Cuidados com seus gadgets: internet das coisas é a maior ameaça à cibersegurança
O que é necessário para tornar essa tecnologia mais segura

A previsão é que, até 2030, existam 40 bilhões de dispositivos conectados à internet das coisas (IoT, na sigla em inglês). De casas inteligentes a sistemas industriais, essa tecnologia, na verdade, já faz parte do nosso dia a dia, trazendo mais praticidade e eficiência. Mas junto com ela vem um grande desafio: falhas de segurança da IoT.
Um relatório da Netgear sobre o cenário da IoT em 2024 revelou que dispositivos como TVs, tomadas inteligentes e roteadores sofrem, em média, 10 ataques por dia. A rápida expansão dessa tecnologia está ultrapassando a capacidade das medidas de proteção.
E o problema não está apenas dentro de casa. A IoT já está integrada a setores críticos como saúde, energia e transporte, onde falhas de segurança podem ter consequências graves – desde roubo de dados até a interrupção de serviços essenciais.
Para aproveitar ao máximo os benefícios dessa tecnologia, é fundamental reforçar a segurança dos dispositivos, estabelecer padrões mais rígidos e criar uma cultura focada na proteção para garantir o bom funcionamento dos sistemas no futuro.
O CRESCIMENTO DA IOT E SUAS FALHAS DE SEGURANÇA
O que começou com aparelhos inteligentes simples evoluiu para um ecossistema interconectado que impacta áreas como agricultura, saúde, transporte e indústria. Hoje, a internet das coisas é usada para tomar decisões em tempo real, automatizar sistemas complexos e otimizar operações em escala global.
Porém, as falhas de segurança da IoT podem comprometer esses avanços. Muitos dispositivos ainda não contam com proteções básicas, como criptografia, atualizações frequentes de firmware e processos seguros de inicialização.
O risco aumenta à medida que o número de dispositivos cresce, pois cada um pode servir como porta de entrada para hackers. Quando um aparelho IoT é invadido, ele pode se tornar um ponto de acesso para sistemas mais críticos, criando um efeito cascata de vulnerabilidades em redes inteiras.
Entre os principais problemas estão configurações de segurança padrão fracas, baixa capacidade de processamento e a ausência de protocolos padronizados. Essas falhas na segurança da IoT permitem que invasores acessem informações sensíveis, interrompam serviços e comprometam redes inteiras, colocando a segurança digital em risco.

A proteção da IoT deve ser um esforço conjunto entre fabricantes e usuários. Ambos têm um papel fundamental na defesa contra ameaças cibernéticas. Os fabricantes são os principais responsáveis por projetar dispositivos seguros, mas, muitas vezes, a pressa em lançar novos produtos faz com que a segurança fique em segundo plano.
Além disso, muitas empresas que produzem dispositivos como câmeras e smartwatches não têm experiência suficiente em cibersegurança, deixando brechas nos firmwares e nos protocolos de comunicação. Falhas na fase de testes e no monitoramento de segurança agravam ainda mais esses riscos.
Os usuários também contribuem para a vulnerabilidade dos dispositivos ao não adotarem práticas básicas de segurança. Muitos não alteram as senhas padrão, facilitando ataques. Além disso, poucos realizam atualizações de firmware, sem saber que essas correções são essenciais para fechar brechas de segurança.
COMO EVITAR FALHAS DE SEGURANÇA DA IOT E TORNÁ-LA MAIS SEGURA
Com a crescente integração da IoT em infraestruturas críticas e no nosso cotidiano, é fundamental que a segurança acompanhe essa evolução. Políticas mais rígidas, como leis de proteção de dados e padrões obrigatórios de segurança, serão essenciais para reduzir os riscos.
Governos e organizações precisam trabalhar juntos para criar padrões globais que exijam criptografia, protocolos de autenticação e atualizações regulares de software.
A proteção da IoT deve ser um esforço conjunto entre fabricantes e usuários.
Essas regulamentações não só incentivariam os fabricantes a criar dispositivos mais seguros, como também garantiriam que as empresas mantivessem altos padrões de segurança durante todo o ciclo de vida do produto.
Diante da complexidade dos ecossistemas IoT, tecnologias como inteligência artificial e aprendizado de máquina podem ser grandes aliadas. Sistemas de defesa baseados em IA conseguem analisar grandes volumes de dados em tempo real, identificando padrões suspeitos que podem indicar ataques cibernéticos.
Com o tempo, algoritmos de aprendizado de máquina se tornam mais eficientes, prevendo e bloqueando ameaças antes que causem danos. Mas, para que essas soluções sejam eficazes, é essencial que sejam integradas corretamente à infraestrutura de segurança existente e atualizadas regularmente.