4 sinais de que sua empresa prioriza o bem-estar dos funcionários (ou não)

Conheça os quatro pilares do bem-estar no trabalho que oferecem um panorama para promover uma força de trabalho mais saudável e produtiva

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Christie Smith e Kelly Monahan 4 minutos de leitura

Num mundo onde as fronteiras entre vida pessoal e profissional estão cada vez mais tênues, o bem-estar dos funcionários se tornou uma questão crucial. Mas, enquanto 91% dos executivos acreditam que priorizam o bem-estar dos funcionários, apenas 56% dos colaboradores compartilham esse sentimento.

Essa desconexão, revelada em um estudo recente da Deloitte, revela uma brecha que as empresas precisam preencher se quiserem prosperar no cenário competitivo de hoje.

Como os negócios estão sendo afetados pelas complexidades do trabalho no mundo contemporâneo, surgiu a necessidade de pensar em uma nova estrutura básica que guie os líderes. Ela é conhecida como "os quatro pilares do bem-estar dos trabalhadores".

Esses pilares oferecem um panorama completo para promover uma força de trabalho mais saudável e produtiva e são sinais de que a cultura da empresa vai bem.

1. A previsibilidade em conjunção com a flexibilidade

Ambientes estruturados, onde as expectativas são claras, podem reduzir significativamente a ansiedade no trabalho, proporcionando uma base estável para a produtividade. No entanto, a necessidade de flexibilidade é igualmente crucial.

A capacidade de se adaptar às demandas pessoais e profissionais empodera os funcionários, criando um equilíbrio harmonioso, que melhora a produtividade e a satisfação geral.

2. A saúde mental em destaque

A saúde mental não é mais um tema secundário nas discussões corporativas, ela está no centro do debate. Com metade da população mundial provavelmente enfrentando algum transtorno mental, a urgência por amplos recursos de saúde mental é inegável.

Empresas visionárias estão se destacando, oferecendo serviços de aconselhamento, aplicativos de saúde mental e programas para o bem-estar dos funcionários acessíveis e eficazes.

3. Líderes que praticam o que pregam

Líderes que zelam pelo seu próprio bem-estar dão um exemplo poderoso aos demais. Quando o CEO tira alguns dias de folga para cuidar da saúde mental ou se desconecta regularmente do trabalho, isso transmite uma mensagem clara à equipe: está tudo bem se você precisar priorizar a si mesmo.

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Esse compromisso visível da alta liderança cria uma cultura de aceitação e de apoio, incentivando os funcionários a fazer o mesmo quando precisarem, sem medo de julgamento.

4. Construindo pontes por meio de relacionamentos

Na era digital, conexões genuínas muitas vezes parecem algo do passado. Mas construir relacionamentos fortes dentro das equipes continua sendo algo essencial. Seja por meio de conversas virtuais durante o café, dinâmicas de equipe ou check-ins regulares, promover um senso de pertencimento é fundamental.

Em um mundo dominado por telas, esses momentos de contato humano são inestimáveis, reforçando os laços sociais que sustentam equipes bem-sucedidas. Ao fomentar conexões mais profundas, as empresas podem melhorar a dinâmica das equipes, resultando em maior produtividade e em uma força de trabalho mais engajada.

O ROI DO BEM-ESTAR DOS FUNCIONÁRIOS

Investir no bem-estar não é apenas uma questão moral, é uma estratégia de negócios. Empresas que incorporam o bem-estar dos funcionários em sua cultura colhem benefícios tangíveis: maior produtividade, menor rotatividade e economia significativa com saúde. A Johnson & Johnson, por exemplo, economizou US$ 250 milhões ao longo de uma década com seus programas de bem-estar.

Conforme as pressões econômicas aumentam e a demanda por inovação se intensifica, os líderes precisam entender que o bem-estar dos funcionários deixou de ser visto como um luxo e passou a ser uma necessidade estratégica.

Empresas que não se adaptarem correm o risco de perder sua vantagem competitiva, já que funcionários desengajados e exaustos são incapazes de impulsionar um crescimento sustentável.

A capacidade de se adaptar às demandas pessoais e profissionais empodera os funcionários.

Por outro lado, as empresas que adotarem os quatro pilares do bem-estar dos trabalhadores provavelmente vão colher resultados transformadores. Essas empresas tendem a atrair e reter talentos de alto nível, a promover uma cultura organizacional resiliente e, por fim, aumentam suas chances de alcançar o sucesso a longo prazo.

O futuro do trabalho exige um novo tipo de liderança, que coloque o bem-estar no centro da estratégia corporativa. E isso não se trata apenas de melhorar o engajamento dos funcionários; trata-se de criar um modelo sustentável para o sucesso em um cenário de negócios em constante evolução.

Trecho extraído do livro "Essential: How Distributed Teams, Generative AI, and Global Shifts Are Creating a New Human-Powered Leadership" (Essencial: como equipes distribuídas, IA generativa e mudanças globais estão criando uma nova liderança humanizada, em tradução livre) e reproduzido com permissão da John Wiley & Sons.


SOBRE A AUTORA

Christie Smith é fundadora da consultoria especializada em liderança The Humanity Studio. Kelly Monahan é diretora e líder do programa... saiba mais