De ostras a queijos finos, 5 alimentos refinados – só que plant-based

Uma variedade de alimentos à base de plantas que mostram como a indústria está trabalhando para substituir ingredientes de origem animal

Créditos: Vegan Women Summit

Kristin Toussaint 3 minutos de leitura

Ostras, carne de wagyu e queijo azul são itens que normalmente só se encontra em restaurantes de alta gastronomia. Mas essas deliciosas iguarias foram destaque no Vegan Women Summit, um evento focado em alimentos à base de plantas realizado recentemente na cidade de Nova York.

Além de palestras, sessões de autógrafos e, sobretudo, degustações – desde o mel vegano da MeliBio até o MyBacon e outras alternativas de cogumelos da Nature’s Fynd –, a Impossible Foods e a Tindle, patrocinadoras do evento, marcaram presença com seus produtos plant-based, como nuggets de frango e salsichas.

A indústria de substitutos de carne e laticínios está se expandindo e buscando substituir todos os ingredientes de origem animal da nossa dieta. E está crescendo rapidamente. Ela tem potencial para atingir mais de US$ 162 bilhões em todo o mundo até 2030, com produtos impressionantes, como os cinco destaques mencionados abaixo – e muitos outros.

Crédito: Kristin Toussaint

QUEIJOS DA CLIMAX FOODS

A Climax Foods vem se destacando no mercado de queijos veganos. Eu tinha grandes expectativas e não me decepcionei: seu queijo azul é cremoso, com as mesmas veias de mofo que se esperaria encontrar nos feitos com leite, incluindo o característico sabor intenso.

O mais incrível é que ele não tem notas de coco ou sabor artificial, além de a textura não ser granulada ou parecida com plástico. A Climax Foods está focada em queijos artesanais e, em breve, seus produtos estarão no cardápio de alguns restaurantes com estrelas Michelin da Califórnia.

Crédito: Kristin Toussaint

OSTRAS DA PEARLITA

Comer ostra crua é uma experiência única: espremer uma fatia de limão sobre o prato, pegar a concha áspera e inclinar a cabeça para trás para saboreá-la. Com a ostra à base de plantas da Pearlita não é diferente.

Feitas de cogumelos e algas marinhas, elas são até servidas em conchas esterilizadas e recicladas. Na hora de descartá-las, a empresa as encaminha para projetos de restauração de recifes de ostras.

A aparência é bastante semelhante e, embora tenham um sabor distinto de cogumelo e umami, são agradavelmente salgadas e frescas. A Pearlita afirma que também está trabalhando com ostras cultivadas. Mas, por enquanto, os cogumelos são uma excelente alternativa.

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SASHIMI DE ATUM DA IMPACT FOOD

O sashimi da Impact Food é feito com atum vegano de alta qualidade, perfeito para pokes e sushis. Além da coloração vermelha e vibrante, a textura é surpreendente.

Ele tem um leve sabor de peixe, mas não de uma forma desagradável. O sabor vem das algas, que também contém ômega-3. Os outros ingredientes incluem proteína de ervilha e suco de vegetais.

Por se tratar de atum, a textura é fundamental. É macio e suave, mas firme o suficiente – algo difícil de replicar com tofu, que tende a ser esponjoso, ou com vegetais. “As pessoas não querem ir a um restaurante de poke ou sushi e simplesmente pedir um rolinho de abacate”, observa a cofundadora Kelly Pan.

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CARNE DE WAGYU DA OHAYO VALLEY

A Ohayo Valley também está trabalhando em carne cultivada, mas começando com wagyu, a famosa carne bovina japonesa conhecida por ser macia, gordurosa e extremamente saborosa. “O auge da carne cultivada é o bife, então estamos focados em desenvolver um produto de wagyu”, afirma a fundadora Jess Krieger.

A Ohayo Valley faz biópsias de tecido de vacas e os cultiva utilizando tecnologia de cultura celular. Mas seu hambúrguer wagyu leva também proteína e gordura à base de plantas, o que proporciona estrutura e uma textura agradável na boca.

A suculência da gordura e o sabor característico da carne são evidentes, sem aquele retrogosto estranho dos hambúrgueres feitos exclusivamente de soja.

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OVO FRITO DA NEGGST

Para o preparo, Verónica García Arteaga, CEO da Neggst Foods, simplesmente despejou uma tigela contendo clara e gema à base de plantas, que logo escorreu pela frigideira. Mas, no futuro, a empresa pretende se aproximar da experiência de cozinhar com um ovo de verdade.

A Neggst Foods está desenvolvendo uma casca biodegradável para seus ovos à base de proteína de ervilha e proteína de fava. O objetivo é oferecer uma alternativa vegana com a mesma versatilidade dos ovos de galinha, inclusive, para ser usado em confeitaria. 

Experimentei o ovo frito da Neggst sobre uma fatia torrada, e a clara estava ligeiramente espessa e firme. A gema não tinha exatamente a mesma consistência do ovo pochê da Yo Egg, mas era bastante cremosa. O sabor era suave e, definitivamente, lembrava um ovo tradicional.


SOBRE A AUTORA

Kristin Toussaint é editora assistente da editoria de Impacto da Fast Company. saiba mais