Americanos pedem boicote ao consumo e causam temor de apagão econômico

Grupo defende que as pessoas deixem de comprar por 24 horas, nesta sexta-feira (28), para protestar contra os altos preços que pressionam a inflação americana

Americanos pedem boicote ao consumo e causam temor de apagão econômico
Muhammad Safuan e cyano66 via Getty Images

Jennifer Mattson 2 minutos de leitura

Quem vive nos Estados Unidos pode ter ouvido falar sobre o "Apagão Econômico de 28 de fevereiro". O movimento ganhou força nas mídias sociais nas últimas semanas.

O chamado apagão econômico é um boicote nacional programado para ocorrer nesta sexta-feira (28), pedindo a todos os americanos que não comprem nada por 24 horas para combater os preços exorbitantes em todo o país e a ganância corporativa.

Os protestos visam o aumento dos preços de quase tudo, de moradia e gás a alimentos (melhor ilustrado pelo custo impressionante dos ovos, que agora custam em média US$ 5,57 a dúzia no Centro-Oeste e US$ 8,85 na Califórnia, de acordo com dados de commodities da Expana).

Os preços altos são o resultado de uma combinação de inflação, custos de vida mais altos em geral e uma economia em ritmo lento.

Assim como nos recentes protestos "Not My President's Day", do Reddit, contra o governo Trump, a internet e as mídias sociais estão desempenhando um papel importante em fazer as pessoas se mobilizarem.

Neste caso, os protestos refletem o sentimento de muitos usuários de mídia social que estão frustrados com o fato de grandes corporações estarem lucrando muito enquanto cortam os esforços de DEI (sigla em inglês referente às ações e programas de diversidade, igualdade e inclusão).

INFLAÇÃO DA GANÂNCIA

Muitos americanos estão cada vez mais lutando para sobreviver. Esse sentimento foi reforçado por um estudo recente que descobriu que a "inflação da ganância" causou mais da metade do aumento da inflação do ano passado, já que os lucros corporativos permanecem em níveis recordes, de acordo com a Fortune.

Os posicionamentos são os mais variados em torno da proposta de boicote. "Envie uma mensagem para as empresas gigantes...", postou um usuário do Bluesky. "Não compre online, em grandes lojas… Apenas um dia enviará uma mensagem poderosa. Acha que eles sentirão falta dos nossos dólares de DEI? Não gaste. Então, diga a eles o porquê."

QUEM ESTÁ POR TRÁS DO APAGÃO ECONÔMICO?


O boicote está sendo patrocinado pela The People's Union USA. De acordo com a organização, ela visa restaurar "a imparcialidade, a justiça econômica e a mudança sistêmica real" por meio da "responsabilidade governamental e da reforma corporativa", e não é afiliada a nenhum partido político em particular.

"Durante toda a nossa vida, eles nos disseram que não tínhamos escolha… que tínhamos que aceitar esses preços insanos, a ganância corporativa, as isenções fiscais bilionárias, tudo isso enquanto lutamos para sobreviver", escreveu o fundador John Schwarz, em uma publicação no Instagram.

Ainda segundo a publicação, "28 de fevereiro, o apagão econômico de 24 horas: sem Amazon, sem Walmart, sem fast food, sem gasolina, nem um único dólar desnecessário gasto… por um dia, finalmente vamos virar o jogo."

QUANDO COMEÇA O APAGAMENTO ECONÔMICO?


O boicote vai durar 24 horas e termina à meia-noite desta sexta-feira. O site da People’s Union USA recomenda que as pessoas “não façam compras online ou em lojas”.

Os organizadores também pedem que as pessoas não gastem dinheiro em fast food, gasolina ou grandes varejistas. Para compras essenciais como alimentos, remédios ou suprimentos de emergência, o site da organização sugere comprá-los em uma pequena empresa local em vez de uma grande rede de lojas.


SOBRE A AUTORA

Jennifer Mattson é colaboradora da Fast Company e escreve sobre trabalho, negócios, tecnologia e finanças. saiba mais