Inteligência artificial, dados, ética e a solidão

É crucial que as empresas adotem uma abordagem cuidadosa para garantir que o avanço tecnológico seja acompanhado por considerações éticas e humanas

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Gabriela Sicito 1 minutos de leitura

Uma coisa é fato: os clientes estão cada vez mais exigentes quanto à personalização e relevância das interações com as empresas. Utilizar dados para personalizar o conteúdo é essencial para atender a essas expectativas e proporcionar experiências mais satisfatórias. Mas o que o futuro nos reserva nesse sentido?

Durante o festival South by Southwest, a futurista Amy Web, em sua palestra sobre tendências emergentes, previu que em até dois anos, a inteligência artificial irá varrer todos os dados da internet, inaugurando a era dos conectáveis.

Nessa era, dados capturados por conectores formarão uma rede de dispositivos interconectados, incluindo smartwatches, carros inteligentes, casas inteligentes, realidade aumentada e sensores em toda parte. Os modelos de aprendizagem de máquina (LLM) utilizados para prever respostas serão substituídos por modelos que preveem a próxima ação (LAM).

Entretanto, duas palestras enfatizaram a importância de humanizar a tecnologia para melhorar a interação humana e resolver problemas de solidão. No painel "IA e o Futuro da Solidão", os debatedores discutiram se a integração da IA na vida cotidiana tem contribuído para que as pessoas se sintam mais solitárias. As empresas devem adotar políticas éticas em relação ao uso da IA para garantir a segurança e o bem-estar dos usuários.

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Na sessão "Confrontando a Solidão Culturalmente" com Justin McLeod, fundador e CEO do aplicativo de namoro norte-americano Hinge, discutiu-se como as métricas de tecnologia e desenvolvimento de aplicativos podem aumentar a solidão do público, pois são projetadas para gerar engajamento, em vez de atender a necessidades ou propósitos humanos.

Diante disso, é crucial que as empresas adotem uma abordagem cuidadosa para garantir que o avanço tecnológico seja acompanhado por considerações éticas e humanas. As discussões sobre a humanização da tecnologia e seus impactos na solidão destacam a importância de políticas éticas em torno do uso da IA, visando o bem-estar dos usuários e aprimorando a interação humana.

Quando se fala de dados, a verdade é que todo cuidado é pouco.


SOBRE A AUTORA

Gabriela Sicito é Diretora de Inteligência de Mercado e Serviços da Globo. saiba mais