4 micro habilidades que vão ajudar você a se livrar de colegas tóxicos

Muitas vezes, permitimos que colegas tóxicos tenham mais poder do que realmente têm. Mas podemos domar esses “tigres de papel”

Crédito: Fast Company Brasil

Resa E. Lewiss 4 minutos de leitura

A expressão “tigre de papel” se refere a uma entidade ou situação que parece poderosa e ameaçadora, mas que, na realidade, não tem a importância ou o status que fingem ter. Podemos atribuir essa descrição a países, empresas ou líderes do mercado. 

O mesmo acontece com colegas tóxicos. Os colegas tigres de papel causam conflitos – algo que 85% de nós vivenciamos no trabalho. Embora possamos reconhecer um colega tigre de papel, talvez não seja óbvio como lidar com esse tipo de conduta.

Há alguns anos, alguém que eu não conhecia enviou um e-mail com uma solicitação gentil para ajudar em um programa educacional. Quando aceitei, algo inesperado aconteceu. O tom de seus e-mails mudou de amigável para ditatorial.

Essa pessoa me atribuiu tarefas, enviou e-mails perguntando se eu havia concluído as tarefas e pediu que eu lhe desse atualizações. Nas mensagens, enfatizava seus títulos e funções de liderança. 

Em uma reunião presencial, essa pessoa se dirigiu a mim e reiterou sua lista de títulos. Isso batia com o tom e o conteúdo de seu e-mail. Verifiquei um organograma e confirmei minhas suspeitas: meu colega de trabalho tóxico não possuía vários dos títulos que alegava e não tinha poder para me dizer o que fazer, nem para exigir qualquer resultado, muito menos em seu cronograma autoritário.

Depois de falar primeiro com um supervisor, que tinha autoridade para verificar minhas descobertas e apoiar minha decisão, suspendi as comunicações com esse colega.

Pessoas com personalidades difíceis são comuns e, muitas vezes, não temos certeza de como agir em relação a elas. Se você se deparar com um colega tóxico, aqui estão quatro micro-habilidades ou pequenas medidas que você pode tomar para administrar o conflito:

1. Fale com seu "conselho administrativo pessoal" 

Seu conselho pessoal de diretores é aquele grupo de amigos íntimos ou companheiros de profissão a quem você pode

recorrer para obter ajuda. Eles servem como conselheiros e dão apoio nos momentos em que você precisa de sugestões, ou quando só quer mesmo alguém com quem desabafar.

Essas pessoas de confiança podem sugerir maneiras de lidar com o colega difícil e discutir opções. Elas são parceiras ideais para quando você quiser treinar uma conversa difícil com o colega “tigre de papel”.

2. Se informe sobre o organograma da empresa

O organograma é uma representação gráfica da estrutura administrativa da empresa que mostra a hierarquia e os

relacionamentos. Ele oferece uma visão ampla dos relacionamentos e das estruturas de subordinação: pessoas para as quais você responde direta ou indiretamente – ou com as quais não tem nenhuma relação. 

Às vezes, não há um organograma formal disponível. Nesse caso, você pode consultar as funções e responsabilidades que constam na descrição do seu cargo. Ao verificar as obrigações que você tem ou não tem para com o “tigre de papel”, você se arma e esclarece as opções e ações que pode tomar.

3. Pergunte com cuidado

Ao se deparar com um conflito no trabalho, faça uma pausa, respire fundo e reflita sobre os próximos passos. Em quem você pode confiar para compartilhar a situação?

Além dos membros do seu conselho pessoal, considere a possibilidade de confidenciar a um colega de equipe ou supervisor, não para fazer fofoca, mas para ajudar a determinar se o que você vivenciou é um padrão de comportamento. 

Pense nas pessoas de confiança com quem você pode falar e use de discrição para garantir sua segurança psicológica. Tenha cuidado com a forma como compartilha suas preocupações. Lembre-se de que tudo o que você colocar por escrito – por exemplo, mensagens de texto e e-mails – pode ser encaminhado.

4. Informe-se sobre como a empresa trata esse tipo de comportamento

A forma como o mau comportamento tem sido tratado ao longo do tempo é um fator a ser considerado ao falar com

supervisores, recursos humanos ou um escritório de orientação para profissionais. Isso pode ser difícil de discernir até que você esteja pessoalmente envolvido em uma situação difícil. 

Lembre-se de que o RH trabalha para a instituição e o empregador, e não para você. Seja prudente e avalie o que você precisa e quem poderá ajudar se você decidir agir. 

Reconhecer o comportamento não profissional de um colega tóxico é um passo. Decidir como proceder é um próximo passo inquestionavelmente desafiador. Pode ser difícil saber o que fazer quando você se depara com um "tigre de papel". 

O colega que mencionei na minha pequena história parou de exigir trabalho e de enviar e-mails quando parei de responder – e acabou se demitindo e trocando de emprego.

As empresas têm mais poder do que nós, como indivíduos, e geralmente têm uma cultura de minimizar os comportamentos tóxicos. No entanto, cada um de nós pode aprender e aplicar fundamentos eficazes ou micro-habilidades, como nesse exemplo, para superar os desafios no ambiente profissional.


SOBRE A AUTORA

Resa E.Lewiss é professora de medicina de emergência na Universidade do Alabama. saiba mais