3 coisas que você pode fazer se acha que seu trabalho é subestimado

Leva tempo para construir uma imagem com a sutileza necessária para garantir que sua marca pessoal te represente

Crédito: Anton Vierietin/ iStock

Angie Morgan Witkowski 5 minutos de leitura

Poucas sensações são tão decepcionantes quanto a de ser subestimado no trabalho. Às vezes, seu colega é convidado para representar a empresa em uma conferência nacional, mas não cogitam enviar você. Ou, então, ninguém considera te incluir em um novo projeto interno.

Isso pode se repetir em diversas circunstâncias: as pessoas à sua volta estão tendo acesso a oportunidades em que você estava de olho, mas parece que ninguém reconhece o seu potencial. 

A impressão que dá é  que a sua empresa não tem a menor noção das suas habilidades. Eles não conseguem enxergar o seu talento. Isso te deixa surpreso, porque você parte do princípio de que os outros – seu chefe, seus colegas – deveriam saber do seu valor.

O que pode fazer a diferença são comportamentos que transmitem naturalmente suas verdadeiras aspirações e talentos.

A realidade, porém, é que talvez eles não saibam. E, provavelmente, nada vai mudar, a menos que você mesmo faça algumas mudanças. O crescimento só acontece quando você reconhece que há coisas que poderia fazer diferente.

Sua reação por ter sido negligenciado e subestimado no trabalho não pode ser leviana. Por exemplo, você não tem como simplesmente sair listando os destaques do seu currículo em reuniões, colar descaradamente o seu diploma na parede ou adicionar um título, como MBA ou PhD, à sua assinatura padrão nos e-mails.

Essas táticas não mudam a opinião de ninguém, nem reforçam a confiança dos outros na sua capacidade. O que pode fazer a diferença são comportamentos que transmitem naturalmente suas verdadeiras aspirações e talentos. 

Existem três coisas  que você pode fazer  se estiver se sentindo subestimado no trabalho.

1. Controle a sua marca pessoal

Você pode até saber que é um talento, mas as pessoas que impactam sua carreira te tratam assim? Para garantir que eles façam isso, é preciso entender que marca você deixa.

A marca de uma pessoa é uma espécie de reputação – é uma série de qualidades e habilidades pelas quais ela é conhecida. Para que uma marca pessoal seja autêntica, é necessário haver concordância. Isso significa que o que você acredita precisa transparecer para os outros. Por exemplo, se a Nike não criasse roupas e equipamentos esportivos de primeira linha, o slogan “Just Do It” cairia por terra.

A marca de uma pessoa é uma série de qualidades e habilidades pelas quais ela é conhecida.

Se você se considera um profissional de alto desempenho, é importante validar isso da perspectiva dos outros. Se tiver tido altos e baixos no seu desempenho, pode ser que os colegas te vejam como alguém inconsistente.

Ou pode ser que, apesar de se considerar um excelente comunicador, você seja visto como alguém que frequentemente interrompe os outros, ou fala por cima deles.  Nesses casos, há muito trabalho a ser feito.

Para ter uma noção de como anda a sua marca pessoal, é importante adotar uma perspectiva mais empática. Imagine que você é seu chefe ou um de seus colegas e tente avaliar seu desempenho do ponto de vista deles. Assim, você pode descobrir áreas em que poderia melhorar a sua reputação.

Outra ideia é fazer uma avaliação informal completa, procurando de 10 a 15 pessoas próximas e pedindo que elas digam quais são os seus pontos fortes e em que áreas você precisa evoluir.  Se o feedback recebido for consistente com sua auto avaliação, então há concordância. Caso contrário, há muito o que fazer para controlar mais a maneira como os outros te enxergam. 

2. Encare a situação de frente

Ninguém consegue ler a sua mente, nem pode adivinhar como seria a expressão total de seus talentos e habilidades, a menos que você diga a eles. Adote a perspectiva de que a maioria das pessoas não está familiarizada com as suas capacidades e entenda que, nisso, existe uma oportunidade de influenciar a percepção que os outros têm de você.

No fim das contas, você é a única pessoa que pode defender seu valor com conhecimento de causa.

Em vez de ficar chateado por não ter sido escolhido para uma oportunidade, vá até seu chefe e diga que, quando oportunidades semelhantes surgirem no futuro, você gostaria de ser lembrado. Ou, se você estiver conseguindo bons resultados em projetos que parecem ter pouca visibilidade, encontre um meio para divulgar seu sucesso.

Você pode começar enviando e-mails para seu chefe que apresentem os pontos altos do seu trabalho da semana anterior. Essa é uma maneira de ser responsável pelo sucesso de sua carreira.

Táticas como essas ajudam pessoas importantes, como o seu gerente, a entender suas aspirações e, com o tempo, reconhecer o trabalho que você está fazendo e recompensá-lo, abrindo  mais oportunidades.

3. Comunique o seu valor

Existem momentos cruciais em que compartilhar seu valor com os outros costuma ter impacto: em reuniões individuais, reuniões e conversas informais. Em outras palavras, quando o trabalho exige que você interaja com outras pessoas, há uma chance maior de comunicar seu valor.

as pessoas não estão familiarizadas com suas capacidades. Existe aí uma oportunidade de influenciar a percepção que os outros têm de você.

As pessoas comunicam seu valor de várias maneiras, não só com as palavras certas. Por exemplo: quando você chega bem  preparado para as reuniões, quando toma iniciativa em projetos de grupo, por meio de uma atitude positiva, comportamento amigável e pela qualidade do trabalho. 

A comunicação é fundamental. Descobri que, apesar da popularização do Zoom, a melhor forma de comunicação é o cara a cara. Portanto, se você precisar trabalhar remotamente, mantenha sempre a câmera ligada.

Se você fica isolado na sua mesa, só interage com outras pessoas quando alguém faz uma pergunta e não se sente seguro para iniciar uma conversa sobre o seu desempenho com seu chefe, está deixando de destacar seu valor e seu potencial.

No fim das contas, você é a única pessoa que pode defender isso tudo com conhecimento de causa.  É claro que a autopromoção também exige habilidades – e leva tempo para desenvolver a sutileza necessária para garantir que sua retórica funcione.  

Todos queremos ser vistos e ouvidos, queremos ser valorizados. Nesse sentido, é importante lembrar que o emprego também é um relacionamento. Como em qualquer outro relacionamento, se você quiser que dê certo, precisa controlar aquilo que dá para controlar. Faça a sua parte.


SOBRE A AUTORA

Angie Morgan Witkowski é autora de best-sellers, coach de liderança e palestrante. saiba mais