão e possam dar conselhos úteis e uma perspectiva externa.

Quem investe no estágio inicial de uma empresa está apostando no mesmo sonho de quem está abrindo o negócio, mas haverá momentos difíceis ao longo do caminho. É essencial que os investidores acreditem no projeto e nos planos para alcançar o sucesso. A última coisa que você quer é sofrer pressão para mudar tudo ao primeiro sinal de tropeço.

É importante lembrar que ninguém consegue evitar todas as armadilhas que surgem pelo caminho. Erros e contratempos fazem parte da jornada de qualquer empreendedor. O melhor é encará-los como oportunidades de aprendizado – e se tornar melhor por causa deles.


SOBRE O AUTOR

Sam Pillar é o CEO e cofundador da Jobber, uma empresa de gestão de operações. saiba mais