Muitos se demitem por conta de um desses 7 erros cometidos pelos chefes

A decisão de deixar um emprego não acontece da noite para o dia

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AJ Hess 5 minutos de leitura

Tem um ditado que anda na boca de muita gente: “as pessoas não saem de empregos ruins, elas deixam para trás chefes ruins”. Embora muitos profissionais realmente peçam demissão por causa de seu (mau) relacionamento com os indivíduos a quem se reportam diretamente, os motivos são mais complexos na maioria dos casos.

A decisão de deixar um emprego e uma empresa não acontece da noite para o dia. Normalmente, as condições que levam à desistência já se instalaram há muito tempo, drenando lentamente o entusiasmo do funcionário e o seu desejo de dar o melhor de si todos os dias.

Como diz Phil Johnson, fundador e CEO da The Master of Business Leadership: “o drama, o caos e o conflito vivenciados nesses ambientes tóxicos levam a baixos níveis de engajamento dos funcionários”.

A seguir, destacamos sete questões que drenam lentamente o desejo de uma pessoa de trabalhar para uma empresa:

1. Falta de valorização

As pessoas passam muito tempo no trabalho e, se tiverem a sensação de que não estão sendo valorizadas, isso vai drenando lentamente sua energia e vontade de dar o melhor.

o drama, o caos e o conflito vivenciados em ambientes tóxicos levam a baixos níveis de engajamento dos funcionários.

A falta de valorização pode aparecer de várias formas. A falta de reconhecimento pelas realizações do funcionário é o exemplo mais comum. Quando estamos trabalhando com afinco, fazendo um bom trabalho, mas ninguém parece notar, isso acaba com qualquer vontade de continuar fazendo mais.

2. Deslealdade e favoritismo

Por mais que existam diferentes níveis de talento e de responsabilidades dentro das empresas, espera-se que as regras de conduta e os critérios para promoções sejam aplicados de modo igualitário. Poucas situações são tão perturbadoras quanto quando percebemos que as regras que nos são impostas não estão sendo seguidas pelos superiores.

Outra questão delicada e que realmente prejudica o desempenho é quando as pessoas percebem que as promoções estão sendo dadas com base em favoritismos, e não na meritocracia. O ressentimento e a raiva causadas por essas situações – ou quando simplesmente fica no ar a impressão de que elas estão acontecendo – criam uma cultura tóxica, que faz com que bons funcionários peçam para sair. 

3. Falta de autonomia no trabalho

Precisamos ter alguma voz sobre qual vai ser a cara do nosso trabalho, sobre como ele vai ser feito. Quer possamos escolher com o que vamos trabalhar, quer possamos expressar nossos pontos de vista sobre os objetivos da empresa ou sobre as decisões relacionadas ao trabalho, precisamos sentir que temos alguma escolha, para nos sentirmos realizados na carreira.

Poucas situações são tão perturbadoras quanto quando percebemos que as regras não estão sendo seguidas pelos superiores.

O trabalho como um todo tem muito a ganhar quando os chefes confiam que seus subordinados saberão o que fazer e quando contam com eles para fazer bem-feito o que for preciso.

Os gerentes que atuam como orientadores e guias veem sua equipe ter um desempenho muito melhor do que aqueles mais controladores, que microgerenciam e que não permitem que seu pessoal opine sobre como o trabalho deve ser feito.

4. Não demonstrar interesse pelas paixões dos funcionários

As empresas que esperam que as pessoas façam seu trabalho, sem dar a mínima para as suas paixões, não apenas deixam de aproveitar esses interesses específicos, mas também alienam seu pessoal. É preciso trabalho, esforço e conhecer as pessoas para descobrir quais são suas paixões.

Infelizmente, muitas empresas não têm interesse nisso. Assim, os empregadores que acreditam que os funcionários são contratados simplesmente para preencher um cargo e que deveriam deixar suas paixões em casa estão tendo que lidar com um nível de rotatividade significativo.

Em contrapartida, as organizações que se esforçam para encontrar conexões entre o trabalho de seu pessoal e suas paixões estão apresentando aumento na produtividade, taxas mais altas de satisfação e um ambiente mais feliz.

5. Valorizar a equipe de modo genérico e impessoal 

Muitas organizações reservam datas especiais para homenagear os trabalhadores, promovendo eventos em que todos são reconhecidos e tratados da mesma forma. O problema é que nem todos têm as mesmas habilidades, nem todos contribuem igualmente ou fazem o mesmo esforço regularmente.

se divertir no trabalho é uma ótima maneira de revigorar as pessoas e de aliviar o estresse e o tédio.

Receber o mesmo reconhecimento de quem faz o mínimo possível incomoda quem vai além, quem traz mais entusiasmo e dá o melhor de si todos os dias. Não basta reconhecer as realizações de forma impessoal. Cada funcionário deveria se sentir confortável para comunicar como espera ser reconhecido.

6. Ausência de sentido

Uma característica pela qual a geração dos millennials se tornou conhecida é querer que seu trabalho tenha algum significado maior, querer sentir que está fazendo a diferença. Agora, eles são uma parte importante do mercado e estão subindo para posições de liderança. Finalmente, as empresas começaram a prestar atenção em suas demandas.

As organizações precisam entender qual é a sua missão e compartilhá-la com o pessoal, de forma a garantir que todos entendam como sua contribuição individual faz a diferença. Todos querem sentir orgulho de seu trabalho e da empresa para a qual trabalham. Isso se tornará cada vez mais importante conforme as gerações mais jovens, cruciais para o sucesso de qualquer grande organização, forem exigindo isso.

7. Repreender a diversão e a brincadeira

Nas décadas anteriores, a ideia de que deveríamos nos divertir no trabalho deixaria os líderes horrorizados. Trabalho era trabalho e esperava-se que as pessoas se divertissem fora do escritório.

De lá para cá, entendemos que se divertir no trabalho é uma ótima maneira de revigorar as pessoas, dar-lhes mais motivos para estar ali e até mesmo aliviar o estresse e o tédio.

Quando as pessoas estão não somente autorizadas, como também são encorajadas a se divertir em seu local de trabalho, elas ficam mais relaxadas, são capazes de construir relações de amizade com os colegas e se sentem motivadas a fazer as coisas cada dia melhor.


SOBRE O AUTOR

AJ Hess e editor da seção Worklife da Fast Company. saiba mais