Pesquisa mostra que geração Z quer trabalhar para grandes empresas

Outra descoberta surpreendente é que eles não fazem muita questão de trabalhar de casa

Crédito: Freepik

Michael Grothaus 2 minutos de leitura

Se sua empresa está no mercado e tem a perspectiva de aumentar a força de trabalho, com certeza em breve você contratará muitos trabalhadores da geração Z. O problema é que, dependendo do tamanho da sua empresa, eles podem não querer trabalhar para você.

Pelo menos é isso o que indica um novo relatório da Adobe chamado Future Workforce Study. Para chegar às suas conclusões sobre o mercado de trabalho e sobre as perspectivas econômicas, a Adobe entrevistou mais de mil estudantes universitários e recém-formados.

a geração Z não quer perder tempo passando por um longo processo seletivo apenas para se decepcionar com o salário no final.

A descoberta mais surpreendente é que apenas 16% dos entrevistados aceitariam um emprego em uma startup ou em uma empresa de pequeno porte.  Em contrapartida, 52% afirmaram que querem seguir carreira em empresas grandes e estabelecidas. O motivo? A geração Z acredita que essas empresas têm maiores chances de resistir a quaisquer crises econômicas que o futuro possa trazer.

“Depois das enormes incertezas que os recém-graduados enfrentaram nos últimos anos, incluindo os desafios trazidos pela pandemia e as preocupações contínuas com uma recessão iminente,  estamos percebendo que uma parte significativa dos trabalhadores da geração Z busca oportunidades de carreira em empresas estabelecidas, de porte corporativo, que podem oferecer mais estabilidade e mais oportunidades de crescimento”, afirma Tricia Guyer, diretora sênior de aquisição de talentos da Adobe.

CARTAS NA MESA

Mas ser uma empresa grande e estabelecida, como a Apple, a Microsoft ou a GM, não é o único requisito que os entrevistados da geração Z disseram estar procurando. O estudo da Adobe também revelou que eles desejam transparência salarial desde o início, antes mesmo de se candidatar a um cargo. Cerca de 85% dos entrevistados se declararam pouco propensos a se candidatar a um cargo se sa faixa salarial não for divulgada logo na oferta de emprego.

Resumindo: a geração Z não quer perder tempo passando por um longo processo seletivo e pela entrevista, apenas para se decepcionar com o salário inicial caso lhe ofereçam o emprego.  

ANSIOSOS PARA O PRESENCIAL

Outra descoberta interessante do estudo é que a geração Z parece disposta a voltar ao escritório: 75% dos entrevistados disseram que, inclusive, estão dispostos a se mudar para ficar mais perto de seu local de trabalho.

A geração Z acredita que empresas grande e estabelecidas têm maiores chances de resistir a crises econômicas futuras.

“Os resultados da nossa pesquisa mostram que a maioria dos universitários e recém-formados está ansiosa para trabalhar de forma presencial em período integral ou em meio período”, diz Guyer sobre essa descoberta.

“Nossa suspeita é que os trabalhadores da geração Z estão cansados de estudar ou trabalhar remotamente em tempo integral e agora estão ansiosos para se envolver em experiências interpessoais ao vivo, que não seriam possíveis em um ambiente totalmente virtual”.

Essa vontade latente dos mais jovens não significa, necessariamente, que o trabalho remoto está com os dias contados. Mas, com certeza, ela deve soar como música para os ouvidos dos empregadores.

A Adobe colaborou com a Advanis para coletar as respostas de alunos de graduação e recém-formados dos EUA no último mês de dezembro. Mas o estudo é interessante para recrutadores de todo o mundo.


SOBRE O AUTOR

Michael Grothaus é escritor, jornalista, ex-roteirista e autor do romance "Epiphany Jones". saiba mais