Lionel Messi vira investidor e aposta alto em startup de games mobile

A Matchday espera atrair mais fãs de futebol para o universo gamer com títulos licenciados pela FIFA para jogadores casuais

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Chris Morris 3 minutos de leitura

O desempenho de Lionel Messi em campo é incomparável. Mas, agora, o craque argentino está testando suas habilidades no mundo das startups.

A empresa Play Time, fundada pelo jogador, é a principal investidora em um fundo inicial de US$ 21 milhões levantado pela Matchday, startup de entretenimento interativo que pretende se concentrar em jogos de futebol.

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Ela planeja combinar a web3 e games mobile para criar uma série de jogos licenciados pela FIFA para atender aos fãs que se sentem intimidados pelos títulos de outras desenvolvedoras.

O pensamento dos executivos é o seguinte: existem cinco bilhões de fãs de futebol no mundo, mas jogos como o FIFA, da EA, atingem apenas cerca de 25 milhões. Atraindo jogadores casuais e incorporando elementos como cartões digitais dos atletas, a Matchday acredita que pode conseguir uma fatia dos lucros que a indústria de games está deixando de arrecadar.

Embora muitas empresas de jogos da web3 tenham surgido e desaparecido, os líderes da Matchday dizem que grande parte do problema tem sido o foco excessivo na tecnologia e não o suficiente nos jogos em si.

“Acreditamos que o game é o mais importante para os jogadores”, diz Sebastien de Halleux, diretor de jogos da Matchday. “Nosso foco é tornar tudo mais acessível. Estamos falando de trazer centenas de milhões de fãs para o nosso jogo sem que eles sequer saibam o que é a web3... Nosso objetivo é ‘fazer a complexidade desaparecer’.”

MATCHDAY CHALLENGE

Halleux tem alguma experiência com empresas de jogos para celular: foi um dos primeiros membros da equipe da Glu Mobile, comprada pela EA por US$ 2,1 bilhões, em 2021. Também cofundou a empresa de jogos sociais Playfish, adquirida pela desenvolvedora por US$ 400 milhões, em 2009. O CEO Derrick Ko, por sua vez, fundou a empresa de e-bikes e e-scooters Spin, comprada pela Ford, em 2018, por US$ 100 milhões.

“Cresci em Cingapura e quase não havia transmissões de jogos de futebol na TV”, diz Ko. “Meu primeiro contato com o esporte foi por meio de videogame. Isso acabou me transformando em um fã e queríamos recriar essa mágica.”

O primeiro jogo está previsto para ser lançado no segundo trimestre. Mas, para criar um público para ele, durante a Copa do Mundo do Qatar, a empresa lançou o Matchday Challenge: FIFA World Cup Qatar 2022 Edition, um jogo em que fãs de futebol tentam adivinhar os resultados de partidas. O minijogo registrou quase 600 mil contas e distribuiu dois milhões de cartões de jogadores.

Crédito: Matchday

Hoje, a empresa se prepara para lançar o Matchday Squad, seu primeiro título para celular, que permitirá aos fãs competir entre si com os cartões de jogadores que possuem.

Após criar uma conta, eles receberão um conjunto de cartas gratuitamente para começar a montar seu próprio time. Podem ganhar mais convidando amigos ou negociando (ou comprando) de outros jogadores. Ko diz que também poderão comprá-los na loja da Matchday no futuro.

a empresa se prepara para lançar o Matchday Squad, seu primeiro título para celular, no segundo trimestre.

Por enquanto, Messi tem se envolvido pouco nos negócios da empresa. O craque argentino é amigo do presidente executivo da Matchday, Razmig Hovaghimian, e juntos fundaram a Play Time, empresa que foi uma das primeiras investidoras da startup.

Mas a presença do jogador abriu as portas para a Matchday trabalhar com a FIFA. Além dele, a duas vezes vencedora do Bola de Ouro, Alexia Putellas, também está assessorando a empresa.

A rápida ascensão e queda dos jogos NFT provavelmente será uma sombra que acompanhará os lançamentos da startup, mas Ko aposta na ideia de não perder os itens que o jogador ganhou ou comprou quando uma nova versão sair, como forma de se livrar da má fama que esses jogos ainda carregam.

“A visão de longo prazo que temos é que a propriedade digital nos jogos é algo para o futuro”, diz ele. “O blockchain é uma maneira de chegar lá. Esta é a solução que temos agora. Não nos consideramos uma empresa web3 ou um jogo web3. Nós [a usamos] da mesma forma que todos os jogos usam as tecnologias mais recentes disponíveis para criar novas experiências.”


SOBRE O AUTOR

Chris Morris é um jornalista com mais de 30 anos de experiência. Saiba mais em chrismorrisjournalist.com. saiba mais