Por que os bancos precisam aderir à transformação digital

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Nos últimos anos, “transformação digital” tem sido uma das expressões mais usadas em todos os setores. De forma simplificada, ela se refere a maneira como uma empresa aproveita sistemas de tecnologia para melhorar seus processos de negócios e recursos humanos. Especificamente para os setores financeiro e bancário, a transformação digital também se tornou sinônimo de serviços móveis e online.

De acordo com uma pesquisa de 2019 realizada pela FDIC (agência federal americana responsável pela garantia de depósitos bancários), o uso de dispositivos móveis continua a crescer de forma acelerada. A pesquisa mostra que para 34% dos consumidores os aplicativos de internet banking são sua principal forma de acessar conta bancária, superando caixas eletrônicos, agências e serviços por telefone.

Essa mudança de comportamento teve um impacto significativo na forma como os bancos são utilizados. As agências físicas ainda são importantes, mas são cada vez menos um lugar onde as pessoas vão para fazer transações e mais uma local para aconselhamento e consulta. No futuro, elas serão muitos diferentes das que temos hoje.

As agências como conhecemos podem estar chegando ao fim, mas isso não aconteceu da noite para o dia. Abaixo, listamos alguns dos motivos pelos quais os bancos estão, cada vez mais, aderindo à transformação digital.

1. MUDANÇA NO HÁBITO DO CONSUMIDOR

Talvez o maior motivo para isso estar acontecendo seja porque o uso de smartphones está crescendo exponencialmente a cada ano. Um relatório publicado em 2020 pela Newzoo aponta que o número de usuários de smartphones chegou a aproximadamente 3,5 bilhões em todo o mundo. Em 2023, estima-se que esse número deve saltar para 4,1 bilhões. Nos EUA, o relatório mostra que havia 270 milhões de usuários de smartphones em 2021, representando um crescimento de mais de 72,7%.

Mais de três quartos dos americanos utilizaram dispositivos móveis na última vez que verificaram o saldo de sua conta e quase 70% dos millennials usaram aplicativos de internet banking em 2018. É claro que o aumento no número de smartphones, somado as mudanças demográficas, resultou em várias transformações no mundo todo. À medida que os consumidores das gerações Y e Z começam a representar uma porcentagem maior da base de usuários de smartphones, esses números só continuarão a subir. E como consumidores mais jovens utilizam com mais frequência o internet banking do que americanos mais velhos, esta modalidade tornou-se quase obrigatória e não mais apenas um recurso “bom de se ter”.

2. A PANDEMIA

A Covid-19 mudou nossas vidas de diversas maneiras. Ela também acelerou drasticamente as mudanças do paradigma tecnológico, como a adoção de soluções em nuvem para melhor atender o trabalho remoto e a conectividade. E, claro, isso também vale para a transformação digital no setor bancário.

Em vez de se expor a riscos ao entrar em uma agência, muitos consumidores optaram por aproveitar os serviços móveis online. De acordo com uma pesquisa realizada pela Deloitte, muitos dos entrevistados afirmam ter utilizado serviços online pela primeira vez durante a pandemia, como, por exemplo, empréstimos, hipoteca, investimentos, pagamentos e atendimento. Além disso, quase 60% deles disseram que pretendem continuar a usar o internet banking após o término da pandemia, um sinal claro do crescimento e da importância desta modalidade.

3. NOVOS RISCOS

Um outro exemplo dessa transformação no setor bancário foi a implementação de caixas eletrônicos mais inteligentes. Em 2019, havia 49,62 caixas eletrônicos para cada 100 mil adultos em todo o mundo – estes terminais de autoatendimento evoluíram de antiquados para dispositivos inteligentes e conectados. Os serviços que essas tecnologias fornecem estão cada vez mais sofisticados, se tornando capazes de realizar um número maior de tarefas. À medida que esses caixas eletrônicos se tornam mais inteligentes, a conectividade permite que os provedores ofereçam mais serviços.

Mas, embora a pandemia tenha aberto as portas para novas recursos digitais, também criou mais oportunidades para crimes. Tentativas de arrombar caixas eletrônicos estão crescendo em todo o país, com relatos de aumento em St. Louis, Chicago, Baltimore e em outras grandes cidades.

Esses crimes resultam em prejuízos significativos. Eles causam danos aos caixas eletrônicos e às suas estruturas que chegam a custar US$ 45 mil e, quando bem-sucedidos, este valor pode chegar a mais de US$ 150 mil.

Para combater esses crimes, precisamos recorrer à tecnologia. Ataques à caixas eletrônicos (bem como outras ameaças à segurança) costumam ser sofisticados e isso faz com que seja necessária uma resposta mais complexa. Uma abordagem de segurança holística pode ajudar a combater esses crimes antes mesmo que eles ocorram. Não podemos mais confiar apenas nos procedimentos de segurança tradicionais; criminosos estão se tornando mais sofisticados e os bancos devem fazer o mesmo para combatê-los.

4. SEGURANÇA MELHORADA

Um dos maiores motivos pelos quais as pessoas hesitavam em usar internet banking no passado era o medo de ser vítimas de crimes e fraudes. Histórias de pessoas tendo suas identidades roubadas ou contas zeradas por criminosos cibernéticos são inúmeras; no entanto, os bancos e o setor financeiro como um todo têm se dedicado para implementar as mais inovadoras medidas de segurança.

Desde a implantação de autenticação multifator, biometria e inteligência artificial até o uso de blockchain e outras tecnologias de segurança cibernética, o sistema bancário online nunca foi tão seguro quanto agora. Esses recursos só tendem a melhorar com o tempo, à medida que o internet banking se tornar mais popular.

A transformação digital já está acontecendo, gostemos ou não. A questão é: você está disposto a se adaptar para fazer parte desta nova forma de fazer negócios?


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